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Maioria das empresas não são adeptas ao trabalho flexível

Dessas 46% de empresas que oferecem trabalho flexível, apenas 57% possuem modelo híbrido, 20%, horário flexível e 17%, home office.

05/04/2022 15:00:01

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Apenas 46% das empresas oferecem modelos de trabalho flexíveis

Maioria das empresas não são adeptas ao trabalho flexível Pexels

Flexibilidade no horário de trabalho, home office e apoio à saúde mental dos funcionários não são uma realidade para a maioria das empresas brasileiras, segundo uma nova pesquisa da Deloitte, obtida com exclusividade pelo Valor.

Somente 46% das organizações estão oferecendo práticas flexíveis de trabalho após a pandemia. 

“Executivos, acionistas e empresários mais tradicionais ainda acreditam que o processo de confiança precisa ser construído em uma relação presencial”, afirma o diretor da área de consultoria da Deloitte, Davi Ernani,.

Com abrangência nacional, o levantamento avaliou práticas de remuneração e de gestão de pessoas de 112 empresas, sendo 57% grandes corporações com faturamento acima de R$ 300 milhões, 30% de médio porte e 13% pequenas. Cerca de metade da amostra é do Sudeste, 37% do Nordeste, 17% do Sul e 2% do Centro-Oeste.

Apoio emocional

Mesmo que assuntos como o esgotamento emocional (burnout), transtornos de ansiedade e depressão tenham ficado mais comuns, as empresas não têm adotado iniciativas pensando no bem-estar dos seus funcionários.

Apenas 42%  das empresas oferecem algum tipo de apoio emocional como psicólogo, assistência social ou aplicativo de meditação. 

Trabalho flexível

As mesmas 42% das empresas veem a importância do trabalho flexível. 

“As grandes corporações, onde há nível de maturidade e preocupação um pouco maior com gestão de pessoas, incentivaram o trabalho flexível durante o isolamento e estenderam a prática, ofertando estrutura de apoio emocional. Mas, considerando uma parte significativa das grandes, e muitas companhias pequenas, médias e familiares, não houve a adoção dessas ferramentas”, explica o diretor.

É importante atentar-se a esse fator, porque se as grandes empresas movimentam o Produto Interno Bruto (PIB), as pequenas e médias respondem por uma parcela significativa de empregados. “Precisam evoluir do ponto de vista de gestão de pessoas”, reforça Davi. 

Além disso, ele conta que há relatos de clientes da consultoria que estão perdendo talentos para outras localidades ou companhias que oferecem possibilidade de trabalho remoto.

A pesquisa entende trabalho flexível como o oferecimento de home office, do modelo híbrido ou de horário flexível.

Dessas 46% de empresas que oferecem esse benefício, apenas 57% possuem modelo híbrido, 20%, horário flexível e 17%, home office. 

A concessão de algum desses tipos de flexibilidade também varia conforme o ramo de atuação. Dentre as empresas pesquisadas, aquelas dos segmentos de energia, recursos naturais e serviços são as que mais concedem o benefício.

Segundo a pesquisa, o formato híbrido é a modalidade de trabalho flexível mais comum para todos os níveis hierárquicos, atingindo percentuais semelhantes de estagiários a presidentes.

O horário flexível, porém, é uma realidade maior para gerentes (32%) e diretores (27%) - esse percentual ficou em 18% para estagiários e em 20% para profissionais com cargos abaixo de coordenadores. A pesquisa avaliou 562 cargos nas 112 empresas da amostra.

Outros auxílios

Também foram analisados outros 17 benefícios ofertados no fim de 2021. Embora note-se nas  empresas a existência de auxílio para creche de filhos de funcionários, para educação, idiomas e previdência complementar, os dados indicam que assistência médico hospitalar e os auxílios refeição e alimentação são os três mais oferecidos - por mais de 80% de empresas pesquisadas. “São os mesmos, portanto, de todos os anos anteriores”, diz Davi.

Somente 12% das empresas oferecem os benefícios corporativos em um modelo flexível - permitindo que os funcionários realizem o que desejam usar no formato e frequência que consideram melhor. 

“As teorias modernas do RH dizem que é preciso ofertar uma cartela flexível, mas apenas 27% das empresas utilizam tecnologia na gestão de benefícios”, explica o especialista.

Outro ponto que chama atenção é que a licença paternidade e maternidade estendidas, para além do que é garantido na lei brasileira, são uma realidade em somente 38% das empresas analisadas. “O resto cumpre exatamente o que está na lei.”

Com relação à remuneração, o estudo indica que 27% dos cargos analisados tiveram um aumento real de salário em 2021, sendo que a área industrial foi a que teve a maior quantidade de cargos com aumento acima de 10%. Por outro lado, a maioria (73%) dos cargos apresentou manutenção ou redução salarial no período.

Os dados desta edição da pesquisa foram colhidos em outubro de 2021. O diretor defende que os resultados podem ser analisadas sob a ótica atual, porque naquele momento, pré Ômicron, as empresas se preparavam para retornar ao escritório, colocando em prática modelos híbridos de trabalho ou não, e já havia o entendimento de quais práticas de gestão de pessoas foram de fato incorporadas após um ano e meio de pandemia.

Com informações do Valor Econômico

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