Dados divulgados pelo grupo Mz, empresa especializada em relações com investidores, mostram que, só no primeiro semestre deste ano, houve um aumento de 220% nas notificações referentes a ataques cibernéticos contra empresas brasileiras, em relação ao mesmo período do ano passado.
O estudo foi feito com base em dados levantados pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), agência regulada pelo Ministério da Economia, e aponta que as companhias de energia elétrica foram as empresas que mais sofreram com atividades hackers, com seis notificações ao todo.
O setor de saúde foi o segundo mais afetado pelas invasões, sendo todas as cinco intimações feitas pelo Grupo Fleury.
O analista de dados e fundador de uma startup de Business Intelligence e Analytics, Claudio Bonel, em entrevista à CNN, disse que o aumento da atividade hacker está relacionada à implementação do trabalho remoto durante a pandemia. De acordo com ele, o trabalho home-office deixou as empresas mais vulneráveis.
“Os ataques às empresas aumentaram bastante em tempos de pandemia, período em que o trabalho home-office foi implementado em grande escala. Com isso, nós temos um volume maior de acesso remoto, onde as pessoas acessam dados importantes diretamente de casa. Esse maior número de acessos facilita a invasão dos sistemas”, explicou.
A pesquisa também destaca que, entre os ataques cibernéticos contra as empresas brasileiras, 37% das notificações foram referentes à “incidente cibernético na área de Tecnologia da informação”.
O ransomware - extorsão que pode bloquear o seu computador e depois exigir um resgate para desbloqueá-lo – também é citado no levantamento.