Legislação Comercial
MEDIDA
PROVISÓRIA 1.621-31, DE 13-1-98
(DO-U DE 14-1-98)
OUTROS
ASSUNTOS FEDERAIS
CADASTRO INFORMATIVO
Normas
DÉBITO FISCAL
Dispensa de Crédito – Parcelamento
DÍVIDA ATIVA
Não Inscrição
Reedita
as normas sobre o Cadastro Informativo (CADIN) dos créditos não
quitados de órgãos e entidades federais, bem como sobre o parcelamento
de débitos de qualquer natureza para com a Fazenda Nacional, em substituição
à Medida Provisória 1.621-30, de 12-12-97 (Informativo 51/97).
Acréscimo do § 8º ao artigo 84 da Lei 8.981, de 20-1-95 (Informativo
04/95); alteração do inciso II do artigo 3º da Lei 8.748,
de 9-12-93 (Informativo 49/93); dos artigos 33 e 43 do Decreto 70.235, de 6-3-72
(Informativo 08/94); e revogação do artigo 11 do Decreto-lei 352,
de 17-6-68 (DO-U de 21-6-68) e alterações posteriores; do artigo
10 do Decreto-lei 2.049 de 1-8-83 (Informativo 31/83); do artigo 11 do Decreto-lei
2.052, de 3-8-83 (Informativo 31/83); do artigo 11 do Decreto-lei 2.163, de
19-9-84 (Informativo 38/84); e dos artigos 91, 93 e 94 da Lei 8.981/95.
O PRESIDENTE
DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art.
62 da Constituição, adota a seguinte Medida Provisória,
com força de lei:
Art. 1º – O Cadastro Informativo de créditos não quitados
do setor público federal (CADIN) passa a ser regulado por esta Medida
Provisória.
Art. 2º – O CADIN conterá relação das pessoas
físicas e jurídicas que:
I – sejam responsáveis por obrigações pecuniárias
vencidas e não pagas, há mais de sessenta dias, para com órgãos
e entidades da Administração Pública Federal, direta e
indireta;
II – estejam com a inscrição nos cadastros indicados. do
Ministério da Fazenda, em uma das seguintes situações:
a) suspensa ou cancelada no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF);
b) declarada inapta perante o Cadastro Geral de Contribuintes (CGC).
§ 1º – Os órgãos e entidades a que se refere o
inciso I procederão, segundo normas próprias e sob sua exclusiva
responsabilidade, às inclusões no CADIN, de pessoas físicas
ou jurídicas que se enquadrem nas hipóteses previstas neste artigo.
§ 2º – Na data do registro, o órgão ou entidade
responsável expedirá comunicação ao devedor dando
ciência de sua inclusão no CADIN, fornecendo-lhe todas as informações
pertinentes ao débito.
§ 3º – A notificação expedida pela Secretaria
da Receita Federal ou pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, dando conhecimento
ao devedor da existência do débito ou da sua inscrição
em Dívida Ativa, atenderá o disposto no parágrafo anterior.
§ 4º – Comprovado ter sido regularizada a situação
que deu causa à inclusão no CADIN, o órgão ou entidade
responsável pelo registro procederá, no prazo de cinco dias úteis,
à respectiva baixa.
§ 5º – A inclusão no CADIN sem a expedição
da comunicação ou da notificação de que tratam os
§§ 2º e 3º, ou a não exclusão, nas condições
e no prazo previsto no § 4º, sujeitará o responsável
às penalidades cominadas pela Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de
1990, e pelo Decreto-lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943 (Consolidação
das Leis do Trabalho).
Art. 3º – As informações fornecidas pelos órgãos
e entidades integrantes do CADIN serão centralizadas no Sistema de Informações
do Banco Central do Brasil (SISBACEN), cabendo à Secretaria do Tesouro
Nacional expedir orientações de natureza normativa, inclusive
quanto ao disciplinamento das respectivas inclusões e exclusões.
Parágrafo único – As pessoas físicas e jurídicas
incluídas no CADIN terão acesso às informações
a elas referentes, diretamente junto ao órgão ou entidade responsável
pelo registro, ou, mediante autorização, por intermédio
de qualquer outro órgão ou entidade integrante do CADIN.
Art. 4º – A inexistência de registro no CADIN não implica
reconhecimento de regularidade de situação, nem elide a apresentação
dos documentos exigidos em lei, decreto ou demais atos normativos.
Art. 5º – O CADIN conterá as seguintes informações:
I – nome e número de inscrição no Cadastro Geral
de Contribuintes (CGC) ou no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF), do responsável
pelas obrigações de que trata o art. 2º, inciso I;
II – nome e outros dados identificadores das pessoas jurídicas
ou físicas que estejam na situação prevista no art. 2º,
inciso II, inclusive a indicação do número da inscrição
suspensa ou cancelada;
III – nome e número de inscrição no Cadastro Geral
de Contribuintes (CGC) do respectivo credor ou do órgão responsável
pela inclusão;
IV – data do registro.
Parágrafo único – Cada órgão ou entidade a
que se refere o inciso I, do art. 2º, manterá, sob sua responsabilidade,
cadastro contendo informações detalhadas sobre as operações
ou situações que tenham registrado no CADIN, inclusive para atender
o que dispõe o parágrafo único do art. 3º.
Art. 6º – É obrigatória a consulta prévia ao
CADIN, pelos órgãos e entidades da Administração
Pública Federal, direta e indireta, para:
I – realização de operações de crédito
que envolvam a utilização de recursos públicos;
II – concessão de incentivos fiscais e financeiros;
III – celebração de convênios, acordos, ajustes ou
contratos que envolvam desembolso, a qualquer título, de recursos públicos,
e respectivos aditamentos.
Parágrafo único – O disposto neste artigo não se
aplica:
a) à concessão de auxílios a municípios atingidos
por calamidade pública decretada pelo Governo Federal;
b) às operações destinadas à composição
e regularização dos créditos e obrigações
objeto de registro no CADIN, sem desembolso de recursos por parte do órgão
ou entidade credora;
c) às operações relativas ao crédito educativo e
ao penhor civil de bens de uso pessoal ou doméstico.
Art. 7º – A existência de registro no CADIN há mais
de trinta dias constitui fator impeditivo para a celebração de
qualquer dos atos previstos no artigo anterior.
§ 1º – Não se aplica o disposto no caput deste artigo
quando o devedor comprove que:
a) ajuizada ação, com o objetivo de discutir a natureza da obrigação
ou seu valor, tenha oferecido garantia idônea e suficiente ao Juízo,
na forma da lei;
b) esteja suspensa a exigibilidade do crédito objeto do registro, nos
termos da lei.
§ 2º – O devedor poderá efetuar depósito do valor
integral do débito que deu causa ao registro no CADIN, na forma estabelecida
pelo Poder Executivo, para assegurar a imediata suspensão do impedimento
de que trata este artigo.
§ 3º – Na hipótese de o devedor não comprovar
o pagamento ou a inexistência do débito, no prazo de trinta dias,
a importância do depósito de que trata o parágrafo anterior
será utilizada na quitação total ou parcial do débito,
salvo a hipótese de ajuizamento de ação para discutir a
natureza da obrigação ou seu valor.
§ 4º – Em caso de relevância e urgência, e nas condições
que estabelecerem, o Ministro de Estado da Fazenda e o Ministro de Estado sob
cuja supervisão se encontre o órgão ou entidade credora
poderão suspender, em ato conjunto, o impedimento de que trata este artigo.
Art. 8º – A não observância do disposto no § 1º,
do art. 2º e nos arts. 6º e 7º desta Medida Provisória,
sujeita os responsáveis às sanções da Lei nº
8.112, de 1990, e do Decreto-lei nº 5.452, de 1943.
Art. 9º – Fica suspensa, até 31 de dezembro de 1998, a aplicação
do disposto no caput do art. 22, e no seu § 2º, do Decreto-lei nº
147, de 3 de fevereiro de 1967, na redação que lhes deram o art.
4º, do Decreto-lei nº 1.687, de 18 de julho de 1979, e o art. 10 do
Decreto-lei nº 2.163, de 19 de setembro de 1984.
Parágrafo único – O Ministro de Estado da Fazenda estabelecerá
cronograma, prioridades e condições para a remessa, às
unidades da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, dos débitos passíveis
de inscrição em Dívida Ativa da União e cobrança
judicial.
Art. 10 – Os débitos de qualquer natureza para com a Fazenda Nacional
poderão ser parcelados em até trinta parcelas mensais, a exclusivo
critério da autoridade fazendária, na forma e condições
previstas nesta Medida Provisória.
Parágrafo único – O Ministro de Estado da Fazenda poderá
delegar, com ou sem o estabelecimento de alçadas de valor, a competência
para autorizar o parcelamento.
Art. 11 – Ao formular o pedido de parcelamento, o devedor deverá
comprovar o recolhimento de valor correspondente à primeira parcela,
conforme o montante do débito e o prazo solicitado.
§ 1º – Observados os limites e condições estabelecidos
em portaria do Ministro de Estado da Fazenda, em se tratando de débitos
inscritos em Dívida Ativa, a concessão do parcelamento fica condicionada
à apresentação, pelo devedor, de garantia real ou fidejussória,
inclusive fiança bancária, idônea e suficiente para o pagamento
do débito, exceto quando se tratar de microempresas e empresas de pequeno
porte optantes pela inscrição no Sistema Integrado de Pagamento
de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de
Pequeno Porte (SIMPLES), de que trata a Lei nº 9.317, de 5 de dezembro
de 1996.
§ 2º – Enquanto não deferido o pedido, o devedor fica
obrigado a recolher, a cada mês, como antecipação, valor
correspondente a uma parcela.
§ 3º – O não cumprimento do disposto neste artigo implicará
o indeferimento do pedido.
§ 4º – Considerar-se-á automaticamente deferido o parcelamento,
em caso de não manifestação da autoridade fazendária
no prazo de noventa dias contados da data da protocolização do
pedido.
§ 5º – O pedido de parcelamento constitui confissão irretratável
de dívida, mas a exatidão do valor dele constante poderá
ser objeto de verificação.
§ 6º – Atentendo ao princípio da economicidade, observados
os termos, os limites e as condições estabelecidos em ato do Ministro
de Estado da Fazenda, poderá ser concedido, de ofício, parcelamento
simplificado, importando o pagamento da primeira parcela confissão irretratável
da dívida e adesão ao sistema de parcelamento de que trata esta
Medida Provisória.
§ 7º – Ao parcelamento de que trata o parágrafo anterior
não se aplica a vedação contida no parágrafo único
do art. 14.
Art. 12 – O débito objeto do parcelamento, nos termos desta Medida
Provisória, será consolidado na data da concessão, deduzido
o valor dos recolhimentos efetuados como antecipação, na forma
do disposto no art. 11 e seu § 2º, e dividido pelo número de
parcelas restantes.
§ 1º – Para os fins deste artigo, os débitos expressos
em Unidade Fiscal de Referência (UFIR) terão o seu valor convertido
em moeda nacional, adotando-se, para esse fim, o valor da UFIR na data da concessão.
§ 2º – No caso de parcelamento de débito inscrito como
Dívida Ativa, o devedor pagará as custas, emolumentos e demais
encargos legais.
§ 3º – O valor mínimo de cada parcela será fixado
pelo Ministro de Estado da Fazenda.
Art. 13 – O valor de cada prestação mensal, por ocasião
do pagamento, será acrescido de juros equivalentes à taxa referencial
do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (SELIC)
para títulos federais, acumulada mensalmente, calculados a partir da
data do deferimento até o mês anterior ao do pagamento, e de um
por cento relativamente ao mês em que o pagamento estiver sendo efetuado.
Parágrafo único – A falta de pagamento de duas prestações
implicará imediata rescisão do parcelamento e, conforme o caso,
a remessa do débito para a inscrição em Dívida Ativa
da União ou o prosseguimento da execução, vedado, em qualquer
caso, o reparcelamento.
Art. 14 – É vedada a concessão de parcelamento de débitos
relativos a:
I – Imposto de Renda Retido na Fonte ou descontado de terceiros e não
recolhido ao Tesouro Nacional;
II – Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio
e Seguro e sobre Operações relativas a Títulos e Valores
Mobiliários – IOF, retido e não recolhido ao Tesouro Nacional;
III – imposto de renda decorrente de realização de lucro
inflacionário na forma do art. 31 da Lei nº 8.541, de 23 de dezembro
de 1992, ou devido mensalmente na forma do art. 27 da Lei nº 8.981, de
20 de janeiro de 1995, exceto quando se tratar de microempresa ou empresa de
pequeno porte, como definidas na Lei nº 9.317, de 1996;
IV – valores recebidos pelos agentes arrecadadores não recolhidos
aos cofres públicos.
Parágrafo único – É vedada, igualmente, a concessão
de parcelamento de débitos enquanto não integralmente pago parcelamento
anterior, relativo ao mesmo tributo, contribuição ou qualquer
outra exação.
Art. 15 – Observados os requisitos e condições estabelecidos
nesta Medida Provisória, os parcelamentos de débitos vencidos
até 31 de outubro de 1996 poderão ser efetuados em até:
I – 72 – prestações, se solicitados até 31
de maio de 1997;
II – 60 prestações, se solicitados até 30 de junho
de 1997;
III – 48 prestações, se solicitados até 31 de julho
de 1997;
IV – 36 prestações, se solicitados até 31 de agosto
de 1997;
§ 1º – O disposto neste artigo aplica-se aos débitos
de qualquer natureza para com a Fazenda Nacional, inscritos ou não como
Dívida Ativa, mesmo em fase de execução fiscal já
ajuizada, ou que tenham sido objeto de parcelamento anterior, não integralmente
quitado, ainda que cancelado por falta de pagamento.
§ 2º – A vedação de que trata o art. 14, na hipótese
a que se refere este artigo, não se aplica a entidades esportivas e entidades
assistenciais, sem fins lucrativos.
Art. 16 – Os débitos para com a Fazenda Nacional, decorrentes de
avais e outras garantias honradas em operações externas e internas
e os de natureza financeira transferidos à União por força
da extinção de entidades públicas federais, existentes
em 30 de setembro de 1996, incluindo eventuais repactuações, poderão
ser parcelados com prazo de até 72 meses, desde que os pedidos de parcelamento
sejam protocolizados até 15 de abril de 1997, obedecidos aos requisitos
e demais condições estabelecidos nesta Medida Provisória.
§ 1º – O saldo devedor da dívida será atualizado
no primeiro dia útil de cada mês, de acordo com a variação
da Taxa Referencial (TR), ocorrida no mês anterior, acrescida de doze
por cento ao ano, mais 0,5% (meio por cento) ao ano sobre o saldo devedor destinado
à administração do crédito pelo agente financeiro.
§ 2º – O parcelamento será formalizado, mediante a celebração
de contrato de confissão, consolidação e parcelamento de
dívida, sem implicar novação, junto ao Banco do Brasil
S.A., na qualidade de agente financeiro do Tesouro Nacional.
§ 3º – Os contratos de parcelamento das dívidas decorrentes
de honra de aval em operações externas incluirão, obrigatoriamente,
cláusula que autorize o bloqueio de recursos na rede bancária,
à falta de pagamento de qualquer parcela, decorridos trinta dias do vencimento.
Art. 17 – Fica acrescentado o seguinte parágrafo ao art. 84 da
Lei nº 8.981, de 1995:
“Art. 84 – ...............................................................................................................................................
...............................................................................................................................................
§ 8º – O disposto neste artigo aplica-se aos demais créditos
da Fazenda Nacional, cuja inscrição e cobrança como Dívida
Ativa da União seja de competência da Procuradoria-Geral da Fazenda
Nacional.”
Art. 18 – Ficam dispensados a constituição de créditos
da Fazenda Nacional, a inscrição como Dívida Ativa da União,
o ajuizamento da respectiva execução fiscal, bem assim cancelados
o lançamento e a inscrição, relativamente:
I – à contribuição de que trata a Lei nº 7.689,
de 15 de dezembro de 1988, incidente sobre o resultado apurado no período-base
encerrado em 31 de dezembro de 1988;
II – ao empréstimo compulsório instituído pelo Decreto-Lei
nº 2.288, de 23 de julho de 1986, sobre a aquisição de veículos
automotores e de combustível;
III – à contribuição ao Fundo de Investimento Social
(FINSOCIAL), exigida das empresas exclusivamente vendedoras de mercadorias e
mistas, com fundamento no art. 9º da Lei nº 7.689, de 1988, na alíquota
superior a 0,5% (meio por cento), conforme Leis nºs 7.787, de 30 de junho
de 1989, 7.894, de 24 de novembro de 1989, e 8.147, de 28 de dezembro de 1990,
acrescida no adicional de 0,1% (um décimo por cento) sobre os fatos geradores
relativos ao exercício de 1988, nos termos do art. 22 do Decreto-Lei
nº 2.397, de 21 de dezembro de 1987;
IV – ao imposto provisório sobre a movimentação ou
a transmissão de valores e de créditos e direitos de natureza
financeira (IPMF), instituído pela Lei Complementar nº 77, de 13
de julho de 1993, relativo ao ano-base 1993 e às imunidades previstas
no art. 150, inciso VI, alíneas “a”, “b”, “c”
e “d” da Constituição;
V – à taxa de licenciamento de importação, exigida
nos termos do art. 10 da Lei nº 2.145, de 29 de dezembro de 1953, com a
redação da Lei nº 7.690, de 15 de dezembro de 1988;
VI – à sobretarifa ao Fundo Nacional de Telecomunicações;
VII – ao adicional de tarifa portuária, salvo em se tratando de
operações de importação e exportação
de mercadorias quando objeto de comércio de navegação de
longo curso;
VIII – à parcela da contribuição ao Programa de Integração
Social exigida na forma do Decreto-Lei nº 2.445, de 29 de junho de 1988,
e do Decreto-Lei nº 2.449, de 21 de julho de 1988, na parte que exceda
o valor devido com fulcro na Lei Complementar nº 7, de 7 de setembro de
1970, e alterações posteriores;
IX – à Contribuição para o Financiamento da Seguridade
Social (COFINS), nos termos do art. 7º da Lei Complementar nº 70,
de 30 de dezembro de 1991, com a redação dada pelo art. 1º
da Lei Complementar nº 85, de 15 de fevereiro de 1996.
§ 1º – Os autos das execuções fiscais dos débitos
de que trata este artigo serão arquivados mediante despacho do Juiz,
ciente o Procurador da Fazenda Nacional, salvo a existência de valor remanescente
relativo a débitos legalmente exigíveis.
§ 2º – O disposto neste artigo não implicará restituição
de quantias pagas.
Art. 19 – Fica a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional autorizada a não
interpor recurso ou a desistir do que tenha sido interposto, desde que inexista
outro fundamento relevante, na hipótese de a decisão versar sobre:
I – matérias de que trata o artigo anterior;
II – matérias que, em virtude de jurisprudência pacífica
do Supremo Tribunal Federal, ou do Superior Tribunal de Justiça, sejam
objeto de ato declaratório do Procurador-Geral da Fazenda Nacional, aprovado
pelo Ministro de Estado da Fazenda.
§ 1º – Nas matérias de que trata este artigo, o Procurador
da Fazenda Nacional que atuar no feito deverá manifestar expressamente
o seu desinteresse em recorrer.
§ 2º – A sentença, ocorrendo a hipótese do parágrafo
anterior, não se subordinará ao duplo grau de jurisdição
obrigatório.
§ 3º – Encontrando-se o processo no Tribunal, poderá
o relator da remessa negar-lhe seguimento, desde que, intimado o Procurador
da Fazenda Nacional, haja manifestação de desinteresse.
Art. 20 – Serão arquivados, sem baixa na distribuição,
os autos das execuções fiscais de débitos inscritos como
Dívida Ativa da União pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional
ou por ela cobrados, de valor consolidado igual ou inferior a mil Unidades Fiscais
de Referência, salvo se contra o mesmo devedor existirem outras execuções
de débitos que, somados, ultrapassem o referido valor.
§ 1º – Os autos de execução a que se refere este
artigo serão reativados quando os valores dos débitos ultrapassarem
os limites indicados.
§ 2º – Serão extintas as execuções que
versem exclusivamente sobre honorários devidos à Fazenda Nacional
de valor igual ou inferior a cem Unidades Fiscais de Referência.
§ 3º – O disposto neste artigo não se aplica às
execuções relativas à contribuição para o
Fundo de Garantia do Tempo de Serviço.
Art. 21 – Fica isento do pagamento dos honorários de sucumbência
o autor da demanda de natureza tributária, proposta contra a União
(Fazenda Nacional), que desistir da ação e renunciar ao direito
sobre que ela se funda, desde que:
I – a decisão proferida no processo de conhecimento não
tenha transitado em julgado;
II – a renúncia e o pedido de conversão dos depósitos
judiciais em renda da União sejam protocolizados até 15 de setembro
de 1997.
Art. 22 – O pedido poderá ser homologado pelo Juiz, pelo relator
do recurso, ou pelo presidente do tribunal, ficando extinto o crédito
tributário, até o limite dos depósitos convertidos.
§ 1º – Na hipótese de a homologação ser
da competência do relator ou do presidente do tribunal, incumbirá
ao autor peticionar ao juiz de primeiro grau que houver apreciado o feito, informando
a homologação da renúncia para que este determine, de imediato,
a conversão dos depósitos em renda da União, independentemente
do retorno dos autos do processo ou da respectiva ação cautelar
à vara de origem.
§ 2º – A petição de que trata o parágrafo
anterior deverá conter o número da conta a que os depósitos
estejam vinculados e virá acompanhada de cópia da página
do órgão oficial onde tiver sido publicado o ato homologatório.
§ 3º – Com a renúncia da ação principal
deverão ser extintas todas as ações cautelares a ela vinculadas,
nas quais não será devida verba de sucumbência.
Art. 23 – O ofício para que o depositário proceda à
conversão de depósito em renda deverá ser expedido no prazo
máximo de quinze dias, contado da data do despacho judicial que acolher
a petição.
Art. 24 – As pessoas jurídicas de direito público são
dispensadas de autenticar as cópias reprográficas de quaisquer
documentos que apresentem em juízo.
Art. 25 – O termo de inscrição em Dívida Ativa da
União, a Certidão de Dívida
Ativa dele extraída e a petição inicial em processo de
execução fiscal poderão ser subscritos manualmente, ou
por chancela mecânica ou eletrônica, observadas as disposições
legais.
Art. 26 – Fica suspensa, até 31 de março de 1998, a restrição
para transferência de recursos federais a Estados, Distrito Federal e
Municípios destinados à execução de ações
sociais, e ações em faixa de fronteira em decorrência de
inadimplementos objeto de registro no Cadastro Informativo (CADIN) e no Sistema
Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (SIAFI).
§ 1º – Durante o período previsto no caput deste artigo,
ficam os Estados, o Distrito Federal e os Municípios dispensados da apresentação
de certidões exigidas em leis, decretos e outros atos normativos.
§ 2º – Não se aplica o disposto neste artigo aos débitos
junto ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
§ 3º – Os débitos para com a Fazenda Nacional, vencidos
até 31 de maio de 1996, não inscritos na Dívida Ativa da
União, de responsabilidade dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios
e de suas entidades da administração indireta, decorrentes, exclusivamente,
de convênios celebrados com a União, poderão ser parcelados
nas seguintes condições:
a) o pedido de parcelamento deverá ser encaminhado, até 31 de
agosto de 1996, ao órgão gestor do convênio inadimplido,
que o submeterá à Secretaria do Tesouro Nacional com manifestação
sobre a conveniência do atendimento do pleito;
b) o pedido deverá ser instruído com autorização
legislativa específica, inclusive quanto à vinculação
das receitas próprias do beneficiário ou controlador e das quotas
da repartição dos tributos a que se referem os arts. 155, 156,
157, 158 e 159, incisos I, alíneas “a” e “c”,
e II da Constituição;
c) o débito objeto do parcelamento será consolidado na data da
concessão;
d) o parcelamento será formalizado pela Procuradoria-Geral de Fazenda
Nacional mediante a celebração de contrato de confissão,
consolidação e parcelamento de dívida, com a interveniência
do Banco do Brasil S.A., na qualidade de Agente Financeiro do Tesouro Nacional,
nos termos de convênio a ser celebrado com a União;
e) o vencimento da primeira prestação será trinta dias
após a assinatura do contrato de parcelamento;
f) o pedido de parcelamento constitui confissão irretratável de
dívida, mas a exatidão do valor dele constante poderá ser
objeto de verificação.
§ 4º – Aos contratos celebrados nas condições
estabelecidas no parágrafo anterior aplica-se o disposto no art. 13 desta
Medida Provisória.
Art. 27 – Não cabe recurso de ofício das decisões
prolatadas, pela autoridade fiscal da jurisdição do sujeito passivo,
em processo relativo a restituição de impostos e contribuições
administrados pela Secretaria da Receita Federal, a ressarcimento de créditos
do Imposto sobre Produtos Industrializados.
Art. 28 – O inciso II do art. 3º da Lei nº 8.748, de 9 de dezembro
de 1993, passa a ter a seguinte redação:
“II – julgar recurso voluntário de decisão de primeira
instância nos processos relativos a restituição de impostos
e contribuições e a ressarcimento de créditos do Imposto
sobre Produtos Industrializados.”
Art. 29 – Os débitos de qualquer natureza para com a Fazenda Nacional
e os decorrentes de contribuições arrecadadas pela União,
constituídos ou não, cujos fatos geradores tenham ocorrido até
31 de dezembro de 1994, que não hajam sido objeto de parcelamento requerido
até 31 de agosto de 1995, expressos em quantidade de UFIR, serão
reconvertidos para Real, com base no valor daquela fixado para 1º de janeiro
de 1997.
§ 1º – A partir de 1º de janeiro de 1997, os créditos
apurados serão lançados em Reais.
§ 2º – Para fins de inscrição dos débitos
referidos neste artigo em Dívida Ativa da União, deverá
ser informado à Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional o valor originário
dos mesmos, na moeda vigente à época da ocorrência do fato
gerador da obrigação.
Art. 30 – Em relação aos débitos referidos no artigo
anterior, bem como aos inscritos em Dívida Ativa da União, passam
a incidir, a partir de 1º de janeiro de 1997, juros de mora equivalentes
à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e
Custódia (SELIC) para títulos federais, acumulada mensalmente,
até o último dia do mês anterior ao do pagamento, e de um
por cento no mês de pagamento.
Art. 31 – Ficam dispensados a constituição de créditos
da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a inscrição
na sua Dívida Ativa e o ajuizamento da respectiva execução
fiscal, bem assim cancelados o lançamento e a inscrição
relativamente:
I – à taxa de fiscalização e seus acréscimos,
de que trata a Lei nº 7.940, de 20 de dezembro de 1989, devida a partir
de 1º de janeiro de 1990 àquela autarquia, pelas companhias fechadas
beneficiárias de incentivos fiscais;
II – às multas cominatórias que tiverem sido aplicadas a
essas companhias nos termos da Instrução CVM nº 92, de 8
de dezembro de 1988.
§ 1º – O disposto neste artigo somente se aplica àquelas
companhias que tenham patrimônio líquido igual ou inferior a R$
10.000.000,00 (dez milhões de reais), conforme demonstrações
financeiras do último exercício social, devidamente auditadas
por auditor independente registrado na CVM e procedam ao cancelamento do seu
registro na CVM, mediante oferta pública de aquisição da
totalidade desses títulos, nos termos do art. 20 e seguintes da Instrução
CVM nº 265, de 18 de julho de 1997, caso tenham ações disseminadas
no mercado, em 31 de outubro de 1997.
§ 2º – Os autos das execuções fiscais dos débitos
de que trata este artigo serão arquivados mediante despacho do juiz,
ciente o Procurador da CVM, salvo a existência de valor remanescente relativo
a débitos legalmente exigíveis.
§ 3º – O disposto neste artigo não implicará restituição
de quantias pagas.
Art. 32 – Os arts. 33 e 43 do Decreto nº 70.235, de 6 de março
de 1972, que, por delegação do Decreto-Lei nº 822, de 5 de
setembro de 1969, regula o processo administrativo de determinação
e exigência de créditos tributários da União, passam
a vigorar com as seguintes alterações:
“Art. 33 – ...............................................................................................................................................
§ 1º – No caso em que for dado provimento a recurso de ofício,
o prazo para a interposição de recurso voluntário começará
a fluir da ciência, pelo sujeito passivo, da decisão proferida
no julgamento do recurso de ofício.
§ 2º – Em qualquer caso, o recurso voluntário somente
terá seguimento se o recorrente o instruir com prova do depósito
de valor correspondente a, no mínimo, trinta por cento da exigência
fiscal definida na decisão.”
“Art. 43 – ...............................................................................................................................................
...............................................................................................................................................
§ 3º – Após a decisão final no processo administrativo
fiscal, o valor depositado para fins de seguimento do recurso voluntário
será:
a) devolvido ao depositante, se aquela lhe for favorável;
b) convertido em renda, devidamente deduzido do valor da exigência, se
a decisão for contrária ao sujeito passivo e este não houver
interposto ação judicial contra a exigência no prazo previsto
na legislação.
§ 4º – Na hipótese de ter sido efetuado o depósito,
ocorrendo a posterior propositura de ação judicial contra a exigência,
a autoridade administrativa transferirá para conta à ordem do
juiz da causa, mediante requisição deste, os valores depositados,
que poderão ser complementados para efeito de suspensão da exigibilidade
do crédito tributário.”
Art. 33 – O direito de pleitear judicialmente a desconstituição
de exigência fiscal fixada pela primeira instância no julgamento
de litígio em processo administrativo fiscal regulado pelo Decreto nº
70.235, de 1972, extingue-se com o decurso do prazo de 180 dias, contados da
intimação da referida decisão.
§ 1º – No caso em que for dado provimento a recurso de ofício,
o prazo previsto no caput começará a fluir a partir da ciência
da primeira decisão contrária ao sujeito passivo.
§ 2º – Não se aplica à hipótese de que
trata este artigo o disposto no art. 1º do Decreto nº 20.910, de 6
de janeiro de 1932, e no art. 2º do Decreto-Lei nº 4.597, de 19 de
agosto de 1942.
§ 3º – A decisão administrativa final que eventualmente
fixe exigência superior a definida pela primeira instância de julgamento
enseja a abertura de novo prazo, como previsto no caput, para desconstituição
da exigência fiscal.
Art. 34 – Ficam convalidados os atos praticados com base na Medida Provisória
nº 1.621-30, de 12 de dezembro de 1997.
Art. 35 – Esta Medida Provisória entra em vigor na data de sua
publicação.
Art. 36 – Ficam revogados o art. 11 do Decreto-Lei nº 352, de 17
de junho de 1968, e alterações posteriores; o art. 10 do Decreto-Lei
nº 2.049, de 1º de agosto de 1983; o art. 11 do Decreto-Lei nº
2.052, de 3 de agosto de 1983; o art. 11 do Decreto-Lei nº 2.163, de 1984,
e os arts. 91, 93 e 94 da Lei nº 8.981, de 1995. (FERNANDO HENRIQUE CARDOSO;
Pedro Malan; Antonio Kandir)
ESCLARECIMENTO:
ARTIGO 2º, § 5º – A Lei 8.112, de 11-12-90 (Informativo
50/90), instituiu o regime jurídico dos servidores públicos civis
da União, das autarquias, inclusive as em regime especial, e das fundações
públicas federais.
ARTIGO 9º – O artigo 22, caput, do Decreto-lei 147, de 3-2-67 (DO-U
de 3-2-67), alterado pelo artigo 4º do Decreto-lei 1.687, de 18-7-79 (Informativo
29/79), estabelece que dentro de 90 dias da data em que se tornarem findos os
processos ou outros expedientes administrativos, pelo transcurso do prazo fixado
em lei, regulamento, portaria, intimação ou notificação,
para o recolhimento do débito para com a União, de natureza tributária
ou não tributária, as repartições públicas
competentes, sob regime de responsabilidade dos seus dirigentes, são
obrigadas a encaminhá-los à Procuradoria da Fazenda Nacional da
respectiva unidade federativa, para efeito de inscrição e cobrança
amigável ou judicial das dívidas deles originadas após
a apuração de sua liquidez e certeza.
O § 2º do artigo 22 do Decreto 147/67, alterado pelo artigo 10 do
Decreto-lei nº 2.163/84, estabelece que o exame do processo ou outro expediente
administrativo, a inscrição da dívida, a extração
da certidão e, se for o caso, sua remessa ao competente órgão
do Ministério Público, federal ou estadual, deverão ser
feitos no prazo máximo de cento e oitenta dias, contados da data do recebimento
do processo ou expediente pela Procuradoria, sob pena de responsabilidade de
quem der causa à demora.
ARTIGO 14, INC. III – O artigo 31 da Lei 8.541, de 23-12-92 (Informativo
52/92), estabelece que, à opção da pessoa jurídica,
o lucro inflacionário acumulado e o saldo credor da diferença
de correção monetária complementar IPC/BTNF, existente
em 31-12-92, corrigidos monetariamente, poderiam ser considerados realizados
mensalmente e tributados da seguinte forma:
a) 1/120 à alíquota de 20%; ou
b) 1/60 à alíquota de 18%; ou
c) 1/36 à alíquota de 15%; ou
d) 1/12 à alíquota de 10%; ou
e) em quota única à alíquota de 5%.
A opção mencionada deveria ser efetivada até 31-12-94,
sendo irretratável e manifestada através do pagamento do imposto.
ARTIGO 18:
– INCISOS I E III – o artigo 9º da Lei 7.689, de 15-12-88,
(Informativo 49 e 51/88), que instituiu a Contribuição Social
sobre o Lucro, manteve a cobrança do FINSOCIAL à alíquota
de 0,5%, incidente sobre o faturamento das empresas, conforme previsto no Decreto-lei
1.940, de 25-5-82 (Informativo 21/82).
As Leis 7.787, de 30-6-89 (Informativo 27/89), 7.894, de 24-11-89 (Informativo
48/89), e 8.147, de 28-12-90 (Informativo 53/90), alteraram a alíquota
do FINSOCIAL, respectivamente, para 1%, 1,20% e 2%.
– INCISO V – O artigo 10 da Lei 2.145, de 29-12-53 (DO-U de 29-12-53),
alterado pela Lei 7.690, de 15-12-88 (Informativo 49 e 51/88), estabelece que
a licença ou guia de importação ou documento equivalente
será emitida mediante o pagamento de taxa correspondente a 1,8% sobre
o valor constante dos referidos documentos, como ressarcimento dos custos incorridos
nos respectivos serviços.
– INCISO VIII – Os Decretos-leis 2.445, de 29-6-88 (Informativo
29/88), e 2.449, de 21-7-88 (Informativo 29/88), modificaram, a partir de 1-7-88,
a sistemática de cálculo e recolhimento das contribuições
do PIS.
A execução dos referidos Decretos-leis foi suspensa através
da Resolução 49 SF, de 9-10-95 (Informativo 41/95), em virtude
de terem sido declarados inconstitucionais pelo Supremo Tribunal Federal.
– INCISO IX – O artigo 7º da Lei Complementar 70, de 30-12-91
(Informativo 53/91), com a redação dada pela Lei Complementar
85, de 15-2-96 (Informativo 08/96), isenta da COFINS as receitas decorrentes
da exportação de mercadorias ou serviços, com efeitos retroativos
a 1-4-92.
ARTIGO 31, § 1º – Os artigos 20 a 31 da Instrução
265 CVM, de 18-7-97 (Informativo 30/97), dispõem sobre a oferta pública
para dispensa e cancelamento do registro das sociedades beneficiárias
de recursos oriundos de incentivos fiscais, junto à CVM.
ARTIGO 33, § 2º – O artigo 2º do Decreto-lei 4.597, de
19-8-42 (DO-U, de 20-8-42), dispõe que o Decreto 20.910, de 6-1-32, que
regula a prescrição qüinqüenal, abrange as dívidas
passivas das autarquias, ou entidades e órgãos para estatais,
criados por lei e mantidos mediante impostos, taxas ou quaisquer contribuições
exigidas em virtude de lei federal, estadual ou municipal, bem como a todo e
qualquer direito e ação contra os mesmos.
REMISSÃO:
CONSTITUIÇÃO FEDERAL, DE 5-10-88 (SEPARATA/88).
...............................................................................................................................................“
Art. 150 – Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte,
é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Municípios:
...............................................................................................................................................
VI – instituir impostos sobre:
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;
b) templos de qualquer culto;
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos,
inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores,
das instituições de educação e de assistência
social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei;
d) livros, jornais, periódicos e o papel destinados à sua impressão.
...............................................................................................................................................
Art. 153 – Compete à União instituir impostos sobre:
I – importação de produtos estrangeiros;
II – exportação, para o exterior, de produtos nacionais
ou nacionalizados;
III – renda e proventos de qualquer natureza;
IV – produtos industrializados;
V – operações de crédito, câmbio e seguro,
ou relativas a títulos e valores mobiliários;
VI – propriedade territorial rural;
VII – grandes fortunas, nos termos de lei complementar.
...............................................................................................................................................
§ 5º – O ouro, quando definido em lei como ativo financeiro
ou instrumento cambial, sujeita-se exclusivamente à incidência
do imposto de que trata o inciso V do caput deste artigo, devido na operação
de origem; a alíquota mínima será de um por cento, assegurada
a transferência do montante da arrecadação nos seguintes
termos:
I – trinta por cento para o Estado, o Distrito Federal ou o Território,
conforme a origem;
II – setenta por cento para o Município de origem.
Art. 154 – A União poderá instituir:
I – mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo
anterior, desde que sejam não cumulativos e não tenham fato gerador
ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta Constituição;
II – na iminência ou no caso de guerra externa, impostos extraordinários,
compreendidos ou não em sua competência tributada, os quais serão
suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua criação.
Art. 155 – Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir:
I – impostos sobre:
a) transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens
ou direitos;
b) operações relativas à circulação de mercadorias
e sobre prestações de serviços de transporte interestadual
e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações
e as prestações se iniciem no exterior;
c) propriedade de veículos automotores.
II – adicional de até cinco por cento do que for pago à
União por pessoas físicas ou jurídicas domiciliadas nos
respectivos territórios, a título do imposto previsto no art.
153, III, incidente sobre lucros, ganhos e rendimentos de capital.
§ 1º – O imposto previsto no inciso I, “a”:
I – relativamente a bens imóveis e respectivos direitos, compete
ao Estado da situação do bem, ou ao Distrito Federal;
II – relativamente a bens móveis, títulos e créditos,
compete ao Estado onde se processar o inventário ou arrolamento, ou tiver
domicílio o doador, ou ao Distrito Federal;
III – terá a competência para sua instituição
regulada por lei complementar:
a) se o doador tiver domicílio ou residência no exterior;
b) se o de cujus possuía bens, era residente ou domiciliado ou teve o
seu inventário processado no exterior;
IV – terá suas alíquotas máximas fixadas pelo Senado
Federal.
§ 2º – O imposto previsto no inciso I, “b”, atenderá
ao seguinte:
I – será não cumulativo, compensando-se o que for devido
em cada operação relativa à circulação de
mercadorias ou prestação de serviços com o montante cobrado
nas anteriores pelo mesmo ou outro Estado ou pelo Distrito Federal;
II – a isenção ou não incidência, salvo determinação
em contrário da legislação:
a) não implicará crédito para compensação
com o montante devido nas operações ou prestações
seguintes;
b) acarretará a anulação do crédito relativo às
operações anteriores;
III – poderá ser seletivo, em função da essencialidade
das mercadorias e dos serviços;
IV – resolução do Senado Federal, de iniciativa do Presidente
da República ou de um terço dos Senadores, aprovada pela maioria
absoluta de seus membros, estabelecerá as alíquotas aplicáveis
às operações e prestações, interestaduais
e de exportação;
V – é facultado ao Senado Federal:
a) estabelecer alíquotas mínimas nas operações internas,
mediante resolução de iniciativa de um terço e aprovada
pela maioria absoluta de seus membros;
b) fixar alíquotas máximas nas mesmas operações
para resolver conflito específico que envolva interesse de Estados, mediante
resolução de iniciativa da maioria absoluta e aprovada por dois
terços de seus membros;
VI – salvo deliberação em contrário dos Estados e
do Distrito Federal, nos termos do disposto no inciso XII, “g”,
as alíquotas internas, nas operações relativas à
circulação de mercadorias e nas prestações de serviços,
não poderão ser inferiores às previstas para as operações
interestaduais;
VII – em relação às operações e prestações
que destinem bens e serviços a consumidor final localizado em outro Estado,
adotar-se-á:
a) a alíquota interestadual, quando o destinatário for contribuinte
do imposto;
b) a alíquota interna, quando o destinatário não for contribuinte
dele;
VIII – na hipótese da alínea “a” do inciso anterior,
caberá ao Estado da localização do destinatário
o imposto correspondente à diferença entre a alíquota interna
e a interestadual;
IX – incidirá também:
a) sobre a entrada de mercadoria importada do exterior, ainda quando se tratar
de bem destinado a consumo ou ativo fixo do estabelecimento, assim como sobre
serviço prestado no exterior, cabendo o imposto ao Estado onde estiver
situado o estabelecimento destinatário da mercadoria ou do serviço;
b) sobre o valor total da operação, quando mercadorias forem fornecidas
com serviços não compreendidos na competência tributária
dos Municípios;
X – não incidirá:
a) sobre operações que destinem ao exterior produtos industrializados,
excluídos os semi-elaborados definidos em lei complementar;
b) sobre operações que destinem a outros Estados petróleo,
inclusive lubrificantes, combustíveis líquidos e gasosos dele
derivados, e energia elétrica;
c) sobre o ouro, nas hipóteses definidas no artigo 153, § 5º;
XI – não compreenderá, em sua base de cálculo, o
montante do imposto sobre produtos industrializados, quando a operação,
realizada entre contribuintes e relativa a produto destinado à industrialização
ou à comercialização, configure o fato gerador dos dois
impostos;
XII – cabe à lei complementar:
a) definir seus contribuintes;
b) dispor sobre substituição tributária;
c) disciplinar o regime de compensação do imposto;
d) fixar, para efeito de sua cobrança e definição do estabelecimento
responsável, o local das operações relativas à circulação
de mercadorias e das prestações de serviços;
e) excluir da incidência do imposto, nas exportações para
o exterior, serviços e outros produtos além dos mencionados no
inciso X, “a”;
f) prever casos de manutenção de crédito, relativamente
à remessa para outro Estado e exportação para o exterior,
de serviços e de mercadorias;
g) regular a forma como, mediante deliberação dos Estados e do
Distrito Federal, isenções, incentivos e benefícios fiscais
serão concedidos e revogados.
§ 3º – À exceção dos impostos de que tratam
o inciso I, “b”, do caput deste artigo e os artigos 153, I e II,
e 156, III, nenhum outro tributo incidirá sobre operações
relativas à energia elétrica, combustíveis líquidos
e gasosos, lubrificantes e minerais do País.
Art. 156 – Compete aos Municípios instituir impostos sobre:
I – propriedade predial e territorial urbana;
II – transmissão inter vivos, a qualquer título, por ato
oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física,
e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão
de direitos à sua aquisição;
III – vendas a varejo de combustíveis líquidos e gasosos,
exceto óleo diesel;
IV – serviços de qualquer natureza, não compreendidos no
artigo 155, I, “b”, definidos em lei complementar.
§ 1º – O imposto previsto no inciso I poderá ser progressivo,
nos termos de lei municipal, de forma a assegurar o cumprimento da função
social da propriedade.
§ 2º – O imposto previsto no inciso II:
I – não incide sobre a transmissão de bens ou direitos incorporados
ao patrimônio de pessoa jurídica em realização de
capital, nem sobre a transmissão de bens ou direitos decorrente de fusão,
incorporação, cisão ou extinção de pessoa
jurídica, salvo se, nesses casos, a atividade preponderante do adquirente
for a compra e venda desses bens ou direitos, locação de bens
imóveis ou arrendamento mercantil;
II – compete ao Município da situação do bem.
§ 3º – O imposto previsto no inciso III não exclui a
incidência do imposto estadual previsto no artigo 155, I, “b”,
sobre a mesma operação.
§ 4º – Cabe à lei complementar:
I – fixar as alíquotas máximas dos impostos previstos nos
incisos III e IV;
II – excluir da incidência do imposto previsto no inciso IV exportações
de serviços para o exterior.
Art. 157 – Pertencem aos Estados e ao Distrito Federal:
I – o produto da arrecadação do imposto da União
sobre renda e proventos de qualquer natureza, incidente na fonte, sobre rendimentos
pagos, a qualquer título, por eles, suas autarquias e pelas fundações
que instituírem e mantiverem;
II – vinte por cento do produto da arrecadação do imposto
que a União instituir no exercício da competência que lhe
é atribuída pelo artigo 154, I.
Art. 158 – Pertencem aos Municípios:
I – o produto da arrecadação do imposto da União
sobre renda e proventos de qualquer natureza, incidente na fonte, sobre rendimentos
pagos, a qualquer título, por eles, suas autarquias e pelas fundações
que instituírem e mantiverem;
II – cinqüenta por cento do produto de arrecadação
do imposto da União sobre a propriedade territorial rural, relativamente
aos imóveis neles situados;
III – cinqüenta por cento do produto da arrecadação
do imposto do Estado sobre a propriedade de veículos automotores licenciados
em seus territórios;
IV – vinte e cinco por cento do produto da arrecadação do
imposto do Estado sobre operações relativas à circulação
de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte
interestadual e intermunicipal e de comunicação.
Parágrafo único – As parcelas de receita pertencentes aos
Municípios, mencionadas no inciso IV, serão creditadas conforme
os seguintes critérios:
I – três quartos, no mínimo, na proporção do
valor adicionado nas operações relativas à circulação
de mercadorias e nas prestações de serviços, realizadas
em seus territórios;
II – até um quarto, de acordo com o que dispuser lei estadual ou,
no caso dos Territórios, lei federal.
Art. 159 – A União entregará:
I – do produto da arrecadação dos impostos sobre renda e
proventos de qualquer natureza e sobre produtos industrializados, quarenta e
sete por cento na seguinte forma:
a) vinte e um inteiros e cinco décimos por cento ao Fundo de Participação
dos Estados e do Distrito Federal;
b) vinte e dois inteiros e cinco décimos por cento ao Fundo de Participação
dos Municípios;
c) três por cento, para aplicação em programas de financiamento
ao setor produtivo das Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, através
de suas instituições financeiras de caráter regional, de
acordo com os planos regionais de desenvolvimento, ficando assegurada ao semi-árido
do Nordeste a metade dos recursos destinados à Região, na forma
que a lei estabelecer.
II – do produto da arrecadação do imposto sobre produtos
industrializados, dez por cento aos Estados e ao Distrito Federal, proporcionalmente
ao valor das respectivas exportações de produtos industrializados.
...............................................................................................................................................“
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