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Auxílio Emergencial: pesquisa aponta que 9 a cada 10 brasileiros criticam valor do benefício

A pesquisa Datafolha mostrou que 87% dos brasileiros consideram o benefício insuficiente para sobreviver.

14/05/2021 17:00

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Auxílio Emergencial: pesquisa aponta que 9 a cada 10 brasileiros criticam valor do benefício

Auxílio Emergencial: pesquisa aponta que 9 a cada 10 brasileiros criticam valor do benefício Foto: Jardiel Carvalho/Folhapress

Uma pesquisa realizada pelo Datafolha entre os dias 11 e 12 deste mês, apontou que nove em cada dez brasileiros avaliam que o valor do novo Auxílio Emergencial é insuficiente.

O benefício pago pelo governo federal, neste ano, é de R$ 150 a R$ 375, variando conforme o perfil do beneficiário. O valor é bem menor do que o pago no ano passado, que era de R$600. Diante disso, 87% dos brasileiros com mais de 16 anos consideram a nova rodada insuficiente. 

São 45,6 milhões de pessoas contempladas com o auxílio em 2021. O gasto total previsto é de R$ 44 bilhões, equivalente a apenas 15% do que foi desembolsado em 2020.

A pesquisa apontou que a nova rodada é considerada satisfatória por apenas 10% da população. Os outros 3% acham o montante mais do que suficiente.

Entre os que receberam o auxílio em 2020, quase 90% consideram o valor deste ano insuficiente. Segundo o Datafolha, menos da metade (49%) das pessoas que receberam o auxílio no ano passado o fizeram neste ano.

Auxílio Emergencial 2021 com valor reduzido

Os especialistas em renda e desigualdade consideram que o governo exagerou na dose do auxílio emergencial em 2020 e acabou sem munição neste ano marcado por nova onda de infecções e mortes e pela falta de vacinas que poderiam permitir o retorno pleno da atividade econômica.

A análise é reforçada por dois indicadores. O primeiro é a captação líquida da poupança, que atingiu R$ 166,3 bilhões em 2020, a maior da série histórica do Banco Central. O segundo é a inflação, sobretudo de alimentos, que disparou no ano passado e seguiu alta neste primeiro trimestre, indicando uma elevação de preços decorrente do maior volume de moeda em circulação.

Com o fim abrupto, no início deste ano, do auxílio emergencial robusto de 2020, o efeito sobre os mais pobres foi imediato. Houve súbito aumento da taxa de pobreza e o encolhimento da chamada classe C.

Segundo dados da FGV Social, o Brasil tem hoje 35 milhões de pessoas na pobreza extrema, ou 16% da população vivendo com menos de R$ 246 ao mês. Em 2019, eles somavam 24 milhões, ou 11% do total.

Desde agosto do ano passado, ápice do pagamento do auxílio emergencial, quase 32 milhões de pessoas deixaram a classe C (renda domiciliar entre R$ 1.926 e R$ 8.303) em direção às D/E ou à miséria.

O Datafolha também aferiu que 55% dos brasileiros consideram insuficiente ou muito pouco o que eles e seus familiares ganham atualmente para sobreviver.

O percentual salta a 71% entre aqueles com renda familiar mensal até dois salários mínimos (R$ 2.200) -e que constituem a maioria (57%) das famílias brasileiras, segundo o perfil da amostra do Datafolha.

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