O Tesouro vai capitalizar a Caixa Econômica Federal em R$ 8 bilhões para que o banco tenha recursos para bancar os empréstimos subsidiados para os beneficiários do programa Minha Casa, Minha Vida mobiliarem suas residências.
Segundo o ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro, a operação está autorizada em medida provisória que será publicada no "Diário Oficial da União" amanhã.
Mais cedo nesta quarta-feira (12), o governo anunciou que beneficiários do programa terão 5% de desconto na compra à vista de eletrodomésticos e móveis.
De acordo com a Caixa, os 13 mil varejistas participantes do programa vão arcar com os custos desse desconto.
Não ficou claro se a medida terá impacto no superavit primário do governo. "Eu tenho absoluta convicção de que, ao participar do programa, o Tesouro tem a tranquilidade de que não haverá o comprometimento [do superávit primário]", disse o ministro.
A linha subsidiada para compra de móveis e eletrodomésticos terá taxa de juros de 5% ao ano.
Segundo o diretor executivo de Cartões da Caixa, Mario Ferreira Neto, o Tesouro Nacional vai cobrir o subsídio de todo o valor emprestado.
"O Tesouro vai compensar. Realmente, uma taxa de juros de 5% ao ano não existe no mercado", afirmou.
Há um potencial de liberação imediata de empréstimos de R$ 6 bilhões para as 1,2 milhão de famílias que já receberam suas casas pelo Minha Casa, Minha Vida mobiliarem suas residências, disse Ribeiro.
Elas já podem solicitar o cartão, que tem limite de R$ 5 mil, e terão 12 meses para usá-lo.
O governo elevou a meta de famílias que serão beneficiadas pelo programa com a entrega da casa ou a contratação do crédito imobiliário até 2014 para 3,750 milhões. Isso eleva o potencial de liberação para até R$ 18,7 bilhões, ainda de acordo com Ribeiro.
A Caixa receberá novas capitalizações, na medida do que for necessário, acrescentou.
O Banco do Brasil não será capitalizado por causa do programa, disse o ministro. O banco não emitirá o cartão, apenas vai encaminhar seus clientes que participam do Minha Casa, Minha Vida para fazer o cartão pela Caixa.
CAPTAÇÃO EXTERNA
Um dos planos da Caixa é realizar uma captação de até US$ 2,5 bilhões no exterior. Nesta quarta, o vice-presidente da instituição, Marcio Percival, afirmou que a operação poderá ocorrer até julho.
A captação deve ocorrer nos Estados Unidos, Ásia, Europa e América Latina por meio da emissão de dívida subordinada (não coberta por garantias reais ou flutuantes) e bônus perpétuos.
A operação estava prevista para maio, mas não ocorreu no prazo previsto devido à alta volatilidade externa. Segundo Percival, a Caixa está fazendo uma leitura diária do mercado, à espera de que ele se "acalme".
Fonte: Reuters