Os servidores do Banco Central (BC) anunciaram nesta terça-feira (29) que entrarão em greve a partir da próxima sexta-feira, dia 1º de abril, para reivindicar o reajuste salarial de 26,3% e reestruturação das carreiras do órgão.
Após tentativas de negociações e paralisações temporárias sem sucesso, o sindicato dos servidores optou pela greve, mas o BC afirma que está preparado para manter o funcionamento dos serviços essenciais mesmo neste cenário.
Os trabalhadores já estavam paralisando suas atividades desde o dia 17, na parte da tarde, causando atrasos de relatórios como do Copom e do boletim Focus.
Apesar disso, em nota, a autarquia informou ter planos de contingência para a situação e assegurou o funcionamento de operações financeiras como o Pix, o Sistema de Transferência de Reservas (STR) e o Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic), que não serão interrompidos.
No comunicado, o órgão reconheceu os direitos dos servidores de se manifestarem de forma organizada e a confiança na dedicação, qualidade e responsabilidade dos servidores e de seu compromisso com a instituição e com a sociedade.
Presidente do BC passa a defender servidores
Às vésperas da greve dos servidores do BC, o presidente da autarquia, Roberto Campos Neto, mudou seu posicionamento e passou a defender as demandas solicitadas, apoiando a reestruturação de carreiras da instituição e o reajuste salarial.
Em nota, Campos Neto afirmou já estar trabalhando em uma proposta para reestruturar as carreiras que será enviada ao Congresso, e que está buscando uma solução específica para o Banco Central, e não para todo o governo, apesar das demandas que vem surgindo de outras instituições.
A solicitação do aumento vem após a decisão do presidente Jair Bolsonaro de reajustar os salários das carreiras policiais, instigando que outros funcionários do poder público, como do BC, Tesouro Nacional e Receita se mobilizem para garantir os mesmos direitos.