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Taxa de juros

Efeito da alta da taxa de juros deve ser limitado

A elevação da taxa básica de juros deve ter efeito limitado sobre as empresas.

22/08/2021 14:00:02

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Efeito da alta da taxa de juros deve ser limitado

Efeito da alta da taxa de juros deve ser limitado Foto de RODNAE Productions no Pexels

A elevação da taxa básica de juros, apesar de pressionar o endividamento de algumas companhias no médio prazo, deve ter efeito limitado. Mesmo o setor de construção, que é prejudicado pelo encarecimento do financiamento imobiliário, tem problemas mais prementes, como o aumento de custos.

No mercado acionário, o estrago deve ser maior, diz o chefe de estratégia do Bank of America (BofA), David Beker, com maior volume de investimentos direcionado à renda fixa. A curva de juros futuros já aponta para um indicador na casa dos dois dígitos.

“A preocupação com a Selic não é o impacto imediato no setor corporativo, mas com os fluxos para o mercado acionário. Os bancos poderiam se beneficiar das maiores taxas de juros, mas estar acima da média de mercado não significa que o desempenho está bom”, diz.

Inflação

As construtoras sofreram com a inflação de custos no trimestre. Com insumos em  forte alta desde o início do ano, as margens foram pressionadas, mesmo com desempenhos operacionais recordes. O impacto foi maior em companhias como MRV e Tenda, que lidam diretamente com o programa habitacional Casa Verde e Amarela, com pouco espaço no repasse da alta aos clientes.

Rafael Menin, presidente da MRV, comentou que no modelo de repasse na planta dos recebíveis dos clientes para os bancos, o preço das unidades deixa de ser corrigido pelo Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) assim que a operação é concluída, pois o cliente passa a ser financiado pelo banco e não mais pela incorporadora. Com isso, a pressão inflacionária sobre as margens é maior do que se os imóveis fossem repassados apenas no momento de entrega das chaves.

A margem bruta da companhia ficou em 25,3% no segundo trimestre, enquanto o BofA estimava 28%. A margem líquida esperada era de 8,3%, 0,4 ponto percentual acima do reportado pela MRV. O único indicador a superar as projeções do BofA foi a margem Ebitda, de 11,3%, ante os 11,1% previstos.

A Tenda reduziu sua projeção de margem bruta ajustada para o ano de 2021 para uma faixa entre 28% e 30%. Anteriormente, a construtora previa entre 30% e 32%. A nova estimativa está no meio da projeção dos analistas para o ano, mostrando a persistência dos altos custos de insumos de construção.

A pressão ainda não representa um grande risco para as  construtoras, diz Beker, já que o recuo das margens ainda ficou abaixo da alta de vendas no período, indicando que o crescimento das companhias é sustentável.

Fonte: Valor Econômico

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