Trabalho e Previdência
DECRETO
2.490, DE 4-2-98
(DO-U DE 5-2-98)
TRABALHO
CONTRATO DE TRABALHO – Prazo Determinado
Regulamenta as normas relativas ao contrato de trabalho por prazo determinado instituído pela Lei 9.601, de 21-1-98 (Informativo 03/98).
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe
confere o art. 84, inciso IV, da Constituição, e tendo em vista
o disposto na Lei nº 9.601, de 21 de janeiro de 1998, DECRETA:
Art. 1º – As convenções e os acordos coletivos de trabalho
poderão instituir contrato de trabalho por prazo determinado, de que
trata o art. 443 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), independentemente
das condições estabelecidas em seu § 2º, em qualquer
atividade desenvolvida pela empresa ou estabelecimento, para admissões
que representem acréscimo no número de empregados.
Parágrafo único – É vedada a contratação
de empregados por prazo determinado, na forma do caput, para substituição
de pessoal regular e permanente contratado por prazo indeterminado.
Art. 2º – Fica o empregador obrigado a anotar na Carteira de Trabalho
e Previdência Social (CTPS) do empregado a sua condição
de contratado por prazo determinado, com indicação do número
da lei de regência, e a discriminar em separado na folha de pagamento
tais empregados.
Art. 3º – Em relação ao mesmo empregado, o contrato
por prazo determinado na forma da Lei nº 9.601, de 21 de janeiro de 1998,
será de no máximo dois anos, permitindo-se, dentro deste período,
sofrer sucessivas prorrogações, sem acarretar o efeito previsto
no art. 451 da CLT.
Parágrafo único – O contrato por prazo determinado poderá
ser sucedido por outro por prazo indeterminado.
Art. 4º – Os depósitos mensais vinculados previstos no art.
2º, parágrafo único, da Lei nº 9.601/98, serão
estipulados pelas partes nas convenções ou acordos coletivos.
§ 1º– As partes deverão pactuar sobre o valor dos depósitos
mensais vinculados, o estabelecimento bancário receptor, a periodicidade
de saque e as demais condições inerentes.
§ 2º – O pacto acerca dos depósitos mensais vinculados
não desonera o empregador de efetuar os depósitos para o Fundo
de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).
§ 3º – Os depósitos de que trata o caput deste artigo
não têm natureza salarial.
Art. 5º – A média aritmética prevista no art. 3º,
parágrafo único, da Lei nº 9.601/98, abrangerá o período
de 1º de julho a 31 de dezembro de 1997.
§ 1º – Para se alcançar a média aritmética,
adotar-se-ão os seguintes procedimentos:
a) apurar-se-á a média mensal, somando-se o número de empregados
com vínculo empregatício por prazo indeterminado de cada dia do
mês e dividindo-se o seu somatório pelo número de dias do
mês respectivo:;
b) apurar-se-á a média semestral pela soma das médias mensais
dividida por seis.
§ 2º – Os estabelecimentos instalados ou os que não possuíam
empregados contratados por prazo indeterminado a partir de 1º de julho
de 1997 terão sua média aritmética aferida contando-se
o prazo de seis meses a começar do primeiro dia do mês subseqüente
à data da primeira contratação por prazo indeterminado.
Art. 6º – Fixada a média semestral, para se alcançar
o número máximo de empregados que poderão ser contratados
na modalidade do contrato por prazo determinado
nos termos da Lei nº 9.601/98, proceder-se-á da seguinte forma:
I – para estabelecimentos com média semestral até 49 empregados,
aplicar-se-á o percentual de cinqüenta por cento;
II – para estabelecimentos com média semestral de cinqüenta
a 199 empregados, subtrair-se-á 49 empregados, aplicando-se o percentual
de 35% sobre o remanescente, somando-se ao resultado 24,5 empregados;
III – para estabelecimentos com média semestral igual ou superior
a duzentos empregados, subtrair-se-á 199 empregados e aplicar-se-á
o percentual de vinte por cento sobre o remanescente, somando-se ao resultado
77 empregados.
Parágrafo único – No resultado obtido nos termos deste artigo,
as frações decimais até quatro décimos serão
desprezadas, considerando-se o número inteiro, e para as frações
decimais iguais ou superiores a cinco décimos considerar-se-á
o número inteiro imediatamente superior.
Art. 7º – A redução de alíquotas, prevista no
art. 2º da Lei nº 9.601/98, será assegurada mediante depósito
no órgão regional do Ministério do Trabalho do contrato
escrito firmado entre empregado e empregador.
§ 1º – Para efetuar o depósito, o interessado apresentará
os seguintes documentos:
a) requerimento de depósito, dirigido ao Delegado Regional do Trabalho,
onde o empregador declarará, sob as penas da lei, que no momento da contratação
se encontra adimplente junto ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e
FGTS e que as admissões representam acréscimo no número
de empregados e obedecem aos percentuais legais;
b) cópia da convenção ou acordo coletivo;
c) segunda via dos contratos de trabalho por prazo determinado;
d) relação dos empregados contratados, que conterá, dentre
outras informações, o número da CTPS, o número de
inscrição do trabalhador no Programa de Integração
Social (PIS) e as datas de início e de término do contrato especial
por prazo determinado.
§ 2º – Para a prorrogação do contrato de trabalho,
exigir-se-á depósito do novo instrumento no órgão
regional do Ministério do Trabalho.
Art. 8º – O Ministério do Trabalho, por intermédio
de cada Delegacia Regional do Trabalho, comunicará mensalmente ao órgão
regional do INSS e ao agente operador do FGTS, para fins de controle do recolhimento
das contribuições mencionadas nos incisos I e II do art. 2º
da Lei nº 9.601/98, os dados disponíveis nos contratos depositados,
principalmente:
I – qualificação da empresa;
II – nome, número da CTPS e número do PIS do empregado;
III – data de início e de término dos contratos de trabalho;
IV – outras informações relevantes da convenção
ou acordo coletivo.
Art. 9º – Os sindicatos ou empregados prejudicados poderão
denunciar ao órgão regional do Ministério do Trabalho situações
de descumprimento da Lei nº 9.601/98.
Art. 10 – A inobservância de quaisquer dos requisitos previstos
na Lei nº 9.601/98 e neste Decreto descaracteriza o contrato por prazo
determinado na forma do art. 1º da referida Lei, que passa a gerar os efeitos
próprios dos contratos por prazo indeterminado.
Art. 11 – Caberá à fiscalização do Ministério
do Trabalho e do INSS, no âmbito de suas competências, observar
o fiel cumprimento das disposições contidas na Lei nº 9.601/98
e neste Decreto.
Art. 12 – As penalidades previstas no art. 7º da Lei nº 9.601/98
serão aplicadas pela autoridade competente do Ministério do Trabalho,
de acordo com o disposto no Título VII da CLT, e pela autoridade competente
do INSS, de acordo com o Decreto nº 2.173, de 5 de março de 1997.
Art. 13 – Caberá ao INSS e ao agente operador do FGTS expedir atos
normativos referentes aos recolhimentos da sua área de competência,
previstos nos incisos I e II do art. 2º da Lei nº 9.601/98.
Art. 14 – Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.
(FERNANDO HENRIQUE CARDOSO; Paula Paiva)
ESCLARECIMENTO:
Os artigos 443 e 451 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT),
aprovada pelo Decreto-Lei 5.452, de 1-5-43 (DO-U, de 9-8-43), foram remissionados
ao final da Lei 9.601/98.
O Decreto 2.173, de 5-3-97 (Separata/97), aprovou o Regulamento da Organização
e do Custeio da Seguridade Social.
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