Não é incomum vermos CEOs das empresas estressados, com elevada carga de trabalho, mas pouco efetivos quanto aos resultados. Esse comportamento, que denominamos aqui de “síndrome do CEO centralizador”, é prejudicial para qualquer tipo de empresa. É impossível encontrar um executivo capaz de gerenciar todos os indicadores da empresa, que podem superar a casa de centenas. O estresse não se deve ao excesso de produtividade, mas à centralização de todas as tarefas no CEO, que, ao invés de pensar nas estratégias que levarão ao cumprimento das metas, perde-se e atua como bombeiro. Quando falta uma gestão estruturada, que possibilita ao CEO delegar funções e monitorar os indicadores de resultados sem perder o controle, as iniciativas não fluem. Os colaboradores sentem-se desvalorizados no processo, apenas cumprem tarefas, ao invés de buscarem entender seu papel na organização.
O CEO deve estar atento às metas da empresa, a fim de cumprir o planejamento estratégico. Para isso, basta acompanhar de cinco a 10 indicadores. Parece estranho pensar assim, quando há inúmeros indicadores, desde o turn over ao market share. Porém, o gestor deve atribuir responsabilidades a todos os níveis hierárquicos da empresa e ficar atento apenas aos indicadores ligados ao planejamento.
É dessa forma que se obtém um processo estruturado de gestão, em que cada colaborador se sente parte do processo e sabe que sua participação faz a diferença. Ao mesmo tempo, reduz o número de atribuições do CEO, que passa apenas a pensar na geração de valor para a empresa.
Por Américo Pedrebon
Fonte: Jornal do Comércio – RS