A pandemia de covid-19 exigiu um esforço extra do governo para combater as crises econômica e sanitária.
Segundo dados do Tesouro Nacional, levantados pela Consultoria de Orçamento e Fiscalização Financeira da Câmara dos Deputados, o orçamento para dar conta do estado de calamidade pública acumula R$ 524 bilhões em despesas autorizadas, sendo que 73,5% já foram pagos até 8 de setembro.
A maior parte das despesas (R$ 254 bilhões) foi destinada ao auxílio emergencial de R$ 600 aprovado em março pelo Congresso Nacional. Confira na tabela abaixo:
Iniciativas aprovadas pelo Congresso Nacional |
Autorizado |
Valor pago |
Tarifa social de energia elétrica |
R$ 900 milhões |
100% |
Apoio a micros, pequenas e empresas de médio porte |
R$ 47,9 bilhões |
89,5% |
Auxílio emergencial |
R$ 254,2 bilhões |
83,6% |
Auxílio a estados e municípios |
R$ 60,2 bilhões |
74,9% |
Um dos vice-líderes do governo no Senado, Chico Rodrigues lembrou ainda outros gastos já realizados, que, na opinião dele, ajudam a população a enfrentar a crise: cerca de R$ 82 bilhões a pequenas e microempresas, para capital de giro e pagamento de salários, e R$ 60 bilhões repassados pela União a estados e municípios para recompensar perdas de arrecadação.
“O governo está fazendo um esforço enorme para mitigar os efeitos da crise financeira que veio juntamente com a pandemia, e nós entendemos que está no caminho certo. São ações complementares que vêm ajudado a população e mantendo um certo equilíbrio da economia”, avaliou.
Fiscalização
Na opinião do senador Jorge Kajuru, como mostram os números, dinheiro não tem sido o problema. Apesar disso, a fiscalização não se torna menos importante. Para o representante de Goiás, o país ainda sofre com a ausência de uma coordenação central na luta contra o coronavírus
“Isso em decorrência da postura dúbia que caracterizou o Executivo federal nesta guerra à covid-19, apesar da destinação de recursos a empresas, estados e municípios e do auxílio emergencial, que o governo queria que fosse R$ 200, no início, e o valor foi mudado graças ao Congresso Nacional”, avaliou.
Segundo ele, um exemplo visível dessa falta de coordenação ocorre agora na área da educação.
“Os bares estão lotados; e as praias, cheias enquanto as escolas seguem vazias, em sua maioria. Cada estado, cada cidade age como bem deseja. Em alguns casos, a Justiça desfaz decisões, e nossas crianças e adolescentes acabam vítimas de decisões aleatórias, sem que se vislumbre qualquer ação coordenada. Uma lástima”, lamentou.