Com isso, as receitas primárias líquidas da União totalizarão R$ 726,1 bilhões - 2,3% superior ao previsto no projeto orçamentário. Esse é o montante que fica efetivamente nos cofres federais, após as transferências para estados e municípios.
A revisão da estimativa de receita deverá ser votada na próxima semana na Comissão Mista de Orçamento. O texto apresentado pelo senador explica que a nova estimativa leva em consideração o aumento da arrecadação da Cofins dentro do Programa de Recuperação Fiscal (Refis).
Decisão
O aumento decorre da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), de agosto passado, de obrigar as empresas exportadoras a pagarem a compensação de créditos-prêmios do IPI que deixaram de recolher desde 1990.
Segundo o relator, não se sabe ao certo quanto de crédito-prêmio existe para ser recolhido no País. Os números variam de R$ 40 bilhões a R$ 200 bilhões. A Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, por exemplo, alega que tem cerca de R$ 50 bilhões a receber dos contribuintes.
No primeiro relatório da revisão da receita ele havia previsto uma arrecadação de R$ 4,5 bilhão com a decisão do STF. Segundo Jucá, na época ele optou por uma estimativa 'conservadora'. Agora, na nova estimativa, ele decidiu ampliar em mais R$ 1,7 bilhão a arrecadação.
Contou também para isso a previsão de aumento do Produto Interno Bruto (PIB) para o próximo ano - no mês passado o Executivo elevou o parâmetro de 4,5% para 5%. A expectativa do relator é de que, em um ambiente de crescimento positivo, a elasticidade da receita seja maior do que 1. Ou seja, a cada ponto percentual de aumento do PIB, a receita cresceria 1,2 ou 1,3 pontos percentuais.
Emendas coletivas
O valor adicional apontado no novo parecer da receita será agora destinado às emendas coletivas. A Comissão de Orçamento precisa definir politicamente a forma de rateio.
O relator-geral, deputado Magela (PT-DF), propôs que seja destinado apenas às emendas de bancada, para que cada estado fique com pelo menos 80% da média dos recursos disponibilizados pelos orçamentos dos últimos três anos (2007, 2008 e 2009).
A Resolução 1/06, da Comissão de Orçamento, determina porém que as bancadas devem receber os recursos proporcionalmente ao número de emendas atendidas pelos relatores setoriais. Além disso, as comissões também têm direito à revisão da receita.
Fonte: Agência Câmara
Enviado por: Wilson Fernando de A. Fortunato