Dados divulgados pelo IBGE, dentro da Síntese de Indicadores Sociais, comprovam que a mulher ainda sofre no mercado de trabalho.
Entre as constatações, foi verificado que:
- As mulheres brasileiras trabalham, em média, cinco horas a mais que os homens,
- Recebem menos,
- Sua renda equivale a 76% da renda dos homens, e
- Elas seguem sem contar com as mesmas oportunidades de assumir cargos de chefia ou direção.
Isso mesmo levando em conta que as mulheres são responsáveis pelo sustento de quatro em cada dez casas no país.
Trabalhando mais, mas recebendo menos
Pode soar estranho, mas é verdade: mesmo trabalhando mais, as mulheres recebem menos.
A explicação é que as brasileiras trabalham, em média, seis horas a menos por semana em sua ocupação remunerada. Só que, uma vez que a jornada dupla ainda é frequente entre as mulheres, elas ficam cinco horas a mais do que os homens empenhadas nas atividades domésticas.
Com isso, a jornada semanal entre as pessoas do sexo feminino fica em 55,1 horas, enquanto que a masculina é de 50,5 horas.
Cargos de chefia e direção
No que diz respeito a presença de homens e mulheres em cargos de chefia e direção, o estudo apontou que, entre os homens com mais de 25 anos, 6,2% ocupavam essas posições. Já as mulheres com essa idade, a porcentagem é de 4,7.
Além disso, mesmo quando ocupam os mesmos cargos, o salário das mulheres representa 68% do salário masculino.
Nem-nem
A Síntese de Indicadores Sociais também revelou a proporção de homens e mulheres entre 15 e 29 anos que não trabalham e não estudam. Entre eles, 7,8% não possui nenhuma dessas duas ocupações. Já entre elas, 21,1%.
A parcela bem maior de mulheres nessa situação é explicada pela tendência de que mais garotas fiquem em casa para tomar conta do lar do que homens.
Entre 2005 e 2015, o cenário também mudou muito pouco nesse quesito. Em 2005, 20,2% das mulheres e 5,4% dos homens estavam nessa situação.
”Podemos olhar a série histórica que a situação não se altera com a economia. O fato de ter mais ou menos emprego não vai fazer essa mulher deixar de ser nem-nem”, opina a especialista do IBGE no tema, Luana Botelho, citando o termo usado para aqueles que nem estudam e nem trabalham.
Botelho ainda diz que, para que esse cenário mude, é preciso adotar medidas específicas para permitir que as jovens diminuam a dedicação às tarefas domésticas e voltem a trabalhar.
Fonte: Grupo Skill