Simples/IR/Pis-Cofins
LEI
9.808, DE 20-7-99
(DO-U DE 21-7-99)
PESSOAS
JURÍDICAS
INCENTIVO FISCAL
Prorrogação da Vigência
Prorroga
a vigência dos incentivos fiscais para o desenvolvimento regional, bem
como modifica as normas que restabeleceram a faculdade de a pessoa jurídica
optar pela aplicação de parcelas do Imposto de Renda, devido em
depósito para reinvestimento, no FINOR, FINAM e FUNRES, em substituição
à Medida Provisória 1.740-32, de 2-6-99 (Informativo 22/99).
Altera os artigos 5º, 7º, 9º, 10, 12, 13 e 15 da Lei 8.167, de
16-1-91.
O PRESIDENTE
DA REPÚBLICA. Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu
sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º – Os recursos decorrentes da dedução em favor
do Fundo de Investimentos do Nordeste (FINOR), do Fundo de Investimentos da
Amazônia (FINAM) e do Fundo de Recuperação Econômica
do Estado do Espírito Santo (FUNRES), de que trata o artigo 1º,
parágrafo único, alíneas “a”, “b”
e “g” do Decreto-Lei nº 1.376, de 12 de dezembro de 1974, poderão
ser aplicados em empreendimentos não governamentais de infra-estrutura
(energia, telecomunicações, transportes, abastecimento de água,
produção de gás e instalação de gasodutos
e esgotamento sanitário), além das destinações legais
atualmente previstas.
§ 1º – A aplicação de que trata este artigo deverá
ser realizada na forma do artigo 9º da Lei nº 8.167, de 16 de janeiro
de 1991.
§ 2º – Caso as empresas titulares dos projetos sejam constituídas
na forma de companhias abertas, devem ser observadas as seguintes condições
especiais:
I – considera-se acionista controlador aquele assim definido no artigo
116 da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976;
II – a participação acionária mínima para
assegurar a aplicação direta será de dois décimos
por cento do capital social, independentemente da vinculação do
acionista ao grupo controlador.
§ 3º – Nos demais casos, serão observadas as normas do
artigo 9º da Lei nº 8.167, de 1991, aplicando-se o percentual de que
trata o seu § 4º.
Art. 2º – Os dispositivos da Lei nº 8.167, de 1991, adiante
referidos, passam a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 5º – ...........................................................................................................................
...........................................................................................................................”
“II – em ações ordinárias ou preferenciais,
observada a legislação das sociedades por ações.”
(NR)
“...........................................................................................................................”
“§ 4º – As debêntures a serem subscritas com os
recursos dos Fundos deverão ter garantia real ou flutuan-te, cumulativamente
ou não, admitida, em relação à primeira, sua constituição
em concorrência com outros créditos, a critério do Banco
Operador, além de fiança prestada pela empresa e acionistas.”
(NR)
“§ 5º – A emissão de debêntures se fará
por escritura pública ou particular.” (NR)
“...........................................................................................................................”
“§ 8º – Na hipótese de debêntures com garantia
flutuante, a empresa emissora deverá assumir, na escritura de emissão,
a obrigação de não alienar ou onerar bem imóvel
que faça parte do projeto sem a prévia e expressa autorização
da Superintendência de Desenvolvimento Regional, o que deverá ser
averbado no competente registro.”
“Art. 7º – ...........................................................................................................................
...........................................................................................................................”
“II – pelo valor patrimonial, com base no balanço da empresa
do último exercício;” (NR)
“...........................................................................................................................”
“Art. 9º – ...........................................................................................................................
...........................................................................................................................”
“§ 4º – Relativamente aos projetos considerados pelos
Conselhos Deliberativos das Superintendências de Desenvolvimento Regional,
com base em parecer técnico de sua Secretaria
Executiva, estruturadores para a economia regional e prioritários para
o seu desenvolvimento, o limite de que trata o § 2º deste artigo será
de cinco por cento.” (NR)
“...........................................................................................................................”
“§ 6º – Os investidores que se enquadrarem na hipótese
deste artigo deverão comprovar essa situação antecipadamente
à aprovação do projeto, salvo nas hipóteses de transferência
do controle acionário, devidamente autorizado pelo Conselho Deliberativo
da respectiva Superintendência de Desenvolvimento Regional, com base em
parecer técnico de sua Secretaria Executiva, e, nos casos de participação
conjunta minoritária, quando observada qualquer das condições
previstas no § 8º deste artigo.” (NR)
“§ 7º – ...........................................................................................................................”
“I - quando o controle acionário ocorrer de forma isolada, sob
a modalidade de ações ordinárias ou preferenciais, observadas
as normas das sociedades por ações;” (NR)
“...........................................................................................................................”
“§ 8º – Os Conselhos Deliberativos das Superintendências
de Desenvolvimento Regional poderão, excepcionalmente, autorizar, com
base em parecer técnico de sua Secretaria Executiva, o ingresso de novo
acionista com a participação mínima exigida no § 2º
ou no § 4º, com o objetivo de aplicação do incentivo
na forma estabelecida neste artigo, desde que:
I – a nova participação acionária, devidamente comprovada,
seja representada por subscrição e integralização
de capital novo e não por transferência de ações
existentes;
II – a nova participação acionária minoritária
venha garantir os recursos de incentivos anteriormente previstos, em substituição
às deduções de pessoa jurídica ou grupo de empresas
coligadas que:
a) tenha sofrido processo de concordata, falência ou liquidação;
ou
b) não tenha apresentado, nas declarações do Imposto de
Renda dos dois últimos exercícios, capacidade de geração
de incentivo compatível com os compromissos assumidos por ocasião
da aprovação do projeto, com base em parecer técnico da
Secretaria Executiva da respectiva Superintendência de Desenvolvimento
Regional.”
“§ 9º – Nas hipóteses de fusão, incorporação
ou cisão de pessoa jurídica titular de participação
acionária, o direito à utilização do incentivo,
na forma estabelecida neste artigo, será automaticamente transferido
à pessoa jurídica sucessora.”
“Art. 10 – ...........................................................................................................................
...........................................................................................................................”
“§ 4º – Os bancos Operadores ficam responsáveis
pela conversão de que trata o artigo 5º desta Lei.” (NR)
“Art. 12 – ...........................................................................................................................”
“§ 1º – O descumprimento do disposto no caput deste artigo,
que caracterize desvio da aplicação de recursos, resultará:”
(NR)
“...........................................................................................................................”
“II – no recolhimento, pela empresa beneficiária, ao Banco
Operador, das quantias recebidas, atualizadas pelo mesmo índice adotado
para os tributos federais, a partir da data de seu recebimento, acrescidas de
multa de dez por cento e de juros de mora de um por cento ao mês, deduzidas,
no caso de aplicação de recursos sob a forma de debêntures,
as parcelas já amortizadas.” (NR)
“...........................................................................................................................”
“§ 4º – Poderão, igualmente, ser cancelados pelo
Conselho Deliberativo os incentivos concedidos a empresas:
I – que não tenham iniciado a implantação física
de seus projetos no prazo de seis meses após sua aprovação,
salvo motivo de força maior, devidamente reconhecido pela Superintendência
de Desenvolvimento Regional;
II – que, em função de inadimplências para com a Superintendência
de Desenvolvimento Regional, tenham tido suspensas as liberações
dos recursos por período superior a seis meses consecutivos;
III – cujos projetos se tenham tornado inviáveis, em função
de fatores supervenientes de natureza técnica, econômica, financeira,
mercadológica ou legal;
IV – que tenham desistido da implantação de seus projetos.”
“§ 5º – Nas hipóteses de que tratam os incisos
II, III e IV do parágrafo anterior, se ficar evidenciado que os recursos
dos Fundos foram aplicados corretamente, a Superintendência de Desenvolvimento
Regional poderá conceder prazo para recompra das ações
e resgate das debêntures emitidas pela empresa e que integrem a carteira
do Fundo.”
“§ 6º – Nos casos previstos no parágrafo anterior,
salvo com relação aos projetos inviáveis, a Superintendência
de Desenvolvimento Regional poderá, previamente, conceder prazo para
transferência do controle acionário, só se aplicando aquela
regra se essa transferência não se efetivar.”
“§ 7º – Em qualquer hipótese, se forem constatados
indícios de desvio na aplicação dos recursos liberados,
aplicam-se as regras dos artigos 12 a 15 desta Lei.”
“Art. 13 – A apuração dos desvios das aplicações
dos recursos dos Fundos será feita mediante processo administrativo a
ser instaurado pela Superintendência de Desenvolvimento Regional que solicitará,
quando julgar necessário, a participação do Banco Operador,
admitida ao infrator ampla defesa.” (NR)
“Art. 15 – As importâncias recebidas, na forma do artigo 12,
reverterão em favor do Fundo correspondente, cabendo ao Banco Operador
respectivo, caso os títulos já tenham sido negociados, promover
a emissão de novas quotas.” (NR)
Art. 3º – Fica vedada a transferência para fora da região
de máquinas e equipamentos adquiridos com a participação
dos recursos do FINOR ou do FINAM e integrantes de projetos aprovados pela SUDENE
ou SUDAN, salvo se aprovada pela Secretaria Executiva da Superintendência
de Desenvolvimento Regional, com base em parecer técnico que a justifique.
§ 1º – O descumprimento do disposto neste artigo sujeitará
a empresa infratora ao recolhimento ao Banco Operador das importâncias
liberadas para aquisição dos bens transferidos, corrigidos pelo
índice oficial adotado para atualização do valor dos tributos
federais.
§ 2º – Aplicam-se à hipótese de que trata este
artigo as disposições do § 3º do artigo 12 e dos artigos
13, 15 e 17 da Lei nº 8.167, de 1991.
Art. 4º – Serão concedidos aos empreendimentos que se implantarem,
modernizarem, ampliarem ou diversificarem no Nordeste e na Amazônia e
que sejam considerados de interesse para o desenvolvimento destas regiões,
segundo avaliações técnicas específicas das respectivas
Superintendências de Desenvolvimento, até 31 de dezembro de 2010,
os seguintes benefícios:
I – isenção do Adicional ao Frete para Renovação
da Marinha Mercante (AFRMM);
II – isenção do IOF nas operações de câmbio
realizadas para pagamento de bens importados.
Art. 5º – O artigo 2º da Lei nº 9.126, de 10 de novembro
de 1995, passa a vigorar com as seguintes alterações que se aplicam,
inclusive, às debêntures subscritas anteriormente à vigência
da referida Lei:
“Art. 2º – ...........................................................................................................................”
“§ 1º – As debêntures de que trata este artigo terão
prazo de carência equivalente ao prazo de implantação do
projeto, definido no parecer da Secretaria Executiva e aprovada pelo Conselho
Deliberativo da Superintendência de Desenvolvimento Regional.” (NR)
“§ 2º – O prazo de carência poderá ser prorrogado,
quando a implantação do projeto sofrer retardamento em função
de fatores que não possam ser imputados à responsabilidade da
empresa beneficiária dos incentivos. A prorrogação dependerá
de aprovação do Conselho Deliberativo da Superintendência
de Desenvolvimento Regional, com base em parecer técnico de sua Secretaria
Executiva.”
“§ 3º – No caso de debêntures cujo prazo de carência
tenha expirado anteriormente a 13 de novembro de 1995, poderão, igualmente,
ser prorrogados os prazos de amortização e vencimento, observadas
as condições do parágrafo anterior.”
Art. 6º – Ficam os bancos operadores dos Fundos de Investimentos
Regionais de que trata o Decreto-Lei nº 1.376, de 1974, autorizados a renegociar
débitos vencidos relativos às debêntures subscritas pelos
referidos Fundos, na forma prevista no artigo 5º da Lei nº 8.167,
de 1991, exclusivamente para os casos em que a falta de pagamento tenha decorrido
de fatores que não possam ser imputados à responsabilidade da
empresa beneficiária do incentivo, observados os limites e critérios
a serem estabelecidos em decreto do Poder Executivo.
Art. 7º – A exigência da garantia real, de que trata o §
4º do artigo 5º da Lei nº 8.167, de 1991, com a redação
dada pelo artigo 2º desta Lei, não se aplica a debêntures
a serem emitidas pelas empresas titulares de projetos aprovados até 20
de dezembro de 1996.
Art. 8º – Nas ações judiciais em que se discuta matéria
relativa aos Fundos de Investimentos Regionais, tendo como réu o Banco
Operador, a respectiva Superintendência Regional figurará como
litisconsorte passivo necessário.
Art. 9º – Na definição de programas setoriais de desenvolvimento,
será considerado o impacto regional das medidas a serem adotadas, levando-se
em conta, prioritariamente, a capacidade de geração de empregos
e os efeitos sobre o meio ambiente.
Art. 10 – As agências financeiras federais, de âmbito nacional,
deverão programar suas aplicações de forma regionalizada,
conferindo prioridade aos investimentos nas regiões Norte e Nordeste
e nos Municípios que foram inseridos na área de atuação
da SUDENE, por força da Lei nº 9.690, de 15 de julho de 1998.
Art. 11 – O inciso II do artigo 5º da Lei nº 7.827, de 27 de
setembro de 1989, passa a vigorar com a seguinte redação:
“II – Nordeste, a região abrangida pelos Estados do Maranhão,
Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco,
Alagoas, Sergipe e Bahia, além das partes dos Estados de Minas Gerais
e Espírito Santo incluídas na área de atuação
da SUDENE;” (NR)
Art. 12 – (VETADO)
Art. 13 – Ficam convalidados os atos praticados com base na Medida Provisória
nº 1.740-32, de 2 de junho de 1999.
Art. 14 – Esta Lei entra em vigor na data de sua aplicação.
Art. 15 – Revogam-se as disposições em contrário.
(FERNANDO HENRIQUE CARDOSO; Pedro Malan; Martus Antônio Rodrigues Tavares;
Pedro Parente)
ESCLARECIMENTO:
O artigo 116 da Lei 6.404, de 15-12-76 – Lei das Sociedades por Ações
–, estabelece que entende-se por acionista controlador a pessoa, natural
ou jurídica, ou o grupo de pessoas vinculadas por acordo de voto, ou
sob controle comum, que:
a) é titular de direitos de sócio que lhes assegurem, de modo
permanente, a maioria dos votos nas deliberações da assembléia-geral
e o poder de eleger a maioria dos administradores da companhia; e
b) usa efetivamente seu poder para dirigir as atividades sociais e orientar
o funcionamento dos órgãos da companhia.
REMISSÃO:
LEI 8.167, DE 16-1-91
“...........................................................................................................................
Art. 5º – Os Fundos de Investimentos aplicarão os seus recursos,
a partir do orçamento de 1991, sob a forma de subscrição
de debêntures, conversíveis ou não em ações,
de emissão das empresas beneficiárias, observando-se que a conversão
somente ocorrerá:
...........................................................................................................................
Art. 7º – Para efeito de avaliação, os títulos
integrantes da carteira dos Fundos de Investimentos serão computados:
...........................................................................................................................
Art. 9º – As agências de Desenvolvimento Regional e os Bancos
Operadores assegurarão às pessoas jurídicas ou grupos de
empresas coligadas que, isolada ou conjuntamente, detenham, pelo menos, cinqüenta
e um por cento do capital votante de sociedade titular de projeto beneficiário
do incentivo, a aplicação, nesse projeto, de recursos equivalentes
a setenta por cento do valor das opções de que trata o artigo
1º, inciso I.
...........................................................................................................................
§ 7º – A aplicação dos recursos dos Fundos relativos
às pessoas jurídicas ou grupos de empresas coligadas que se enquadrarem
na hipótese deste artigo será realizada:
...........................................................................................................................
Art. 10 – Aos Conselhos Deliberativos das Superintendências de Desenvolvimento
Regional caberá:
...........................................................................................................................
Art. 12 – A aplicação dos recursos dos Fundos será
realizada em estrita consonância com os objetivos do projeto e em conformidade
com todas as cláusulas condicionantes, quando da sua aprovação
pelo Conselho Deliberativo das Superintendências de Desenvolvimento Regional.
...........................................................................................................................
§ 3º – Após o recolhimento dos recursos, a empresa beneficiária
emissora fica autorizada a proceder à redução do capital
social, proporcionalmente às ações subscritas pelo Fundo,
com o conseqüente cancelamento dos respectivos títulos.
...........................................................................................................................
Art. 17 – Considerar-se-ão solidariamente responsáveis pela
aplicação dos recursos dos Fundos liberados pelos Bancos Operadores
e recebidos a partir da data da publicação desta Lei a empresa
titular do projeto e seus acionistas controladores.
...........................................................................................................................”
LEI 9.126, DE 10-11-95 (INFORMATIVO 46/95)
“...........................................................................................................................
Art. 2º – As debêntures subscritas com recursos do Fundo de
Investimentos do Nordeste (FINOR), do Fundo de Investimentos da Amazônia
(FINAM), e do Fundo de Recuperação Econômica do Espírito
Santo (FUNRES), de que trata a Lei nº 8.167, de 16 de janeiro de 1991,
terão custos básicos equivalentes à TJLP, acrescidos de
outros encargos financeiros de quatro por cento ao ano.
...........................................................................................................................”
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