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Governança em TI e a Sarbanes-Oxley

18/11/2005 00:00:00

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Governança em TI e a Sarbanes-Oxley

Quem decide - e por quê - o momento de adotar novas tecnologias na empresa? O Centro para Pesquisas de Sistema de Informação, da Escola de Negócios Sloan do Massachusetts Institute of Technology (MIT) realizou pesquisa internacional entre grandes corporações para saber quem toma decisões em Tecnologia da Informação (TI). Descobriu que a resposta passa muito mais pelo tipo de governança exercido na empresa do que pelas escolhas entre diferentes fases ou ondas de evolução tecnológica. A pesquisa do MIT revelou que as empresas que adotam boas práticas de governança na área de TI são 20% mais lucrativas do que as companhias que não as adotam. Também as empresas que detêm arquitetura tecnológica mais "madura" (que não significa a mais evoluída no mercado) possuem 29% mais agilidade para fechar negócios que as concorrentes. Entender por que uma empresa adota nova tecnologia é compreender o conjunto de práticas que justificam essa decisão, ou seja, como ocorre governança em TI. As empresas, obviamente, têm estágios diferentes na assimilação dessas práticas. No primeiro degrau dessa evolução estão as companhias que mantêm "silos" de informação, isto é, diferentes sistemas de informação, um em cada departamento da empresa, sem comunicação entre eles. A maior parte das empresas pesquisadas - 48% - está na fase seguinte em que os diferentes sistemas de TI conseguem "conversar" entre si, embora não ocorra integração plena entre eles. Apenas 6% desse universo empresarial chegou ao estágio de integração plena de seus sistemas de TI. A surpresa maior no estudo do MIT é o conselho de que as empresas devem evitar o risco de saltar para o "último estágio", de uma única investida. A coordenadora da pesquisa, Jeanne Ross, foi enfática: em TI, "menos é melhor", recomendando que a empresa integre e padronize o que é mais importante e "esqueça o resto". Esse quadro, detectado pelo MIT, sobre os graus de expansão horizontal de TI nas corporações, ainda está algo distante do ambiente empresarial brasileiro. Estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), divulgado em junho, mostrou que apenas 1,7% das 72 mil indústrias brasileiras com mais de 10 pessoas ocupadas adota "procedimentos de inovação" em seus produtos. Porém, essa ínfima fatia do universo empresarial detém 26% do faturamento e emprega 13% do setor industrial. São essas empresas que produzem os bens de maior valor agregado do País. O estudo do Ipea localizou uma segunda categoria de empresas: as especializadas em produtos padronizados que usam tecnologia para reduzir custos e não criar valor. Essas empresas representam apenas 21% do total, mas respondem por 62% do faturamento. A terceira categoria, que não inova e não adota tecnologia diferenciada em qualquer nível, representa 77% do total das empresas, mas responde por apenas 11% do faturamento total do setor industrial. O Ipea concluiu que as empresas que investem em modernização de produtos e procuram adoção de formas de TI são as que têm mais condições de avançar na pauta de exportação. A pesquisa do MIT atendeu às reclamações das grandes corporações de que as novas regras contábeis impostas pela Lei Sarbanes-Oxley (exigindo plena transparência de quem exportar ou negociar ações nos EUA, seja de que nacionalidade for) poderiam inibir atitudes de inovação porque traria "riscos" que os executivos não estariam mais dispostos a correr. A resposta do MIT foi que "apostas em TI" são compatíveis com a nova lei, desde que as escolhas em tecnologia sejam também pautadas por transparentes práticas de governança corporativa. Por enquanto, apenas as 34 companhias brasileiras que negociam ações em Nova York se adequaram às novas exigências de governança da lei e estão preocupadas, porque seus fornecedores (também obrigados a se adaptar à Sarbanes-Oxley) ainda não compreenderam bem essa necessidade de novas práticas de governança. É uma preocupação e tanto para quem pretende exportar cada vez mais.

Fonte: Gazeta Mercantil

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