O Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC), votou de forma unânime e decidiu manter, pela segunda vez, o valor da taxa Selic, taxa básica de juros da economia brasileira, em 13,75% ao ano, devido à queda da inflação.
O Copom se reúne a cada 45 dias para definir a taxa básica de juros e o valor atual se mantém desde agosto, sendo que até a ocasião o órgão havia elevado a Selic em 12 ocasiões consecutivas.
A decisão já era esperada pelo mercado financeiro e, apesar da manutenção do valor, a Selic continua no maior patamar desde janeiro de 2017, quando atingiu os mesmos 13,75% ao ano.
Em comunicado, o comitê informou que manterá os juros pelo tempo necessário para segurar a inflação e julgou o nível adequado para lidar com as incertezas sobre a economia brasileira. O órgão, porém, não descartou a possibilidade de novos aumentos caso a inflação não caia como o esperado.
De outubro de 2021 até fevereiro deste ano, a Selic foi elevada em 1,5 ponto percentual a cada 45 dias pelo Copom, passando para elevação de 1 ponto em março e maio, depois 0,5 ponto percentual em junho e agosto, quando decidiu suspender os aumentos e manteve os 13,75% ao ano.
Antes do ciclo de alta, a Selic estava em 2% ao ano, nível recorde vivido até então no país.
Inflação em 2022
A meta da inflação, que deveria ser alcançada pelo BC em 2022, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), era de 3,5%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, podendo variar então entre 2% e 5%.
Pelo segundo ano seguido, a autarquia admitiu que não seria possível alcançar o valor esperado e que o teto da inflação seria “estourado” mais uma vez.