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Planejamento financeiro

Aposentadoria: Um terço dos brasileiros acredita que renda será insuficiente nessa fase

Pesquisa mostra que que apenas 10% das pessoas na ativa acreditam que renda na aposentadoria será suficiente para parar de trabalhar.

02/12/2020 11:30

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Aposentadoria: Um terço dos brasileiros acredita que renda será insuficiente nessa fase

Aposentadoria: Um terço dos brasileiros acredita que renda será insuficiente nessa fase

A pesquisa “Estudo Global de Investidores 2020”, realizada pela gestora de recursos Schroders em abril, mas divulgada apenas neste mês de novembro, mostra que um terço dos brasileiros acredita não ter renda suficiente para bancar seu padrão de vida na fase de aposentadoria.

Mas, apesar dessa perspectiva, apenas 10% dos que seguem na ativa esperam trabalhar o mesmo ou um número maior de horas por semana em suas aposentadorias, bem abaixo da média mundial, de 41%.

A pesquisa levou em consideração a participação de 23 mil pessoas de 32 países, sendo mil brasileiras. Todos os consultados pretendiam investir ao menos 10 mil euros (o equivalente a cerca de R$ 64 mil) em 12 meses e fizeram alterações em suas aplicações nos últimos dez anos.

O diretor-presidente da Schroders Brasil, Daniel Celano, assinala que, em países mais desenvolvidos, como Japão, Estados Unidos e Bélgica, quase metade dos entrevistados expressou preocupação de que a renda na aposentadoria não será suficiente, o que pode ser explicado, em parte, pelo nível baixo de juros visto há pelo menos dez anos nessas regiões.

“Esses investidores sabem que precisam correr mais risco, e que ele é para cima ou para baixo. Essa curva de aprendizado tem um espaçamento de tempo. Um terço dos brasileiros estar preocupado já dá certo alento”, diz.

E a própria realidade macroeconômica brasileira favoreceu um ambiente de menor preocupação com aposentadoria, em meio a um “tripé de alta liquidez, alto rendimento e pouco risco”, indisponível no restante do mundo, destaca Celano.

“O otimismo tem o motivo de que vivemos uma realidade que não era sustentável, e que se perpetuou por mais tempo que o desejado.”

Planejamento financeiro

De acordo com o levantamento, em meio às preocupações com relação à perda de renda na aposentadoria, o planejamento financeiro para essa fase está ganhando relevância na vida dos investidores.

Pela primeira vez em três anos, a economia feita para a aposentadoria representa a principal prioridade do total disponível de renda dos investidores não aposentados, com 25% das respostas globais, ante 10% do total em 2017.

Entre aqueles que já vivem a fase da aposentadoria, 21% investiriam sua renda disponível na própria poupança para essa etapa, um aumento significativo em relação aos 5% de três anos atrás. Além disso, 26% dos aposentados em termos globais disseram que alocariam os recursos em outros tipos de investimento, como ações, títulos de renda fixa ou commodities.

E mesmo a fatia a ser destinada a compras de “luxo”, como viagens e carros, caiu substancialmente de 2017 para 2020, ao ser apontada por 7% dos entrevistados, ante 25% no levantamento anterior.

Poupança para aposentadoria

A poupança reservada para a aposentadoria seguiu em 15,2%, patamar que sobe ligeiramente para 16,05% no Brasil, ainda que 62% acreditem que a previdência pública não será suficiente para a aposentadoria no país.

Para Celano, 15% de reserva para essa fase é o mínimo indicado, considerando um período de 40 anos de trabalho e 30, de aposentadoria, com uma taxa de juro real (descontada a inflação) de 3% ao ano.

De toda forma, a escolha dos investimentos é fundamental para alcançar uma boa poupança previdenciária. É fundamental buscar liquidez, diz o executivo, para ter dinheiro em mãos para pagar as contas, e se atentar ao ganho gerado após o desconto de impostos.

“Há muito benefício tributário em poupar para o longo prazo. E o que conta são os juros reais após impostos”, frisa.

De fato, há muito a avançar no campo dos investimentos. Uma parcela de 38% dos entrevistados disse não entender as opções disponíveis para suas economias na aposentadoria, fatia bem próxima à brasileira (36%).

Há uma demanda “gritante” por educação, aponta o diretor da Schroder Brasil, que chama atenção para a miopia do brasileiro com relação às mudanças na taxa de juros e ao efeito sobre o patrimônio no longo prazo.

“O brasileiro precisa entender o que é juro real após impostos, as taxas pelas quais é cobrado e fazer os investimentos de forma diversificada”, observa Celano.

Além do Brasil, participaram da pesquisa investidores de países como Austrália, Canadá, China, França, Alemanha, Índia, Itália, Japão, Holanda, Espanha, Reino Unido e Estados Unidos.

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