Foi o que fez a rede de restaurantes Giraffas. Os planos de internacionalização começaram a ser traçados em 2006, mas a primeira unidade só foi aberta nos Estados Unidos em 2011.
"Planejamos muito antes de nos instalarmos nos EUA", diz João Barbosa, CEO do Giraffas EUA. "O mercado é muito diferente do brasileiro, e precisávamos conhecer onde estávamos entrando. Não adiantava simplesmente replicar o que tínhamos no Brasil."
Entender a burocracia local também levou algum tempo. "Às vezes a gente pensa que burocracia só existe no Brasil, mas nos Estados Unidos também é assim. Cada Estado ou condado tem sua regra."
Alguns desafios, porém, permanecem até hoje. Como a rede optou por não modificar o cardápio, alguns clientes ainda estranham opções, como é o caso da farofa. Mas o maior destaque do menu é a picanha, sucesso tanto entre brasileiros como entre estrangeiros.
A Vivenda do Camarão optou por fazer algumas modificações. Enquanto aqui seus pratos são, em sua maioria, acompanhados de arroz, a versão americana, a Shrimp House, oferece principalmente massas. A torta de maçã, uma das sobremesas preferidas dos americanos, foi incluída entre as opções doces.
"Também enxugamos um pouco o cardápio. Não é costume, nas praças de alimentação de lá, lojas com cardápios tão amplos como as que temos no Brasil", afirma Rodrigo Perri, sócio-diretor da Vivenda do Camarão.
Perri diz que também levou algum tempo para entender as diferenças de cada cidade em que a empresa planejou abrir unidades. Em algumas, existe uma quantidade maior de brasileiros; em outras, mais americanos e latinos.
Construir uma marca forte fora do país de origem requer muito planejamento, diz Thelma Rocha, coordenadora do Programa de Mestrado e Doutorado em Gestão Internacional da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM).
"Para a internacionalização ser bem sucedida, várias condições são necessárias. A empresa precisa ter capital para bancar a operação até que ela se torne autossustentável; precisa conseguir fornecedores locais; e tem fazer a divulgação da marca para que ela se torne conhecida", diz Rocha.
Ela diz que muitas vezes as empresas não planejam direito a ida para o exterior a acabam sendo "levadas" por investidores no momento errado. "Se não pesquisarem o mercado e não fizerem adaptações dos produtos, muitas podem acabar indo e voltando rapidamente."
Fonte: Uol