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Bolsa de valores: quanto precisa para começar a investir?

Apesar da crise, o número de investidores pessoa física quase dobrou em 2020.

10/01/2021 14:00:01

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Bolsa de valores: quanto precisa para começar a investir?

Bolsa de valores: quanto precisa para começar a investir?

Em 2020, o total de investidores pessoa física quase dobrou em relação aos 1,68 milhão de 2019, chegando a 2,48 milhões este ano, com um montante de de investimentos que ultrapassa R$ 303 bilhões.

Especialistas acreditam que a queda dos juros têm influenciado pessoas a buscarem novas formas de investimento. A bolsa de valores é a mais buscada, mas o investidor deve preparar o bolso.

Na bolsa, o lote padrão para comprar ou vender é de cem ações. Ou seja, para comprar um papel, por exemplo, da Petrobras, que custa cerca de R$ 30,00, a pessoa teria que desembolsar pelo menos R$ 3.000. Isso acaba desestimulando o pequeno aplicador. Mas o mercado tem alternativas para quem quer experimentar a renda variável e não tem muito dinheiro sobrando. Dá para aplicar na Bolsa a partir de R$ 60.

Ações mais em conta

Mesmo levando em conta o lote padrão, de cem ações para cada negócio, há opções de papéis que custam muito pouco.

A casa de análise financeira Economatica elaborou uma lista de 45 ações que custavam menos de R$ 5,00 (levando em conta o fechamento do último dia 4 de janeiro).

A R$ 0,66, a ação PN da livraria Saraiva poderia receber investimentos a partir de R$ 66 no lote de cem ações.

A empresa de telefonia Oi, que está custando R$ 2,35, tem o lote padrão de R$ 35,00.

Contudo, muitas empresas que têm o valor muito baixo podem estar atravessando momento de dificuldades, com pedidos de recuperação judicial, e isso precisa ser pesado, dizem profissionais de mercado.

Já empresas saudáveis e com preço baixo, também podem trazer um risco. Por terem valor baixo, qualquer variação de centavos representa um ganho - ou perda - relevante em termos percentuais.

Mercado fracionário

Para quem quer comprar ações de empresas que valem mais, mas desembolsando menos dinheiro, existe o mercado fracionário — uma forma de fazer a transação com uma aplicação inicial baixa, sem ter que adquirir o lote padrão, que é de cem ações.

No mercado fracionário, é possível comprar apenas uma parte do lote —qualquer quantidade de 1 a 99 ações. No exemplo das ações preferenciais da Petrobras, uma pessoa que tenha, digamos, R$ 100, não conseguirá comprar um lote, mas no mercado fracionário conseguirá comprar três ações da petroleira.

Contudo, a Bolsa brasileira tem muito mais negócios no lote padrão que no mercado fracionário. Isso pode impactar diretamente o desempenho de um investimento no mercado fracionário, já que o aplicador pode demorar mais para conseguir vender seus papéis, especialmente para ações menos negociadas, de empresas menores.

ETFs

Uma forma de investir pouco na Bolsa e ainda diversificar a carteira - ou seja, não depender apenas do desempenho de uma empresa para ter sucesso no investimento - é comprar ETFs.

ETFs ("Exchange Traded Fund", em inglês) são fundos que reproduzem índices de ações. Há ETF que acompanha as maiores empresas da Bolsa, outras seguem ações de empresas do setor de commodities, e outras acompanham empresas do setor financeiro.

Por ser uma cópia dos índices setoriais, cada ETF acaba apresentando um desempenho bem semelhante ao do índice que segue. Se as ações das empresas que compõem tal índice vão para um lado, o ETF vai atrás. Caso o índice suba 10%, o ETF que o acompanha vai crescer bem próximo desse percentual. Caso caia, o desempenho também será negativo.

No fim do ano passado, a Bolsa reduziu o lote padrão para os ETFs, que agora podem ser adquiridos pela unidade - e não mais pelo lote padrão de dez cotas. Então, há ETF a partir de R$ 10,20 -no caso, o que acompanha o Ifix, o índice dos fundos imobiliários. O ETF que acompanha o Ibovespa com preço mais em conta é o BB ETF Ibov, na casa de R$ 60,00.

Aplicação mínima baixa

Se a pessoa não quiser comprar ações nem ETFs, pode investir em ações por meio dos fundos de ações que exigem um baixo valor de aplicação inicial. Há diversas casas de gestão que oferecem fundos que pedem R$ 100,00 de aporte inicial.

Essa opção tem um preço a pagar. O gestor fará todo o trabalho de análise e seleção das ações. Por isso vai cobrar taxa de administração. Em alguns casos, há ainda a taxa de performance (cobra mais se conseguir um bom resultado). Por isso, o aplicador deve estar atento a esses custos, que são mais pesados proporcionalmente para quem tem menos dinheiro aplicado.

No ETF, com um único ativo, o investidor tem acesso a uma carteira diversificada. Mas o mercado fracionário tem menor liquidez, e as ações que estão em cada ETF representam uma escolha da Bolsa, que fez o índice. Já nos fundos, a gestão é delegada ao gestor.

Por isso precisa avaliar o perfil do gestor. Mas há opções para investir na Bolsa com pouco dinheiro, como uma forma de aprendizado de como funciona esse mercado.

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