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Ministério do Trabalho

Teletrabalho: mulheres e servidores com filhos de até 4 anos são os mais impactados

A pesquisa sobre impacto do teletrabalho nos servidores públicos foi realizada por Ministério da Economia.

07/12/2020 09:15:01

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Teletrabalho: mulheres e servidores com filhos de até 4 anos são os mais impactados

Teletrabalho: mulheres e servidores com filhos de até 4 anos são os mais impactados

Uma pesquisa do Ministério da Economia apontou que a pandemia do novo coronavírus afetou a produtividade do servidor público federal que trabalha de casa. Os mais impactados são as mulheres e os pais de filhos menores de 5 anos. O levantamento foi feito em maio e junho.

Na pesquisa, as mulheres informaram 26 minutos de improdutividade a cada hora, contra apenas 12 minutos dos homens. As principais dificuldades relatadas foram distrações domésticas e a falta de interação com colegas. Também foram citados problemas tecnológicos e falta de delimitação da fronteira entre vida pessoal e profissional.

Já os servidores federais com filhos de até 4 anos relataram impacto maior, com 42 minutos de improdutividade por hora. Entre os que não têm filhos nessa faixa etária, o tempo não trabalhado caiu para 16 minutos. Entre os donos de animal de estimação sem filhos, praticamente não houve variação.

Tecnologia e horas diárias

Realizada pela Escola Nacional de Administração Pública (Enap), em associação com a Universidade de Duke, nos Estados Unidos, a pesquisa também constatou que os servidores com mais acesso à tecnologia conseguem reduzir a perda de produtividade. Entre os equipamentos citados, estão internet sem fio, computador laptop exclusivo, ferramentas de teleconferência e acesso a softwares de gerenciamento de tarefas

A confiança das chefias nos funcionários também foi apontada como fator importante para melhorar a qualidade no trabalho remoto. Segundo o levantamento, na falta de monitoramento presencial, as tarefas são cada vez mais executadas na base da confiança entre chefe e subordinado.

Ao agregar os dados totais (gênero, número de filhos e idade), o número de horas diárias produtivas (em que o servidor trabalha com total concentração), caiu de 5,73 antes da pandemia de covid-19 para 5,4 durante a pandemia.

O total de horas trabalhadas improdutivas (que engloba a execução de tarefas num ambiente de distração ou de multitarefas) passou de 3,07 para 3,29, na mesma comparação.

O tempo dedicado ao sono subiu de 6,93 horas diárias antes da pandemia para 7,1 após a introdução do teletrabalho. Em relação ao lazer, no entanto, a pesquisa apresentou desempenhos diferentes.

As horas diárias dedicadas ao lazer ativo (atividades ao ar livre, socialização e passeios) caíram de 1,81 para 1,31. Em contrapartida, as horas de lazer passivo (descanso, ócio, assistir à televisão) subiram de 2,26 para 2,47.

O resultado relativo ao lazer, no entanto, pode ter sido influenciado pelo período de coleta, já que a pesquisa foi realizada quando as medidas de distanciamento social estavam mais reforçadas.

Home office permanente

Segundo o Ministério da Economia, a pesquisa teve como objetivo formular uma estratégia para a adoção de uma possível política permanente de trabalho em casa em segmentos do serviço público, principalmente nas atividades consideradas não essenciais.

Apesar das dificuldades, a maioria dos funcionários afirmou desejar dividir de maneira igual o tempo trabalhado em casa e no escritório.

A proporção desejada pelos servidores federais ficou em 48,38% de trabalho remoto e 44,20% presencial. Antes da pandemia, cerca de 75% do expediente do funcionário era executado no escritório e pouco menos de 20% em casa.

A pesquisa ouviu 16.765 mulheres, 15.586 homens e 33 servidores que não se identificaram com nenhum gênero (como os transgêneros). Na parcela da população que não informou o gênero, o tempo trabalhado improdutivamente – em ambiente de distração – somou 43 minutos por hora. Respondido de forma online, no site da Enap, o questionário foi aplicado em 88 países, com as mesmas perguntas.

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