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PIB: Entenda o que significa o aumento e quais são os impactos

Apesar de ter crescido no terceiro trimestre, o PIB do Brasil vem de um tombo grande. Entenda o que isso significa para a economia.

05/12/2020 08:00:02

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PIB: Entenda o que significa o aumento e quais são os impactos

PIB: Entenda o que significa o aumento e quais são os impactos

O PIB do Brasil subiu 7,7% no terceiro trimestre – o maior índice de crescimento já registrado pelo IBGE nesta quinta-feira (03).

No entanto, embora esse número possa parecer animador, ele ainda não representa necessariamente uma recuperação da economia brasileira em meio à crise do novo coronavírus.

Crise econômica

A pandemia do coronavírus causou uma crise econômica de proporções históricas ao redor do planeta. Com as restrições à circulação de pessoas para reduzir o contágio, vários países registraram grandes quedas na atividade econômica no primeiro e segundo trimestre de 2020.

No Brasil, a situação envolvia um agravante: a economia ainda não havia se recuperado totalmente da recessão de 2014 a 2016. Entre 2017 e 2019, foram três anos crescimento baixo, pouco acima de 1%, que não foram capazes de compensar o recuo registrado em meados da década de 2010.

Crescimento do PIB

O crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) entre julho e setembro não foi suficiente para compensar as quedas sucessivas nos dois primeiros trimestres do ano. Em relação ao mesmo período de 2019, a variação do PIB do terceiro trimestre foi negativa, com queda de 3,9%.

Apesar do crescimento alto no terceiro trimestre – o maior na série histórica do IBGE, iniciada em 1996 –, o resultado do PIB veio abaixo do esperado no mercado. As projeções eram de uma alta em torno de 9%.

A alta da atividade econômica no terceiro trimestre ocorreu em um momento de reabertura da economia brasileira. Ao longo de julho, agosto e setembro, as medidas de restrição de circulação foram relaxadas por todo o país, permitindo uma reativação de parte considerável da economia. Nesse período, houve também redução nos números diários de infectados e mortos pela covid-19.

A expansão do PIB brasileiro no terceiro trimestre foi puxada principalmente pelo crescimento da indústria. Ao todo, a atividade avançou 14,8% em relação aos três meses anteriores, que quase compensou em totalidade a queda no segundo trimestre.

Dentro do setor, o maior crescimento ocorreu na indústria de transformação, mais ligada ao formato tradicional de fábricas, que expandiu as atividades em mais de 23% na comparação com o segundo trimestre. Outras atividades, como a indústria de extração e a construção civil também avançaram, mas a uma taxa menor.

O setor de serviços, mais ligado a atividades presenciais, também cresceu – o avanço foi de 6,3% na comparação com o segundo trimestre. Mas ainda está longe do nível anterior à pandemia: não compensou as quedas de 1,5% e 9,4% no primeiro e segundo trimestre, respectivamente. A agropecuária, por sua vez, caiu 0,5%.

Contudo, nos últimos meses do ano, o cenário é diferente daquele de julho a setembro. Em novembro e dezembro, o Brasil registra sinais de avanço do contágio pelo coronavírus, como o crescimento da taxa de transmissão da doença e aumento das internações no país.

Além disso, o auxílio emergencial articulado pelo Congresso Nacional, que foi a mais importante política pública durante a pandemia, teve seu valor reduzido pela metade a partir de setembro.

Os efeitos dessa redução sobre a economia já começaram a ser sentidos em dados mensais de atividade econômica. O programa está, a princípio, marcado para ser encerrado em 31 de dezembro de 2020.

PIB

O PIB é o resultado da soma de todos os novos bens e serviços produzidos em um país em certo período de tempo. Por ser um indicador de quanto e como a economia produziu naquele intervalo, ele aponta se a atividade econômica expandiu, encolheu ou se manteve igual na comparação com outros momentos.

Outra maneira de medir o PIB é pela ótica da demanda. Tudo o que os setores de serviços, indústria e agropecuária produzem é consumido internamente ou vendido para o exterior. Por essa ótica, o consumo das famílias brasileiras aumentou 7,6% no terceiro trimestre, mas ainda ficou bem abaixo do patamar do final de 2019. Os investimentos tiveram trajetória similar, crescendo 11%, mas sem compensar as perdas do começo do ano.

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