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Começa período de balanços 2005

12/01/2006 00:00:00

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Começa período de balanços 2005

A Aracruz inicia hoje o período de divulgação dos resultados de 2005 com a publicação de seu relatório anual. O documento é utilizado pelas empresas para explicar ao mercado o desempenho econômico e operacional e apresentar as estratégias e perspectivas para os próximos anos. Analistas e investidores, no entanto, estão cada vez mais atentos a esse relatório e sugerem algumas melhorias. Para o presidente da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), José Ronoel Piccin, a expectativa criada no mercado para essas publicações pode se transformar em decepção. "Muitas vezes as empresas utilizam palavras vagas e o analista não sabe bem o que está acontecendo na empresa", avalia Piccin. Para ele, se a companhia fosse mais clara e colocasse, por exemplo, a carteira firme de clientes, ou a estimativa de receitas, os investidores poderiam ter uma idéia do lucro no futuro. Piccin cita o exemplo da Embraer que inclui no seu relatório as expectativas de vendas de cada tipo de jatos para os próximos anos. Melhor avaliação de crédito Essa melhor avaliação apresenta, segundo Piccin, dois pontos positivos: o investidor pode avaliar se a ação dessa empresa está barata ou cara e as instituições financeiras podem fazer uma melhor avaliação do risco de crédito dessa companhia reduzindo os juros cobrados. Segundo ele, isso explica por que o Índice de Governança Corporativa da Bolsa de Valores de São Paulo (IGC), formado pelas companhias com as melhores práticas de gestão, teve desempenho superior os Ibovespa. No ano passado, o Ibovespa subiu 27,71% contra 43,73% do IGC. De 2002 a 2005, o Ibovespa se valorizou 196,9% contra 256,3% do IGC, quase 60 pontos percentuais acima. Ele lembra ainda que a empresa precisa balancear as informações para não publicar os "segredos da empresa", mas que não pode omitir dados importantes. "Os analistas são especializados, sabem o que as companhias de determinado setor vão fazer. Se a empresa omite a informação, pode ser interpretada de maneira ainda mais negativa", completa. Lucro inflacionado Um outro ponto que deve ser verificado diz respeito à correção de alguns dados. "Desde 1996 não existe correção monetária, mas existe certo volume de inflação que está sendo ignorado e influi no lucro das companhias", avalia Piccin. Ele explica que os dividendos, por exemplo, calculados como uma parcela do lucro, poderiam ser menores, ou mesmo nem existir, se houvesse uma correção do lucro pela inflação. "Isso depende de como a empresa controla seu fluxo de caixa. Um supermercado, por exemplo, que recebe a vista mas compra a prazo, tem um ganho inflacionário e o fornecedor é prejudicado", afirma. Mas de fatos os relatórios estão cada vez mais completos e diversos prêmios foram criados como forma de incentivar a melhoria do conteúdo. A própria Anefac premia empresas de capital aberto e fechado. Outro prêmio é o da Associação Brasileira das Companhias Abertas (Abrasca), que escolheu o balanço da Perdigão como o melhor em 2004. A Abrasca, ao lado de outras entidades do setor, também está preocupada com padronização das demonstrações contábeis enviadas à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Elas preparam a criação do Comitê de Pronunciamento Contábil (CPC), que pretende, por meio da auto-regulação, equiparar as demonstrações contábeis brasileiras às mundiais. Mudanças previstas "Os Estados Unidos e os países europeus já fixaram prazo para uniformizar os padrões, respeitando, obviamente, as características de cada país e o Brasil não pode ficar de fora", avalia Alfried Plöger, presidente da Abrasca. Ele lembra que a CVM tem se mostrado bastante receptiva a aceitar auto-regulação. Recentemente, a autarquia incorporou à Deliberação CVM n° 488 o pronunciamento do Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (Ibracon) que altera alguns pontos da apresentação das demonstrações contábeis. A CVM, no entanto, prorrogou para este ano o prazo para as companhias aderirem às mudanças devido às dificuldades das próprias companhias em se adaptar. Existe ainda um projeto de lei em tramitação no Congresso Nacional (PL 3741/00) que propõem algumas mudanças na Lei das SAs com relação às praticas contábeis. O item mais polêmico é sobre a obrigação das empresas de capital fechado publicar ou não seu resultado. Para Plöger, uma empresa fechada não precisaria divulgar seus números por que não se utilizada da poupança pública. Já Piccin acha válida a alteração, pois além de tornar o mercado mais transparente às partes interessadas como clientes e fornecedores teriam conhecimento da empresa com que se relacionam.

Fonte: DCI

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