O mercado de trabalho brasileiro registrou em maio deste ano a criação de 58.836 vagas, queda de 18,3% quando comparado ao saldo do mesmo mês de 2013. É o pior número para meses de maio desde 1992, quando foram gerados 21.533 de postos de trabalho, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado pelo Ministério do Trabalho.
Os dados estão sem ajuste — não consideram as informações entregues pelas empresas fora do prazo. A indústria de transformação demitiu 28.533 trabalhadores em maio.
O número total do Caged no mês representa um crescimento 0,14% em relação ao estoque do mês anterior. “Esse aumento mantém a trajetória de expansão, porém revela uma perda do dinamismo quando comparado com resultados do mesmo mês dos anos anteriores”, informa Ministério do Trabalho. Foram 1,849 milhão de admissões ante 1,790 milhão de desligamentos em maio.
No acumulado do ano, foram abertos 543.231 postos de trabalho. A contar desde janeiro de 2011, início do governo da presidente Dilma Rousseff, foram 5,052 milhões de empregos gerados.
Entre os oito setores acompanhados pelo Caged, dois tiveram saldo de criação de vagas negativo em maio. A indústria fechou 28.533 postos, contra criação de 15.754 vagas no mesmo período de 2013, e o comércio fechou 825 empregos (mais 36 em maio de 2013).
Construção civil, agricultura e serviços tiveram desempenho melhor quando comparados com igual intervalo do ano passado. A primeira abriu 2.692 postos (menos 1.877 em maio de 2013), a agricultura adicionou 44.105 vagas (33.285 em 2013) e a última acrescentou 38.814 pessoas ao estoque de trabalhadores (21.154 em 2013).
O ministro do Trabalho, Manoel Dias, previu em janeiro a geração de até 1,5 milhão de postos de trabalho esse ano. Ao divulgar os resultados de abril, no entanto, afirmou que o governo pode até reavaliar sua projeção de criação de 1,5 milhão de empregos para este ano. “Pode ser 1,5 milhão ou 1,4 milhão, vamos reavaliando. Mas mantemos a projeção”, disse na ocasião.
Estados
Nove Estados mais o Distrito Federal registraram demissões líquidas em maio, de acordo com o Caged.
Com fechamento de postos de trabalho em quatro Estados, o Nordeste teve resultado negativo no período, com menos 7.105 vagas. A indústria de produtos alimentícios reduziu o estoque de empregos em 11.183 postos.
O Sudeste lidera a criação de vagas em maio, com saldo de 51.136 — 42.948 só na agricultura. O Centro-Oeste abriu 7.765, a região Norte, 4.327, e o Sul, 2.713.
Fonte: Valor Econômico