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Mínimo vai alcançar R$ 680 em 2013

01/03/2011 09:11

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Mínimo vai alcançar R$ 680 em 2013

Salário-mínimo deve atingir R$ 680 em 2013, aumento de aproximadamente 25% sobre o valor atual, de R$ 545. Mesmo alto, o incremento não é suficiente para vários brasileiros que, realmente, recebem entre um e dois salários-mínimos.

Ontem, a Presidência da República publicou no DOU (Diário Oficial da União) a lei, em vigor hoje, que dispõe sobre o novo mínimo e sobre as regras de reajuste até 2015.

Consta no texto que os acréscimos dos próximos anos serão iguais à inflação, indexada ao INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) do último ano, mais a variação do PIB (Produto Interno Bruto) do penúltimo ano. Ambos sobre os anos vigentes.

Portanto, o valor de 2012 levará em consideração o INPC de 2011 mais o PIB de 2010. Em 2013, a regra prevê uso da inflação de 2012 junto ao PIB de 2011.

"Quem ganha menos, normalmente, tem inflação bem maior do que os indicadores mostram", disse o especialista em finanças pessoais Mauro Calil. Ele destacou que os aposentados, por exemplo, são os menos beneficiados com o reajuste do mínimo, principalmente porque muitos ganham o piso.

Este é o caso da aposentada de Santo André Maria Aparecida Correia Rodrigues. "Ganho cerca de dois salários-mínimos. Mas este reajuste que me acrescenta quase R$ 70 não vai ajudar muito. Gasto com remédios e despesas médicas cerca de R$ 500 ao mês", contou.

Maria afirmou que suas despesas encarecem mais do que a engorda do seu rendimento. "E algumas vezes tenho que cortar gastos com comida para comprar remédio", desabafou.

A pesquisadora do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) Irene Machado Aguiar explicou que o grupo de produtos e serviços de saúde e cuidados pessoais representa, em média, 9% do INPC. "Mas tem maior peso para quem ganha menos."

Calil avalia que a melhor forma para o reajuste do mínimo seria utilizar o indicador que acumulasse a maior inflação. "Quem paga aluguel, por exemplo, terá reajuste de 11% na mensalidade por causa do IGP-M (Índice Geral de Preços - Mercado). Portanto, essas pessoas já estão em desvantagem." O acréscimo deste ano, disposto na lei, foi de 6,8%.

O professor da USP (Universidade de São Paulo) Manuel Enriquez Garcia e também conselheiro do Corecon-SP (Conselho Regional de Economia) concordou que as famílias que sobrevivem com um salário-mínimo terão dificuldades mesmo com o incremento. "Mas se todos os integrantes recebem o valor, a condição do domicílio melhora."

No Grande ABC, a renda média da classe C, em agosto, era de R$ 2.094,15, segundo levantamento do Inpes/USCS (Instituto de Pesquisa da Universidade Municipal de São Caetano), que representava pouco mais do que quatro mínimos na época.

EXPECTATIVA - De acordo com Garcia, da USP, o INPC varia, em média, 0,5 ponto percentual acima do IPCA. Prevendo sua variação com base no Boletim Focus do BC (Banco Central) divulgado ontem, que reúne as expectativas do mercado financeiro, o INPC acumulará 5,8% neste ano e 4,8% em 2012. Somando as previsões médias para o PIB de 2010 (7,5%) e 2011 (4,3%), o mínimo poderá atingir R$ 620, em 2012, e R$ 680 em 2013.


Fonte: Diario do Grande ABC

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