Pesquisa feita sobre o Sistema Público de Escrituração Digital (Sped) traz um dado preocupante: mais da metade (65%) dos profissionais da área contábil nunca participaram de projetos de implantação dessa ferramenta que está alterando profundamente a prestação de contas ao fisco. Esses profissionais são os principais usuários do sistema, em fase de implantação nas empresas brasileiras, a começar pelas de grande porte.
O levantamento foi feito a partir de questionários enviados a 580 profissionais contábeis pelo administrador de empresas Roberto Dias Duarte, diretor da Mastermaq Softwares e autor do livro Big Brother Fiscal - Na era do conhecimento.
Por outro lado, a boa notícia é que 81% dos entrevistados veem de forma positiva os impactos gerados com o uso do Sped. "Esse resultado surpreende porque havia muita desconfiança em relação ao projeto", diz Duarte. O também consultor de empresas já realizou 170 palestras sobre o assunto em vários estados nos últimos três anos. Na sua opinião, o uso da ferramenta é um caminho sem volta, vai ajudar o fisco a evitar a sonegação, mas vai trazer vantagens para as empresas, como economia de papel e melhor gerenciamento de processos.
No próximo dia 30 de setembro, 15 mil empresas selecionadas pelos fisco federal e estadual passam a ser obrigadas a entregar o Sped Fiscal. antes disso, dia 1º do mesmo mês, o uso da nota fiscal eletrônica (NF-e), outro braço do projeto, será obrigatoriamente uma realidade para 400 mil empresas. De acordo com Duarte, 50% da arrecadação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) já é feita por meio da nota eletrônica. E até 2010, todos os estabelecimentos do atacado e varejo terão de substituir o documento no formato papel pelo digital.
Como se vê, a implantação do projeto está sendo feita gradativamente pela complexidade e alto custos gerados, mas as empresas parecem não estar atentas à nova realidade. "É preocupante constatar que muitos profissionais estão despreparados e sem informação", lamenta o consultor. A pesquisa também detectou que apenas 18% dos entrevistados participaram de mais de 17 horas de cursos e palestras sobre o tema.
Fonte: Diário do Comércio
Enviado por: Wilson Fernando de A. Fortunato