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Juros

Selic: Entenda os impactos da elevação da taxa para 2,75%

Decisão do Copom eleva a taxa básica de juros pela primeira vez após seis anos de quedas.

18/03/2021 10:00:02

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Selic: Entenda os impactos da elevação da taxa para 2,75%

Selic: Entenda os impactos da elevação da taxa para 2,75%

Nesta quarta-feira, 17, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) elevou a taxa básica de juros de 2% para 2,75% ao ano. Este foi o primeiro aumento da taxa Selic desde 2015. 

Ao justificar a decisão, o Copom afirmou que o cenário atual da economia não pede grau de estímulo extraordinário e que as expectativas de inflação superam a meta no horizonte da política monetária.

"Na avaliação do comitê, uma estratégia de ajuste mais célere do grau de estímulo tem como benefício reduzir a probabilidade de não cumprimento da meta para a inflação deste ano, assim como manter a ancoragem das expectativas para horizontes mais longos", afirmou o Copom em nota.

Analistas do mercado preveem que a taxa continue aumentando, terminando 2021 em 4,5% ao ano e 2022, em 5,5% ao ano.

Além disso, avaliam que o aumento dos juros está relacionado à disparada da inflação de alimentos, combustíveis e dólar, somada a um cenário de tensão política, fraco ritmo de vacinação e a dificuldades em conter o aumento dos gastos públicos.

Impactos Taxa Selic

A princípio, a alta de 0,75% da Selic deve trazer poucos impactos para o bolso da população visto que a taxa de juros estava abaixo dos padrões históricos.

Ao longo prazo, a tendência de alta da Selic vai ter efeitos importantes no câmbio, ou seja, no valor do real perante o dólar e na economia.

Com o real um pouco mais valorizado perante o dólar, o crédito tende a ficar um pouco mais caro e o câmbio mais estável, o que reduz a pressão inflacionária sobre combustíveis, por exemplo.

O cenário também é positivo para quem tem investimentos em renda fixa (como Tesouro Direto), já que as aplicações se tornam mais rentáveis.

Contudo, a alta de juros promovida pelo BC pode deixar o crédito mais caro, o que desestimula o consumo e o investimento das empresas, impactando, assim, o emprego e a renda, além de gerar elevação nas despesas com juros da dívida pública.

Selic

Vale lembrar que a Selic já teve patamares mais altos - passou dos 14% em 2016, e chegou a 45% em 1999, só para citar alguns exemplos - chegou à casa dos 2% em meados de 2020 e assim se manteve até agora, no nível mais baixo das últimas décadas.

Na semana passada, o IBGE calculou o IPCA (um dos índices que mede a inflação) de fevereiro em 0,86%, o maior registrado nesse mês desde 2016 e puxado pela alta nos combustíveis.

Em um cenário mais amplo, ao longo de um ano de pandemia (março de 2020 a fevereiro de 2021), a inflação sentida pelas pessoas mais pobres chegou a 6,75%, segundo cálculos do Ipea.

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