O Governo anunciou nesta terça-feira (6) os detalhes da reforma da Previdência, enviada ao Congresso Nacional. A proposta de emenda constitucional (PEC), que recebeu o número 287, é uma das principais medidas do governo para tentar reequilibrar as contas públicas, junto da PEC do teto de gastos.
ESPECIAL DO G1: ENTENDA COMO FUNCIONA A PREVIDÊNCIA
O governo federal estima que vai economizar cerca de R$ 740 bilhões em 10 anos, entre 2018 e 2027, com as mudanças propostas pela reforma da Previdência Social, informou o secretário de Previdência Social do Ministério da Fazenda, Marcelo Caetano.
Veja simulações caso a proposta da reforma da Previdência valesse hoje:
VALOR DA APOSENTADORIA
Exemplo 1
Mulher, 40 anos de idade
Valor integral do benefício pela renda média: R$ 1.000
Tempo de contribuição: 20 anos
Quanto tempo ainda precisaria trabalhar para completar o tempo mínimo?
+ 25 anos (ela terá 65 anos de idade e 45 de contribuição)
Quanto receberia ao completar a idade mínima?
R$ 960 (96% da aposentadoria integral)
Para receber 100% do benefício, quanto tempo precisaria trabalhar a mais?
+ 29 anos (ela terá 69 anos de idade)
Exemplo 2
Homem, 30 anos de idade
Valor integral do benefício pela renda média: R$ 5.000
Tempo de contribuição: 10 anos
Quanto tempo ainda precisaria trabalhar para completar o tempo mínimo?
+ 35 anos (ele terá 65 anos de idade e 40 de contribuição)
Quanto receberia ao completar a idade mínima?
R$ 910 (91% da aposentadoria integral)
Para receber 100% do benefício, quanto tempo precisaria trabalhar a mais?
+ 9 anos (ele terá 74 anos de idade)
PENSÃO POR MORTE
Exemplo 1
Segurado que morreu sem se aposentar
Renda média mensal: R$ 1.200
Tempo de trabalho do segurado: 10 anos
Valor do benefício (51% da renda média mais 1% por ano de trabalho):
R$ 720
Quanto recebe a viúva com um dependente?
R$ 439 (50% da pensão mais 10% por dependente)
Veja as principais mudanças da proposta de reforma da Previdência:

Impacto na economia
De acordo com estimativas do governo, os gastos com a Previdência passarão de 0,3% do Produto Interno Bruto em 1997 para estimados 2,7% do PIB em 2017. Atualmente, representam 40% do gasto primário do governo.
O pagamento de aposentadorias e outros benefícios do INSS não pode sofrer cortes e abocanha mais de 40% dos gastos primários (sem contar os juros da dívida). Estes gastos obrigatórios crescem conforme a população envelhece e mais pessoas se aposentam, mesmo que as contribuições não arrecadem na mesma proporção.
Em 10 anos, os gastos do sistema passaram de R$ 146 bilhões para R$ 436 bilhões até 2015, um aumento de quase 200%, segundo dados da Previdência Social. Essas despesas subiram 4,3% acima da inflação entre 2011 e 2015. Até 2037, os gastos com aposentadoria e pensões vão chegar a R$ 2,6 trilhões, apontam as projeções do próprio governo que consideram as regras atuais da Previdência Social.
Outros gastos sociais cresceram mais que a Previdência nos últimos anos, mas eles têm pesos menores no Orçamento não geram a mesma pressão sobre as contas públicas. Um exemplo é o Bolsa Família, que nos últimos quatro anos teve despesas 7,1% acima da inflação, mas representa apenas 2,3% dos gastos primários do governo.
Fonte: G1