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Carência

Pronampe: parcela do financiamento deve subir

Empresários que optarem por prazo maior de carência, terão de pagar o financiamento em um número menor de parcelas.

05/04/2021 14:00:01

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Pronampe: parcela do financiamento deve subir

Pronampe: parcela do financiamento deve subir

No início de março, o Governo federal autorizou que os bancos dessem mais três meses para que micro e pequenas empresas começassem a pagar empréstimos feitos pelo Pronampe (Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte). 

Contudo, quem pedir mais prazo terá o número de parcelas diminuído e, com isso, será obrigado a pagar um valor maior todo mês. 

Inicialmente, o período de carência, que é o tempo entre a contratação do empréstimo e o pagamento da primeira parcela, podia ser de, no máximo, oito meses. Com a autorização do governo, os clientes podem pedir que a carência suba para 11 meses. 

São os próprios bancos que decidem se concedem, ou não, o aumento de prazo. Entretanto, instituições como a Caixa Econômica Federal e o Itaú ainda não estão oferecendo o prazo maior.

O que não estava claro para os empresários é que, se eles pedirem mais prazo, terão de pagar o financiamento em um número menor de parcelas. Por exemplo: um empresário que contratou um financiamento do Pronampe em 30 vezes e que começaria a pagar o empréstimo em março pode requisitar que a primeira parcela caia só em junho (três meses a mais de carência). Mas, com isso, terá de pagar o financiamento em 27 parcelas.

Condições Pronampe

As novas condições frustraram clientes que já entraram em contato com os bancos para pedir o adiamento da primeira parcela. 

Emi Otani, dona do restaurante Taste And See, em São Paulo, emprestou R$ 100 mil pelo Pronampe no Bradesco, e pagaria a primeira parcela em abril. Ela se surpreendeu com as condições do benefício. Com o aumento do prazo, o valor das parcelas subiu 11%.

“A gente não sabe direito até quando vão essas restrições [da pandemia]. Pode ser que em três meses as coisas melhorem, mas e se não for assim?", questiona.

Leandro Diniz, diretor do departamento de empréstimos e financiamentos do Bradesco, diz que o número de parcelas precisa ser diminuído com o aumento do prazo por conta das regras do próprio Pronampe.

"É o regulamento do FGO (Fundo Garantidor de Operações, o fundo público que dá garantia aos empréstimos do Pronampe). O prazo final do contrato não pode ser alterado. É a norma, não uma decisão dos bancos. Como você vai dar mais três meses de carência, automaticamente o valor da parcela vai aumentar. Leandro Diniz, diretor de empréstimos e financiamentos no Bradesco."

O Santander, que ofereceu a prorrogação da carência até o último domingo (28), também informou aos clientes que as parcelas aumentariam em até 13% por conta de "regras definidas pelo governo federal".

Aumento do prazo

Na opinião de Mellissa Penteado, CEO do grupo proScore, que atua no setor de análise de crédito, o aumento da carência pode ser uma oportunidade para que as empresas preservem sua reputação financeira e seu poder de negociação em meio à crise.

"Se a empresa está com a sua capacidade produtiva afetada, não consegue ter a garantia de que, em três meses, vai ter faturamento suficiente para pagar a parcela [com valor maior]. Por outro lado, são três meses para impulsionar o negócio. É um tempo de manobra que pode ser muito interessante." Mellissa Penteado, CEO do grupo proScore.

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