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Apenas 42% das mulheres participam do mercado de trabalho

Pesquisa concluiu que a desigualdade de gênero continua influenciando resultados sociais e econômicos no Brasil.

24/07/2022 16:00

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Mulheres perdem espaço no mercado de trabalho durante a pandemia

Apenas 42% das mulheres participam do mercado de trabalho Pexels

A última pesquisa Pobreza e Equidade realizada pelo Banco Mundial concluiu que a desigualdade de gênero continua influenciando resultados sociais e econômicos no Brasil. Atualmente, somente 42% das mulheres participam do mercado de trabalho. 

O relatório atrelou os resultados, também, aos papéis sociais tradicionais de gênero que aumentaram o trabalho doméstico não remunerado das mulheres e os encargos educacionais infantis durante os bloqueios escolares.

Um reflexo dessa situação é a remuneração menor que as mulheres recebem, apesar de qualificações superiores a dos homens, o que limita os benefícios do nível educacional alcançado pelas mulheres brasileiras.

Retorno desigual

Em 2021, a chance de mulheres perderem o trabalho foi quase o dobro em relação aos homens. 

Para a doutora em sociologia, Hayeska Barroso, o retorno às atividades foi mais difícil para mulheres por causa da não atuação do estado como rede de apoio à mulher. 

“A fragilidade do estado afeta visceralmente a condição das mulheres mais pobres. Não basta estar no mercado, não é só a carteira assinada ou a vaga garantida. A proteção envolve previdência, saúde e organização familiar”, ressaltou.

Para o analista político e diretor da Royal Politics, Rócio Barreto, as mulheres sofrem e são discriminadas não só no mercado de trabalho, mas em todas as instâncias sociais.

“São obrigadas a ser as chefes das famílias responsáveis pela criação dos filhos. As jornadas são maiores, seja considerando somente o trabalho fora de casa, como também a dupla jornada, pois ao chegar em casa precisam cuidar da casa, dos filhos e da alimentação. Por isso as mulheres têm maior dificuldade para conseguir trabalho comparado com os homens”, afirmou o político.

Precarização da jornada

A deterioração do mercado de trabalho diminuiu a renda domiciliar do trabalho no Brasil, com os 40% mais vulneráveis da população sendo os mais atingidos. 

Isso se deve ao cenário inflacionário que piorou a oferta de empregos, principalmente aos mais pobres. Barreto defendeu que a pobreza crônica no país está relacionada à má distribuição de renda acentuada pela pandemia de Covid-19.

“Só vai reduzir a desigualdade social e só vai reduzir a fome quando houver a criação de políticas públicas que ampliem a divisão de renda. Somente com uma melhor distribuição de renda, a gente pode reduzir as desigualdades sociais no mundo e reduzir fome e estados de miséria e de pobreza”, finalizou o diretor da Royal Politics.

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