O empresariado também se diz prejudicado com a carga tributária cobrada pelo Brasil. O argumento é que, ao repassar ao consumidor, no preço final, os custos que o comércio têm com tributos da cadeia de produção do país, as vendas acabam sendo reduzidas e há dificuldade de competir com produtos de fora ou mesmo com o mercado informal.
No Brasil, o valor do produto final é afetado pelos tributos cobrados nas diversas etapas produtivas. De acordo com o presidente-executivo do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributos (IBPT), João Eloi Olenike, ao buscar os insumos de que necessita para manufaturar seus produtos, a indústria já absorve a tributação da agricultura, por exemplo. “Então todo esse processo tem tributos a serem pagos e eles são colocados no preço do produto que é vendido junto com a margem de lucro. Quando o produto chega ao comércio, ele já chega com esses custos tributários”, explica.
O resultado desse processo é a diminuição nas vendas. Isso é o que defende o vice-presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Natal (CDL Natal), Augusto Vaz. “A carga tributária alta acarreta em um preço final mais alto, o que gera problemas de competição. Pesando o preço ao consumidor, o empresário tem dificuldade de venda, principalmente quando há possibilidade de competição com o mercados externo e também com o informal, que não recolhe encargos”, afirma.
De maneira macro, a situação acaba tornando a economia do país mais engessada, conforme explica o vice-presidente da entidade. “Por isso a CDL Natal vem levantando a bandeira da ampliação do Simples, que consegue reduzir os encargos em cima dos produtos para os segmentos que podem ser incluídos”, explicou.
A opinião é compartilhada com Ana Maria Brandão de Araújo, proprietária de da loja marreta bebidas. Atuante em um dos ramos que mais sofre com a tributação, ela alerta para as dificuldades que os tributos acarretam par a efetividade dos negócios. “É uma coisa que atrapalha porque o produto acaba chegando muito caro ao cliente. Acaba saindo um preço exorbitante”, explicou.
Comerciante que, dentre outras coisas, vende cachaça – produto tributado em 81% - Mano Targino, que é dono da loja Pata Negra, também considera prejudicial a carga tributária que chega hoje ao varejo.
“O empresário só sobrevive se repassar esse custo ao consumidor. As nossas cachaças estão mais caras que uísques importados, mesmo com o dólar no patamar que está. É uma coisa perversa a carga tributária do país”, opina Mano Targino.

Fonte: Tributa do Norte