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PIX: sistema ainda é pouco utilizado entre os menos escolarizados em SP

Entre os que têm ensino fundamental, apenas 30% usam o sistema; renda também aparece como obstáculo

17/07/2022 15:00:02

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PIX ainda é pouco utilizado entre os menos escolarizados

PIX: sistema ainda é pouco utilizado entre os menos escolarizados  em SP Pixabay

Uma pesquisa Datafolha detectou que, embora a maioria das pessoas em São Paulo (61%) afirme usar o Pix para transferir dinheiro ou fazer pagamentos, o sistema é bem menos utilizado entre os menos escolarizados que vivem no estado.

O levantamento foi feito no fim de junho e apenas 30% dos entrevistados que completaram o ensino fundamental usam a ferramenta. No universo dos que concluíram o ensino médio, a proporção vai para 68% e sobe para 79% entre os que têm ensino superior.

O Datafolha ouviu 1.806 pessoas em 61 municípios de São Paulo entre os dias 28 e 30 de junho. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

Em operação desde novembro de 2020, o Pix já tem mais de 130 milhões de usuários cadastrados e, de lá para cá, bilhões de transações foram realizadas. Segundo dados do Banco Central, só em março deste ano, foram 1,6 bilhão de pagamentos e transferências.

Apesar de seu poder inclusivo —que facilita operações instantâneas e sem tarifas—, a ferramenta também reflete desigualdades socioeconômicas do Brasil.

É que, além da questão da escolaridade, a renda também aparece como um obstáculo. De acordo com a pesquisa, a taxa de adesão ao Pix é de 51% entre as pessoas de São Paulo que ganham até dois salários mínimos. Daqueles que recebem entre dois e cinco salários, 69% dizem usar o Pix.

Embora a proporção não seja baixa, ela é ainda maior nas faixas salariais superiores. Entre cinco e dez salários mínimos, por exemplo, 84% das pessoas dizem usar o sistema para transferir dinheiro e realizar pagamentos. No recorte acima de dez salários, a taxa de adesão é de 76%.

Um dos motivos por trás dessa diferença pode ser a exclusão digital, que atinge mais fortemente a população pobre e envolve desde questões de infraestrutura até problemas de conectividade, pacotes de dados móveis com altos preços e aparelhos celulares obsoletos.

Reportagem da Folha mostrou que o Pix contribuiu para a inclusão, mas também ajudou a explicitar os contrastes existentes no país.

Em janeiro deste ano, por exemplo, a região Sul movimentou mais volume financeiro do que o Nordeste no Pix, mesmo registrando metade do volume de transações e tendo menos usuários cadastrados. Nos meses anteriores, o cenário não foi diferente.

Ainda assim, o sistema ajudou a popularizar operações de transferências de crédito, que antes eram restritas ao consumidor de maior renda, devido à cobrança de tarifas.

Não é à toa que, no segundo trimestre de 2021, o Pix foi o quarto meio de pagamento mais usado do país, respondendo a 12,93% da quantidade de transações, atrás apenas de boleto (15,09%), cartão de crédito (19,58%) e cartão de débito (21,44%).

Pix é mais popular entre os mais jovens

A pesquisa Datafolha também mostra que a grande maioria dos jovens já usa o Pix para transferir valores, pagar ou receber dinheiro. Das pessoas em São Paulo com idade entre 16 e 24 anos, 90% dizem usar a ferramenta.

A proporção vai diminuindo à medida que a faixa etária cresce. A taxa de adesão no grupo entre 25 e 34 anos é de 85%, mas recua para 71% entre as pessoas de 35 a 44 anos. Dos entrevistados com idade entre 45 e 59 anos, praticamente metade (51%) usa o Pix.

No entanto, o cenário se inverte no grupo de pessoas acima de 60 anos. É o único recorte onde a grande maioria (76%) não faz uso do sistema de pagamento.

Nesse caso, a exclusão digital pode ser um impeditivo, mas a percepção sobre a segurança do Pix também é um fator.

Segundo a pesquisa, os entrevistados com mais de 60 anos são os que mais desconfiam da ferramenta. Para 51%, o sistema não é nada seguro. Só 8% acreditam que ele é muito seguro e 35% dizem que um pouco.

O cenário é bem diferente na faixa etária que mais usa o Pix (entre 16 a 24 anos), onde apenas 9% consideram nada seguro.​

Fonte: com informações da Folha de S.Paulo

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