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RECURSO RENOVÁVEL

Energia solar domiciliar: busca por painéis fotovoltaicos deve dobrar até fim do ano

Com o aumento do preço do petróleo, houve uma maior procura por fontes energéticas renováveis.

27/07/2022 11:00:01

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Energia solar: tendência dobrará até fim do ano

Energia solar domiciliar: busca por painéis fotovoltaicos deve dobrar até fim do ano Pexels

O aumento do preço do petróleo no mercado internacional e a criação de um novo marco legal para a geração de fontes renováveis têm ampliado os investimentos das empresas do setor de energia solar.

As empresas estão atentas no aumento da demanda esperada ainda para este ano.

Para isso, reforçam os estoques e antecipam a compra de equipamentos, com o intuito de driblar o aumento nos custos. Já outras planejam estender até seus centros de distribuição.

A Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR) estima em 2022 números recordes, em que a capacidade instalada deve dobrar, chegando a quase 25 gigawatts médios (GW) nos tetos de prédios e casas. 

Assim dizendo, é um volume que representa quase duas usinas de Itaipu, a maior do país, com 14 GW de capacidade.

Na semana passada, a ABSOLAR informou ainda que a energia solar se tornou a terceira maior na matriz energética brasileira, com 8,1%, ao ultrapassar o gás natural, ficando atrás apenas da geração hídrica (53,9%) e da eólica (10,8%).

O pontapé inicial foi em janeiro, quando foi publicada uma lei que prevê isenção de encargos setoriais até o fim de 2045 para quem instalar um sistema de geração própria solar até 7 de janeiro de 2023.

Levando para a prática, se o consumidor gerar mais energia do que consome, ele pode jogar na rede elétrica o excedente e ganhar de volta a mesma quantidade em créditos.

Isso é transformado em um desconto na conta de luz. Depois dessa data, o desconto será menor.

No caso de sistemas solares de pequeno e médio portes, como os instalados em residências, pequenos negócios e pequenos produtores rurais, esse crédito de energia será reduzido em 4,1% já no primeiro ano, redução que sobre para 8,1% no segundo ano.

Já no caso de sistemas solares de geração remota, usinas de maior porte, afastadas do local onde está o consumidor, a redução no valor do crédito será de 29,3%.

Segundo especialistas, com a guerra entre Ucrânia e Rússia, muitas empresas intensificaram a busca por soluções energéticas renováveis, devido ao aumento dos custos de petróleo e gás.

De acordo com o presidente da ABSOLAR, Rodrigo Sauaia, a alta dos preços e o novo marco legal proporcionarão à energia solar seu segundo ano de recordes.

O presidente projeta investimentos de R$ 50 bilhões neste ano, mais que o dobro dos R$ 22 bilhões registrados no ano passado.

Busca por energia renovável

O CEO da Trinity Energia, João Sanches, explica que o novo marco regulatório do setor está ampliando os investimentos e permitindo maior captação de recursos.

Ele ainda afirma que há uma maior preocupação das empresas em buscar energia renovável mais barata no atual cenário de preços elevados.

Outro ponto salientado pelo sócio da Sun Mobi, Alexandre Bueno, é que as companhias estão se programando com antecedência por conta dos problemas da cadeia global de transporte, agravados pela guerra na Ucrânia e os frequentes lockdowns na China. 

E a instalação já começou a ficar mais cara.

Hoje, um investimento em equipamentos para gerar 450 quilowatts-hora (kWh), o suficiente para abastecer uma casa para uma família de quatro a cinco pessoas, custa R$ 28 mil na L8 Energy, empresa que atua na industrialização e distribuição de sistemas fotovoltaicos.

No ano passado, eram R$ 24 mil. O retorno desse investimento, por meio dos créditos na conta de luz, é estimado entre cinco e seis anos.

Segundo o diretor da empresa, Guilherme Nagamine, a guerra impactou no preço do frete para esses equipamentos, na maioria importados. A valorização do dólar é outro fator.

Especialistas lembram ainda que o consumidor tem hoje à disposição diversas linhas de crédito que financiam a compra de painéis.

Estimativa do setor aponta mais de 70 opções entre bancos privados, públicos e cooperativas.

Redução na conta de luz

Em alguns casos, é possível usar o desconto na conta de luz para pagar o financiamento.

Em média, a redução na conta de luz varia entre 80% e 85% com a energia solar. O retorno de um investimento entre R$ 12 mil e R$ 15 mil pode levar de quatro a cinco anos.

Na casa da dona Edilene Cabral, de 54 anos, moradora de Niterói, as maiores tarifas levaram ela a investir R$ 20 mil em painéis fotovoltaicos, em março do ano passado.

Edilene só descobriu que precisava pagar o mínimo de energia ao receber a conta de luz no valor de R$ 67. Antes de instalar as placas solares, a fatura ficava entre R$ 400 e R$ 500.

Com informações do O Globo

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