Legislação Comercial
PORTARIA
227 MF, DE 11-7-2002
(DO-U DE 12-7-2002)
OUTROS ASSUNTOS FEDERAIS
CPMF – Incidência – Recolhimento
Normas relativas à retenção e ao recolhimento da CPMF.
Revoga a Portaria 134 MF, de 11-6-99 (Informativo 24/99).
O MINISTRO DA FAZENDA, no uso de suas atribuições e tendo em vista o disposto na Emenda Constitucional nº 21, de 18 de março de 1999, no artigo 84 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, introduzido pela Emenda Constitucional nº 37, de 12 de junho de 2002, nos §§ 2º e 3º do artigo 8º, no artigo 10, nos §§ 2º e 3º do artigo11 e no § 3º do artigo 16 da Lei nº 9.311, de 24 de outubro de 1996, na Lei nº 9.539, de 12 de dezembro de 1997, e na Lei nº 10.174, de 9 de janeiro de 2001, RESOLVE:
Retenção e Recolhimento da Contribuição
Art. 1º
– A Contribuição Provisória sobre Movimentação
ou Transmissão de Valores e de Créditos e Direitos de Natureza
Financeira (CPMF) será, pelas instituições e pessoas referidas
no artigo 5º da Lei nº 9.311, de 1996:
I – retida diariamente ou a cada lançamento;
II – apurada, considerando os fatos geradores ocorridos a partir da quinta-feira
da semana anterior até a quarta-feira da semana corrente; e
III – paga até o terceiro dia útil da semana subseqüente
à de encerramento do período de apuração.
§ 1º – O período de apuração da contribuição,
previsto no inciso II, encerrar-se-á no dia útil imediatamente
anterior à quarta-feira, quando esta não for dia útil.
§ 2º – Caso, na semana do término do período de
apuração, ocorra feriado nacional, local ou bancário na
quinta ou sexta-feira, ou em ambas, o encerramento do referido período
será antecipado em número de dias úteis correspondentes
a esses feriados.
§ 3º – No caso de feriados imprevistos, decretados excepcionalmente,
que recaírem na quinta ou na sexta-feira, a contribuição
será retida no primeiro dia útil da semana subseqüente.
§ 4º – No caso de a instituição assumir a responsabilidade
pelo pagamento da CPMF, em virtude de insuficiência de recursos nas contas
do contribuinte, a retenção da contribuição poderá
ser feita até o último dia útil da semana de encerramento
do período de apuração de que trata este artigo.
§ 5º – O disposto no parágrafo anterior não elide
a responsabilidade supletiva do contribuinte pelo pagamento da contribuição.
§ 6º – O recolhimento do valor da contribuição
retida, bem assim o pagamento do valor da contribuição devida
como contribuinte pelas instituições e pessoas de que trata este
artigo, serão efetuados em DARF separados, de forma centralizada, pelo
estabelecimento sede da instituição, no prazo estabelecido no
inciso III.
Alíquota Zero na Movimentação de Contas
Art. 2º
– As instituições financeiras e as entidades referidas no
inciso III do artigo 8º da Lei nº 9.311, de 1996, deverão verificar
os dados cadastrais dos correntistas, para fins da aplicação da
alíquota zero prevista nos incisos I, II e VI do mesmo artigo.
Parágrafo único – O Banco Central do Brasil expedirá
normas para o atendimento do disposto no § 1º do artigo 8º da
Lei nº 9.311, de 1996.
Alíquota Zero nas Operações das Instituições de Mercado
Art. 3º
– O disposto nos incisos III e IV do artigo 8º da Lei nº 9.311,
de 1996, aplica-se, exclusivamente, aos lançamentos referentes às
seguintes operações e atividades:
I – captação de recursos, inclusive no mercado interfinanceiro
e do exterior, com ou sem emissão de títulos;
II – empréstimo e financiamento, inclusive desconto, e adiantamentos
sobre contratos de câmbio de exportação;
III – transferência de recursos interbancários;
IV – cessão e aquisição de direitos creditórios;
V – repasse de recursos de instituições oficiais e repasses
interfinanceiros;
VI – repasse de empréstimos obtidos no exterior;
VII – prestação de serviços de arrecadação
de tributos, serviços de pagamentos e recebimentos diversos e outros
serviços típicos de instituições financeiras, observado
o disposto no § 1º;
VIII – atividades relacionadas com o Serviço de Compensação
de Cheques e outros Papéis;
IX – subscrição, compra e venda de títulos e valores
mobiliários para revenda ou investimento de caráter não
permanente, observado que, no caso de operações tendo por objeto
ações ou contratos a elas referenciados, o disposto neste artigo
restringe-se ao mercado primário e ao mercado secundário de bolsa
de valores ou de entidade a ela assemelhada;
X – intermediação e distribuição de títulos
e valores mobiliários;
XI – compra e venda de certificados, títulos e valores mobiliários
por conta de terceiros;
XII – custódia de títulos e valores mobiliários;
XIII – recebimentos e pagamentos de resgates, juros e outros proventos
de títulos de crédito e aplicações financeiras;
XIV – recebimentos e pagamentos de resgates, juros e outros proventos
de valores mobiliários de emissão de terceiros;
XV – operações de câmbio;
XVI – operações de conta margem e de empréstimo de
ações;
XVII – realização de operações compromissadas;
XVIII – compra, venda e mútuo de ouro ativo financeiro;
XIX – aplicações em depósitos interfinanceiros;
XX – operações, por conta de terceiros e por conta própria,
realizadas em bolsas de valores, de mercadorias, de futuros, em entidades a
elas assemelhadas, e no mercado de balcão;
XXI – operações das sociedades e fundos de investimento
mantidos por investidores residentes ou não no País;
XXII – operações das carteiras de títulos e valores
mobiliários mantidas por investidores não residentes no País;
XXIII – prestação de serviços de loteria federal,
estadual, esportiva e de números, pelas caixas econômicas;
XXIV – prestação de serviços com correspondentes
no exterior e no País;
XXV – prestação de fiança, aval e outras garantias;
XXVI – operações de arrendamento mercantil, na qualidade
de arrendador;
XXVII – cobrança de títulos;
XXVIII – prestação de serviços de custódia
vinculados às bolsas de valores, de mercadorias e de futuros;
XXIX – contribuições ao Fundo Garantidor de Crédito
e operações de sua carteira;
XXX – operações dos fundos instituídos pela Lei nº
9.477, de 24 de julho de 1997.
§ 1º – hipótese prevista no inciso VII não abrange
os lançamentos efetuados pela instituição para pagamento
ou recolhimento de tributos ou contribuições na qualidade de contribuinte
ou responsável.
§ 2º – O disposto no inciso XXI compreende também as
operações dos clubes de investimento que atendam normas baixadas
pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para esta finalidade.
§ 3º – A alíquota zero não se aplica à
movimentação dos recursos de investidores não residentes
no Brasil, quando do ingresso no País ou da remessa para o exterior,
os quais transitarão, obrigatoriamente, na conta corrente de depósito
do titular da aplicação em instituição financeira,
ressalvado o disposto no inciso III do artigo 2º do Decreto nº 4.296,
de 10 de julho de 2002.
§ 4º – O disposto neste artigo somente se aplica às operações
realizadas de acordo com as normas previstas na legislação pertinente.
Dispensa de Débito ou Crédito em Conta Corrente
Art. 4º
– Ficam dispensadas das exigências a que se refere o artigo 16 da
Lei nº 9.311, de 1996:
I – a liquidação de operação de desconto de
títulos representativos de operações mercantis, quando
efetuada pelo sacado;
II – a liquidação de adiantamento sobre contratos de câmbio
de exportação – ACC;
III – o empréstimo sob penhor civil, na forma prevista no artigo5º,
inciso IV, do Estatuto aprovado pelo Decreto nº 3.851, de 27 de junho de
2001;
IV – o crédito educativo; e
V – o financiamento de bens e serviços, inclusive nas operações
de crédito direto ao consumidor, e o financiamento imobiliário.
§ 1º – Exclui-se do disposto no inciso II a liquidação
de operação realizada a título de adiantamento de contrato
de câmbio de exportação e descaracterizada pelo cancelamento
ou baixa do respectivo contrato, ou pela simples devolução do
adiantamento.
§ 2º – Nas operações de que tratam os incisos
IV e V, o valor referente à concessão do crédito ou do
financiamento deverá ser pago ao prestador do serviço ou ao vendedor
do bem mediante cheque cruzado, intransferível, ou creditado em sua conta
corrente de depósito.
§ 3º – O disposto no parágrafo anterior aplica-se, também,
às administradoras de cartões de crédito, quando atuarem
na condição de procuradoras dos respectivos usuários.
§ 4º – O financiamento imobiliário a que se refere o
inciso V restringe-se ao concedido ao mutuário final, assim entendido
o financiamento individual para aquisição de imóvel ou
para a construção em lote próprio ou em condomínio.
§ 5º – A dispensa da exigência prevista neste artigo somente
se aplica ao mutuário da operação.
Prestação de Informações relativas aos Contribuintes
da CPMF
Art. 5º – As instituições responsáveis pela
retenção e pelo recolhimento da CPMF prestarão, à
Secretaria da Receita Federal, as seguintes informações sobre
cada contribuinte:
I – nº de inscrição no Cadastro de Pessoa Física
(CPF) ou no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas – CNPJ;
II – valor global, em cada mês, das operações sujeitas
à retenção da contribuição, observado o disposto
no § 2º;
III – valor da contribuição retida no período citado
no inciso anterior.
§ 1º – As informações de que trata este artigo
serão:
I – totalizadas sob um único código, quando o contribuinte
não estiver obrigado a inscrever-se no CPF ou no caso de liquidação
ou pagamento de créditos, direitos ou valores de que trata o inciso III
do artigo 2º da Lei nº 9.311, de 1996, de montante igual ou inferior
a R$ 10.000,00;
II – prestadas em meio magnético, de acordo com as especificações
a serem baixadas pela Secretaria da Receita Federal, abrangendo os dados referentes
a cada trimestre do ano-calendário;
III – entregues até o último dia útil do mês
subseqüente ao dos prazos previstos no inciso anterior.
§ 2º – Os dados referentes a determinado mês abrangerão
os períodos de apuração encerrados no respectivo mês,
sendo informadas no mês subseqüente as operações realizadas
em períodos fracionários.
§ 3º – O disposto neste artigo aplica-se, também, às
instituições de que trata o inciso IV do artigo 2º da Lei
nº 9.311, de 1996, no que se refere às operações sujeitas
ao pagamento da contribuição.
Art. 6º – A Secretaria da Receita Federal resguardará, na
forma da legislação aplicável à matéria,
o sigilo das informações de que trata o artigo anterior, facultada
sua utilização para instaurar procedimento administrativo tendente
a verificar a existência de crédito tributário relativo
a impostos e contribuições e para lançamento, no âmbito
do procedimento fiscal, do crédito tributário porventura existente,
observado o disposto no artigo 42 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de
1996, e alterações posteriores.
Art. 7º – A Secretaria da Receita Federal e o Banco Central do Brasil,
no âmbito de suas respectivas competências, editarão as normas
necessárias à implementação do disposto nesta Portaria,
bem assim da não incidência regulamentada no Decreto nº 4.296,
de 10 de julho de 2002.
Art. 8º – Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 9º – Fica revogada a Portaria MF nº 134, de 11 de junho
de 1999. (Pedro Sampaio Malan)
ESCLARECIMENTO:
A Lei 9.477, de 24-7-97 (Informativo 30/97), instituiu o Fundo de Aposentadoria
Programada Individual (FAPI).
O Decreto 3.851, de 27-6-2001 (DO-U de 28-6-2001), que aprovou o Estatuto da
Caixa Econômica Federal (CEF), estabelece, no inciso IV do artigo 5º
do mencionado Estatuto, que a CEF tem por objetivo exercer o monopólio
das operações de penhor civil, em caráter permanente e
contínuo.
O artigo 42 da Lei 9.430, de 27-12-96 (Informativo 53/96), estabelece que caracterizam-se
também omissão de receita ou de rendimento os valores creditados
em conta de depósito ou de investimento mantida junto a instituição
financeira, em relação aos quais o titular, pessoa física
ou jurídica, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação
hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações.
O Decreto 4.296, de 10-7-2002, mencionado no Ato ora transcrito encontra-se
divulgado no Informativo 28 deste Colecionador.
REMISSÃO:
LEI 9.311, DE 24-10-96 (INFORMATIVO 43/96)
“ ...........................................................................................................................................................................
Art. 2º – O fato gerador da contribuição é:
I – o lançamento a débito, por instituição
financeira, em contas correntes de depósito, em contas correntes de empréstimo,
em contas de depósito de poupança, de depósito judicial
e de depósitos em consignação de pagamento de que tratam
os §§ do artigo 890 da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973,
introduzidos pelo artigo 1º da Lei nº 8.951, de 13 de dezembro de
1994, junto a ela mantidas;
II – o lançamento a crédito, por instituição
financeira, em contas correntes que apresentem saldo negativo, até o
limite de valor da redução do saldo devedor;
III – a liquidação ou pagamento, por instituição
financeira, de quaisquer créditos, direitos ou valores, por conta e ordem
de terceiros, que não tenham sido creditados, em nome do beneficiário,
nas contas referidas nos incisos anteriores;
IV – o lançamento, e qualquer outra forma de movimentação
ou transmissão de valores e de créditos e direitos de natureza
financeira, não relacionados nos incisos anteriores, efetuados pelos
bancos comerciais, bancos múltiplos com carteira comercial e caixas econômicas;
V – a liquidação de operação contratadas nos
mercados organizados de liquidação futura;
VI – qualquer outra movimentação ou transmissão de
valores e de créditos e direitos de natureza financeira que, por sua
finalidade, reunindo características que permitam presumir a existência
de sistema organizado para efetivá-la, produza os mesmos efeitos previstos
nos incisos anteriores, independentemente da pessoa que a efetue, da denominação
que possa ter e da forma jurídica ou dos instrumentos utilizados para
realizá-la.
.............................................................................................................................................................................
Art. 5º – É atribuída a responsabilidade pela retenção
e recolhimento da contribuição:
I – às instituições que efetuarem os lançamentos,
as liquidações ou os pagamentos de que tratam os incisos I, II
e III do artigo 2º;
II – às instituições que intermediarem as operações
a que se refere o inciso V do artigo 2º;
III – àqueles que intermediarem operações a que se
refere o inciso VI do artigo 2º.
.............................................................................................................................................................................
Art. 8º – A alíquota fica reduzida a zero:
I – nos lançamentos a débito em contas de depósito
de poupança, de depósito judicial e de depósito em consignação
de pagamento de que tratam os parágrafos do artigo 890 da Lei nº
5.869, de 11 de janeiro de 1973, introduzidos pelo artigo 1º da Lei n°
8.951, de 13 de dezembro de 1994, para crédito em conta corrente de depósito
ou conta de poupança, dos mesmos titulares;
II – nos lançamentos relativos a movimentação de
valores de conta corrente de depósito, para conta de idêntica natureza,
dos mesmos titulares, exceto nos casos de lançamentos a crédito
na hipótese de que trata o inciso II do artigo 2º;
III – nos lançamentos em contas correntes de depósito das
sociedades corretoras de títulos, valores mobiliários e câmbio,
das sociedades distribuidoras de títulos e valores mobiliários,
das sociedades de investimento e fundos de investimento constituídos
nos termos dos artigos 49 e 50 da Lei nº 4.728, de 14 de julho de 1965,
das sociedades corretoras de mercadorias e dos serviços de liquidação,
compensação e custódia vinculados às bolsas de valores,
de mercadorias e de futuros, e das instituições financeiras não
referidas no inciso IV do artigo 2º, bem como das cooperativas de crédito,
desde que os respectivos valores sejam movimentados em contas correntes de depósito
especialmente abertas e exclusivamente utilizadas para as operações
a que se refere o § 3º deste artigo;
IV – nos lançamentos efetuados pelos bancos comerciais, bancos
múltiplos com carteira comercial e caixas econômicas, relativos
às operações a que se refere o § 3º deste artigo;
V – nos pagamentos de cheques, efetuados por instituição
financeira, cujos valores não tenham sido creditados em nome do beneficiário
nas contas referidas no inciso I do artigo 2º;
VI – nos lançamentos relativos aos ajustes diários exigidos
em mercados organizados de liquidação futura e específico
das operações a que se refere o inciso V do artigo 2º.
§ 1º – O Banco Central do Brasil, no exercício de sua
competência, expedirá normas para assegurar o cumprimento do disposto
nos incisos I, II e VI deste artigo, objetivando, inclusive por meio de documentação
específica, a identificação dos lançamentos previstos
nos referidos incisos.
.............................................................................................................................................................................”
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