O Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE) está reunindo dados que sinalizam um enfraquecimento do programa Jovem Aprendiz para tentar combater as investidas do governo que flexibilizam a iniciativa.
De acordo com o CIEE, no primeiro trimestre deste ano, o número de contratos para jovens aprendizes ficou aquém do resultado do mesmo período de 2020. Em 2022, foram 16,5 mil vagas para esse público contra 16,7 mil.
O CEO do CIEE, Humberto Casagrande, diz que a medida provisória publicada neste mês preocupa o setor. As mudanças permitem que ex-aprendizes já efetivados continuem a ocupar, durante doze meses, as estatísticas de cotas para jovens aprendizes a serem cumpridas pela empresa.
Além disso, jovens aprendizes com deficiência, de baixa renda ou que estejam cumprindo pena, por exemplo, passam a contar por dois, o que diminui o número obrigatório de participantes do programa que uma empresa deve ter.
"Nossa preocupação é que, no momento em que o mercado está retomando, criou-se esta situação da MP, que está conturbando muito o mercado. As empresas estão cancelando vagas, deixando para contratar depois", diz Casagrande.
A estimativa do CIEE é que, após as mudanças, o patamar de 450 mil aprendizes existente hoje caia para 250 mil.
No dia 8 de junho, presidentes das principais entidades do setor planejam ir a Brasília para conversar com congressistas sobre a MP e sobre o decreto 11.061, que vai no mesmo sentido.
Fonte: com informações do Painel S.A