Passar de endividado a poupador requer disciplina, mas muitos consumidores não sabem nem por onde começar a resolver o problema.
O primeiro passo é simples: calcular a renda mensal familiar e colocar todos os gastos na ponta do lápis. Isso inclui despesas fixas, como luz, água e telefone, e as variáveis, como as idas ao cinema ou ao restaurante.
De acordo com a consultora financeira Aline Rabelo, essa etapa é importante para que o futuro poupador consiga tirar o que ela chama de "fotografia" de suas finanças. "Assim ele consegue identificar qual setor de despesas toma mais seus recursos."
Na planilha de gastos é preciso incluir as datas festivas, como aniversários e feriados, e despesas com matrícula escolar e impostos anuais, como IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores) e IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano), entre outros. Isso evita surpresas com potencial para virar dívidas.
Feito isso, é hora de definir o que é prioridade e o que pode ser cortado. Alguns gastos fixos -como a conta de telefone- podem ser reduzidos. Já as despesas supérfluas podem ser eliminadas, diz a planejadora financeira Letícia Camargo. "Se a pessoa conseguir economizar R$ 5 por dia terá R$ 1.825 no final do ano", diz. Para isso, basta cortar o cafezinho depois do almoço, por exemplo.
Verifique também todas as contas existentes. "Muitas vezes a pessoa deixa no débito automático um provedor de internet que não usa mais", exemplifica. Repensar as compras mensais é outra recomendação. O ideal é que a ida ao supermercado seja semanal. Isso evita que alguns produtos estraguem, como legumes e frutas.
Evite ainda as compras por impulso. A dica aqui é refletir antes de adquirir um sapato ou celular novo.
NO AZUL
Feito isso, o próximo passo é começar efetivamente a guardar dinheiro. Ter um objetivo ajuda. No caso da assistente administrativa Marina Toledo, 21, a meta é economizar o suficiente para dar entrada em um imóvel em 2017. "Comecei a poupar por incentivo do meu namorado. Hoje, sou eu que encorajo minha família e ele a guardarem dinheiro", diz.
E é importante evitar um erro comum: deixar para investir o que sobra no fim do mês. É mais prudente destinar o dinheiro para a poupança logo que o salário cair na conta. Ou programar automaticamente. "Mas não adianta fazer a aplicação no começo do mês e entrar no cheque especial no final. O que você vai pagar [de taxa juros] é muito mais do que vai receber de rendimento", diz Camargo.
Fonte: Folha de São Paulo
