“Algumas medidas anunciadas são simples prorrogações de programas que já existem. É quase como inaugurar uma obra que já existe”, disse Loyola, para quem o pacote tem cunho mais político do que econômico. Segundo o economista, as medidas voltadas a incentivar o mercado de capitais, prometidas por Mantega na segunda-feira na BM&FBovespa, “são corretas e fazem sentido”. “Há ali um direcionamento correto, e são medidas que, se saírem mesmo do papel, podem ter efeito. Mas as de hoje não.”
“Prorrogar um programa que já existe e recriar outro com alíquota muito inferior à que existia?”, criticou o ex-presidente do BC. “Do ponto de vista econômico, há muito pouco a ser comentado.” Na avaliação do sócio da Tendências, o ritmo frenético de anúncios de medidas econômicas, que caracterizou a gestão Dilma até o início deste ano, foi reduzido não por conta de uma nova visão de mundo da presidente, mas por falta de espaço fiscal. “Não há mais espaço fiscal, acabou a munição do governo. Por isso, essas medidas são como são, quer dizer, de impacto fiscal pequeno”, disse Loyola.
Fonte: Jornal do Comércio - RS