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Projeto de Lei Complementar

ICMS sobre combustíveis: Bolsonaro negocia mudanças em projeto para conseguir aprovação

Em live semanal, o presidente afirmou que a nova versão já foi apresentada ao presidente da Câmara.

21/05/2021 15:30

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ICMS sobre combustíveis: Bolsonaro negocia mudanças em projeto para conseguir aprovação

ICMS sobre combustíveis: Bolsonaro negocia mudanças em projeto para conseguir aprovação Foto: Reprodução Acervo Pessoal/Facebook - Jair Bolsonaro

Em live semanal nesta quinta-feira (20), o presidente Jair Bolsonaro disse que está negociando com o Congresso modificações no projeto de lei complementar que altera a forma de cobrança do ICMS dos combustíveis.

Apresentada em fevereiro, a medida propõe unificar o percentual ou estabelecer um valor fixo nacional da alíquota do imposto, que é estadual. Para Bolsonaro, esta versão da proposta não tem chances de avançar no Legislativo. 

"Não tem como ir pra frente esse projeto. Aí conversei com o Arthur Lira [presidente da Câmara dos Deputados], de Alagoas, que é um aliado dos interesses nacionais, fiz uma nova proposta, ele já deve ter levado para o relator, para que o valor fixo não seja nacional", explicou. 

A primeira proposta apresentada pelo governo ao Congresso, determinava que caberia ao Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) definir as alíquotas do ICMS sobre combustíveis, que deveriam ser uniformes em todo o território nacional, podendo ser diferenciadas por produto. 

O Confaz é formado por integrantes do Ministério da Economia, incluindo o titular da pasta, Paulo Guedes, e todos os secretários estaduais de Fazenda. Essas alíquotas também seriam, segundo dispõe o texto, "específicas, por unidade de medida adotada", que pode ser quilo ou litro, por exemplo. 

Nova proposta para ICMS dos combustíveis

De acordo com o presidente, o projeto deve ser alterado para manter a autonomia dos estados na definição do valor do ICMS, desde que seja estabelecido um valor ou percentual fixo. Hoje, a cobrança do ICMS sobre combustíveis é feita diretamente sobre o valor na bomba, por meio de um cálculo médio sobre a flutuação dos preços que é atualizado a cada 15 dias.      

"Vamos supor que o estado de Alagoas queira cobrar R$ 1 de ICMS sobre o diesel, e o Ceará queira cobrar R$ 2. Cada um vai decidir o seu ICMS. Qual a vantagem nisso? A previsibilidade", afirmou Bolsonaro.

O ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, que participou da live ao lado do presidente, também defendeu a mudança na forma de cobrança. 

"O imposto incide em cima de um valor de referência, que é avaliado a cada 15 dias. E esse valor de referência carrega tributos, por isso que existe a bitributação. Então, seria interessante ter um percentual fixo em cima do valor da refinaria. Essa é uma possibilidade". 

Segundo Tarcísio, o governo também estuda outras alternativas, como a criação de um fundo de estabilização para ajudar a amortecer a oscilação dos preços ou aumento no tempo de atualização dos preços, para que seja a cada 30 ou 60 dias, e não de forma quinzenal. 

Assunto pode ser tratado no STF

Durante a live, Bolsonaro voltou a dizer que, caso o projeto não avance, poderá recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) para fazer com que os estados estabeleçam valores ou percentuais fixos de cobrança do imposto.  

"A gente [pode] entrar com uma ação para obrigar os governadores, dar um prazo, para que cada um bote o valor fixo de cada imposto estadual e não continue como está aí".

Além do diesel e da gasolina, o projeto de lei complementar do Executivo federal prevê que a nova forma de cálculo do ICMS deverá ser aplicada também para:

  • álcool combustível; 
  • querosenes combustíveis; 
  • óleos combustíveis; 
  • coques, de petróleo e de minerais betuminosos; 
  • resíduos de óleos, de petróleo e de minerais betuminosos; 
  • óleos lubrificantes, de petróleo ou de minerais betuminosos; 
  • hidrocarbonetos líquidos derivados de petróleo 
  • hidrocarbonetos líquidos derivados de gás natural que possam ser utilizados em mistura mecânica para a produção de gasolinas ou de diesel, de acordo com as normas estabelecidas pela Agência Nacional do Petróleo (ANP); 
  • biodiesel; gás natural combustível; e gás liquefeito de petróleo (GLP), o gás de cozinha.

Em audiência pública na Câmara dos Deputados que aconteceu ontem (19), o representante do Comitê Nacional dos Secretários de Fazenda dos Estados e do Distrito Federal (Comsefaz), Luiz Cláudio Gomes, reafirmou a posição contrária da entidade em relação à medida.

Para o Comsefaz, a discussão sobre os preços dos combustíveis deve ser feita dentro da reforma tributária. Segundo Gomes, o PLP 16/2021 fere a autonomia dos estados e poderá gerar efeitos negativos para a população. 

“A eventual unificação do ICMS pela média praticada nos estados, como prevê o PLP 16, além de não resolver o problema da volatilidade do mercado, vai gerar aumento nos preços dos combustíveis em alguns estados, com impacto direto na inflação”, disse.  

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