A maioria das indústrias paulistas acredita que o movimento do final do ano deve ser menor que o registrado em 2015, informaram o Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depecon) da Federação e do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp e Ciesp).
De acordo com a divulgação, 53,4% das empresas acreditam que o movimento do Natal será pior que o do ano passado, enquanto 28,6% avaliam que deve ser igual e 16,6% apostam que o movimento será melhor.
O porcentual que acredita que o movimento será menor este ano é mais otimista que nos anos anteriores, conforme a Fiesp e a Ciesp. Em 2015, esse resultado estava em 81% e, em 2014, marcou 62,1%.
Em relação ao porte das empresas, o porcentual de empresas mais pessimistas é composto pelo contingente de 58,1% das indústrias de pequeno porte, 45,4% das médias e 42,9% das empresas de grande porte.
De acordo com o diretor do Depecon, Paulo Francini, os dois últimos anos foram ruins e ainda não é possível ver uma recuperação. "São dois momentos difíceis para a indústria, com resultados muito semelhantes. É decepcionante para quem esperava uma retomada, mas o final de 2016 não será auspicioso", conclui o diretor da Fiesp.
As empresas consultadas pela pesquisa também avaliaram que as vendas no fim deste ano terão queda 6,5% em relação ao ano passado.
Esse número é mais negativo entre as empresas de pequeno porte (7,9%). Já as médias esperam recuo de 4,6% e as grandes, de 1,7%. De maneira geral, a expectativa sobre as vendas é melhor do que a dos anos anteriores. Em 2015, era esperada queda de 14,1% e recuo de 7,8% em 2014.
Em relação às encomendas para o final do ano, a maioria das empresas (39,8%) respondeu que os pedidos estão mais atrasados do que em 2015, um porcentual menor que em 2015 (47,7%).
Já 30,2% das indústrias consideraram que as encomendas estão sendo realizadas no mesmo período e 3,4% avaliaram que os pedidos estão sendo feitos com antecedência. Outros 17,7% disseram que não é afetado pelo final do ano e 8,9% não responderam a questão.
13° SALÁRIO
Para pagar o 13º salário do funcionários, 44% das empresas utilizarão recursos provisionados no decorrer do ano, enquanto 29,2% vão usar financiamento de terceiros. Outros 21,5% das indústrias vão aproveitar as vendas do último trimestre do ano para pagar o 13º salário e ainda 3,9% utilizarão outras fontes de recursos.
Das empresas que vão utilizar financiamento bancário para pagar o 13º salário, 73% consideraram que as condições estão mais complicadas do que em 2015. Entre as empresas que vão usar as vendas do quarto trimestre, as dificuldades estão maiores para 50,5% delas.
Já para as indústrias que vão pagar o 13º com o provisionamento de 2016, 42,2% disseram que a situação está igualmente difícil em relação ao ano passado e 24,2% afirmaram que não estão encontrando nenhuma dificuldade.
De acordo com a Fiesp, independente da fonte de recursos para pagamento do 13º salário, 35,9% das indústrias consultadas disseram que estão recorrendo aos bancos para conseguir o valor total ou parcial do benefício, porcentual menor que em 2015 (38,5%). Essas empresas pretendem obter recursos equivalentes, em média, a 82,7% de sua folha de pagamento.
As indústrias consultadas ainda avaliaram que as condições de crédito estão piores que a do ano passado, com 45,1% das empresas considerando que o crédito está muito mais caro, porcentual menor do que em 2015 (60,4%). Já 42,3% das empresas acham que o crédito está mais caro, 6% avaliam que o preço é o mesmo e 1,1% acredita que está mais barato.
"Os créditos bancários estão escassos e muito mais caros. Alguns setores da indústria foram, de certa forma, banidos das instituições financeiras, o que dificulta muito, principalmente para as pequenas empresas", afirma o diretor do Depecon, Paulo Francini.
O levantamento foi realizado com 507 empresas industriais do Estado de São Paulo entre os dias 3 e 26 de outubro de 2016. O porte das empresas é composto por: 64,5% de pequeno porte (até 99 empregados); 30% de médio porte (de 100 a 499 empregados) e 5,5% de grande porte (500 ou mais empregados).
Fonte: Estadão