Um ponto em comum em boa parte dos itens preocupa defensores do consumo consciente: a tecnologia eletrônica. "É preciso selecionar produtos mais sustentáveis", diz Dalberto Adulis, gerente do Instituto Akatu. "O consumidor tem de optar por presentes que causem menos impactos negativos à natureza e que respeitem os direitos de todas as pessoas envolvidas na cadeia de produção."
Pesquisa do MercadoLivre e da Intel evidencia a preferência do consumidor: entre os brasileiros, 68% desejam ganhar presentes eletrônicos. São, por exemplo, videogames e carrinhos e bonecas a pilha; smartphones, tablets e notebooks; geladeiras, televisores, microsystems, home theaters, aparelhos de DVD e de blu-ray, etc.
Adulis defende que, para consumir com consciência, o cidadão precisa seguir estas regras básicas: observar se, de fato, o produto é necessário para si ou para o presenteado; medir os possíveis impactos negativos da fabricação ou do uso do produto à sociedade; escolher bens com menos embalagens e de fácil reutilização ou eventual conserto; ponderar se, quando não quiser mais o produto, será possível doá-lo, reciclá-lo ou descartá-lo sem poluir o meio ambiente.
A pedido da reportagem, o Instituto Akatu avaliou este Top 7 do Natal e deu dicas de como exercer o consumo de forma responsável. Veja só:
Brinquedos | Brinquedos educativos e tradicionais que estimulam brincadeiras em cooperação e atividades físicas são ótimas opções. As bicicletas estão em alta. Verifique se o produtos são certificados pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) para evitar riscos à saúde das crianças. |
Perfumaria e Maquiagem | Dê preferência a produtos que utilizam ingredientes naturais e atóxicos. |
Celulares e Informática |
O Brasil é um dos recordistas mundiais da produção de lixo eletrônico. Pense bem antes de presentear com um acessório que, em pouco tempo, vai parar no lixo para dar lugar a um modelo lançado mais recentemente. |
Móveis e Eletrodomésticos | Móveis de antiquários são boa opção. Procure saber se o que vai comprar é produzido a partir de madeira certificada. Materiais reciclados ou reaproveitados (feitos com garrafas pet, pneus ou madeira de demolição) são escolhas mais sustentáveis. No caso dos eletrodomésticos, opte pelos que gastam menos energia, indicados pelo selo do Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel). Fique atento às garantias dadas pelo fabricante e escolha produtos de fácil conserto. |
Roupas e Calçados | Itens que não saem de moda podem ser utilizados por muito mais tempo. Privilegie peças feitas por cooperativas ou artesanalmente e fabricadas com tecidos orgânicos e de tingimento natural. Atenção às lojas e marcas denunciadas por trabalho escravo (leia mais abaixo). |
Bebidas e Comidas |
Você pode montar uma cesta de natal ou mesmo uma ceia diferente com produtos locais, orgânicos ou produzidos por cooperativas. |
Livros | Dê preferência a livros produzidos com papel certificado (selo FSC, da Forest Stewardship Council Brasil) e a livros digitais, que podem ser lidos em e-books ou tablets. |
Moda livre. A tecnologia eletrônica não é vilã e pode ser importante aliada do consumo consciente. O aplicativo para celulares Moda Livre, por exemplo, compatível com as plataformas IOS e Android, ajuda a combater a escravidão. Desenvolvido pela ONG Repórter Brasil, avalia uma marcas famosas de roupas com as categorias Verde, Amarelo e Vermelho.
Verdes são as marcas que "demonstram ter mecanismos de acompanhamento sobre sua cadeia produtiva".
Amarelas fazem acompanhamento, mas têm "histórico desfavorável em casos de trabalho escravo".
Uma marca Vermelha ou têm "histórico desfavorável" de desrespeito à Declaração Universal de Direitos Humanos das Nações Unidas ou não respondeu questionário enviado pela equipe responsável pelo aplicativo.
Fonte: Estadão