Apesar das incertezas em muitos países, as empresas continuam a enxergar uma fusão ou uma aquisição como negócio precioso para alcançar crescimento e rentabilidade. No Brasil, inclusive, ainda existe um volume considerável de possibilidades para formação de parcerias. Importante que todos tenham em mente que existem muitas fases antes do negócio ser sacramentado, mas concomitante à assinatura do contrato e ao fechamento da transação, nada é mais importante do que a estratégia e o plano de integração. Bem-sucedida, a integração é fundamental para o alcance dos resultados esperados e a captura de valor ao negócio. Entretanto, segundo dados levantados pela KPMG, apenas 33% das transações geram valor, daí a importância de se prestar muita atenção na fase pós-transação. As diferenças culturais entre as empresas normalmente são subestimadas e representam um dos principais ofensores à criação de valor. Muito pode ser feito para que uma promissora fusão seja bem-sucedida. Na grande parte das negociações, o foco é financeiro, com os responsáveis preocupados com as sinergias (de custo e comerciais), investimentos e lucros envolvidos. Porém, transações que demandam integração de negócios não são simples operações matemáticas, pois envolvem muito mais do que questões financeiras. Os desafios que surgem durante um processo de integração são, na maioria das vezes, relacionados às pessoas, políticas internas, disputa de poder ou harmonização da cultura das empresas integradas. Os aspectos culturais empresariais são poucos observados, contudo são os mais problemáticos na formação dessas parcerias. Ao invés de encarar essas diferenças como peças incidentais consequentes da parceria, é importante colocá-las no centro da discussão, diminuindo os riscos e gerando sinergias. O entendimento da forma como uma empresa toma decisões, suas aptidões colaborativas, competitivas ou se trata de uma empresa burocrática ou superfocada em atingir seus objetivos serão determinantes no alcance dos objetivos da parceria, sendo alguns deles: aumento da capilaridade de venda, ganho de market share, complementaridade de competências ou sinergias de know-how. Transações envolvendo empresas de países diferentes tendem a ter mais problemas de integração. Contudo, no Brasil, uma nação com dimensões continentais, podemos identificar grandes problemas inclusive nas operações domésticas. Seriam as diferenças culturais de uma empresa sediada em Fortaleza e outra em Porto Alegre menores que as de uma companhia em São Paulo e outra em Berlim? Os executivos no Brasil estão passando por uma fase de mudanças na forma com que encaram integrações de empresas ou unidades de negócio, o que já aconteceu na Europa e Estados Unidos há alguns anos. As empresas brasileiras estão se preocupando mais com uma plena integração e tentam prever os problemas para amenizá-los. As grandes crises surgem nos primeiros cem dias e após seis meses torna-se muito difícil, senão custoso, corrigir qualquer revés. Quando uma integração não é realizada adequadamente, com uma fase robusta de planejamento e mitigação dos riscos inerentes a esse tipo de operação, torna-se praticamente impossível reverter o cenário que se instala na nova operação. Existem três ações que podem ajudar - e muito - em uma integração: identificação de diferenças culturais no início da formação da parceria; análise do impacto financeiro potencial de problemas relacionados a diferenças culturais dentro da parceria; e utilização das diferenças culturais como fator gerador de valor na parceria. Nenhum funcionário ou empresa passa por uma integração sem sentir os reflexos do contato com outra cultura. Os benefícios de uma aquisição são evidentes, mas, para o sucesso da integração, uma série de fatores deve ser levada em conta. Uma assessoria pode ajudar a maximizar as sinergias e aumentar o valor gerado, tornando o processo o mais suave possível para todos os envolvidos, desde os colaboradores até os acionistas, passando, inclusive, pelos clientes. O foco é traçar uma efetiva estratégia de integração para minimizar todos os efeitos negativos, explorar as melhores práticas, harmonizar as diferenças culturais e posicionar a empresa numa direção rentável, de forma a propiciar boas experiências para o mercado e, principalmente, maximizar o desempenho do item mais importante de qualquer organização: o capital humano.
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Fonte: DCI-SP