Os brasileiros ainda estão se recuperando economicamente devido aos impactos causados pela pandemia de Covid-19, mas com a inflação em alta, as incertezas políticas e outros fatores, o índice de endividamento continua alto.
Segundo estudo realizado pela Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste), 72% dos moradores das duas cidades mais populosas do país (São Paulo e Rio de Janeiro) estão com dívidas de cartões de crédito.
A forma de pagamento foi considerada a principal culpada pelo endividamento da população e o “vilão” do bolso dos consumidores neste primeiro trimestre do ano.
Apesar da taxa continuar alta, apresentou queda em comparação ao ano passado, quando chegou a atingir 81% dos brasileiros destas cidades.
O cheque especial e o desemprego foram outros fatores que apareceram em destaque para os motivos de contração de dívidas, levando respectivamente 42% e 44% da população a se endividarem.
O número geral pode ter sofrido retração, mas a proporção de pessoas que se consideram muito endividadas aumentou neste ano, passando de 18% em 2021 para 23% em 2022.
O estudo entrevistou 500 pessoas entre 18 e 70 anos, e mostrou que 46% dos participantes do RJ já deixaram alguma conta atrasada, e em SP, a situação já aconteceu com 40% dos entrevistados.
Avaliando as principais contas atrasadas, a maioria tem deixado de pagar em dia as contas de telefone (32%), de luz (30%) e internet (29%), sendo na análise geral, os cariocas têm deixado de pagar mais despesas que os paulistanos.
No Rio de Janeiro, 26% dos moradores se consideram muito endividados e em SP, o número cai para 21%, mas em 2021 na capital paulista apenas 11% dos entrevistados tinham essa percepção.
A situação se concentra, nas duas localidades, especialmente naqueles que recebem na faixa de um a dois salários mínimos e também de dois a cinco salários mínimos.