O agravamento da pandemia e o aumento da oferta de crédito consignado devem provocar uma alta na procura por empréstimo.
Com a entrada em vigor da medida provisória que amplia de 35% para 40% a margem de empréstimo consignado para segurados do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), servidores público e militares, a projeção do INAF (Instituto Nacional do Agente Financeiro) é que sejam injetados na economia, até o final do ano, cerca de R$ 100 bilhões.
Com juros mais baixos e maior facilidade de contratação, a modalidade é a esperança para muitos brasileiros sufocados pela crise. Mas para evitar que a solução se torne um novo problema, é preciso tomar alguns cuidados na hora de realizar a operação.
A especialista em mercado de crédito Yasmin Melo, também presidente do INAF, faz algumas recomendações para quem está planejando fazer um empréstimo consignado. Confira.
Certificação
Procure saber se o correspondente bancário que está te atendendo é certificado na Febraban (Federação Brasileira de Bancos) ou à Anesp (Associação Nacional dos Profissionais e Empresas Promotoras de Crédito e Correspondentes no País).
Liberação de valores
Desconfie de liberação de valores muito alto, que ultrapassem a sua margem para empréstimo.
Pagamentos antecipados
Não faça pagamentos antecipados. As empresas credenciadas não exigem nem um depósito antecipado para liberação do empréstimo. Desconfie. Qualquer pagamento antecipado para liberação de empréstimo consignado é fraude.
Verifique informações
Verifique as informações da empresa. Confira o endereço, o telefone e pesquise se a empresa tem reclamações de outros clientes.
Lembre-se que por conta da pandemia, muitas empresas adotaram o home oficce. A sugestão é fazer uma chamada de vídeo para conhecer a pessoa e a empresa que estão se atendendo.
Crédito consignado
Yasmin explica que o crédito consignado é um dos mais baratos e acessíveis à população.
“O crédito transforma vidas. E em tempos de crise, como a provocada pela pandemia, com aumento do desemprego e queda na renda, o acesso ao crédito é uma das formas mais rápidas de ajudar o cidadão. O acesso ao crédito permite que ele volte a pagar suas contas e a comprar, movimentando a economia”, afirma.
Porém, a especialista ressalta que apesar de todas as vantagens, a modalidade é vista como uma grande vilã do sistema financeiro em função de práticas irregulares cometidas por uma minoria.
Para profissionalizar cada vez mais o setor, o INAF tem realizado capacitações e cursos de treinamento.
“A classe de correspondente bancário existe há décadas e vem bancarizando um público até então esquecido pelas grandes instituições. Mas diariamente temos que combater uma insistente campanha instalada contra o setor, além de rebater atos errôneos atribuídos à categoria”, afirma.
O Brasil tem mais de 1,5 milhão de correspondentes bancários, responsáveis por quase 50% do crédito consignado liberado no país.