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DESIGUALDADE

Renda média de trabalhador branco é 75,7% maior que de pretos; revela IBGE

Brancos também têm sido os menos atingidos pelo desemprego.

14/11/2022 12:00:01

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Renda média de trabalhador branco é 75,7% maior que de pretos

Renda média de trabalhador branco é 75,7% maior que de pretos; revela IBGE Foto: Marcos Santos/USP Imagens

Um estudo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgado na última sexta-feira (11) mostrou a cor como fator relevante na diferenciação do rendimento mensal médio dos trabalhadores no país em 2021.

Segundo o levantamento, os brancos ganham R$ 3.099 em média. Esse valor é 75,7% maior do que o registrado entre os pretos, que é de R$ 1.764 em média. Esse valor é 75,7% maior do que o registrado entre os pretos, que é de R$ 1.764. Também supera em 70,8% a renda média de R$ 1.814 dos trabalhadores pardos.

Mesmo entre pessoas com nível superior completo, persiste uma distância significativa. Nesse grupo, o rendimento médio por hora dos branco foi cerca de 50% maior que o dos pretos e cerca de 40% superior ao dos pardos.

Além disso, embora representem 53,8% dos trabalhadores do país, pretos e pardos ocuparam no ano passado apenas 29,5% dos cargos gerenciais.

Os brancos também têm sido menos afetados pelo desemprego. A taxa de desocupação em 2021 para eles é de 11,3%. Entre a população preta é de 16,5% e para a população parda, de 16,2%.

Os dados revelam ainda diferenças na informalidade: apenas os brancos se situam abaixo do índice nacional de 40,1%.

“A informalidade no mercado de trabalho está associada, muitas vezes, ao trabalho precário e à ausência de proteção social”, explica o IBGE. Ela envolve trabalhadores que podem enfrentar dificuldades para acesso a direitos básicos, como a aposentadoria e a garantia de remuneração igual ou superior ao salário mínimo.

A proporção de pessoas pobres no país também é bastante distinta no recorte por cor. Entre os brancos, 18,6% estão abaixo da linha de pobreza, isto é, vivem com menos de US$ 5,50 por dia, conforme uma das classificações do Banco Mundial. O percentual praticamente dobra entre pretos (34,5%) e pardos (38,4%).

Intitulado Desigualdades Sociais por Cor ou Raça no Brasil, o estudo faz um cruzamento de dados extraídos de mais de 12 pesquisas do próprio IBGE. Ele está em sua segunda edição.

A primeira, divulgada em 2019, foi mais enxuta, indicadores sobre mercado de trabalho e distribuição de rendimento, por exemplo, integram o levantamento.

“As desigualdades raciais são importantes vetores de análise das desigualdades sociais no Brasil, ao revelar no tempo e no espaço a maior vulnerabilidade socioeconômica das populações de cor ou raça raça preta, parda e indígena”, de acordo com o IBGE.

Outros indicadores

O estudo traz ainda informações atualizadas sobre patrimônio, educação, violência, representação política e ambiente político dos municípios.

Segundo o IBGE, há um acesso desigual dos diferentes grupos populacionais a bens e serviços básicos necessários ao bem-estar, como saúde, ensino, moradia, trabalho e renda.

Foi constatado que nos domicílios de pessoas brancas há maior presença de praticamente todos os bens duráveis analisados: geladeira, televisão, máquina de lavar, forno, micro-ondas, automóvel, computador, ar condicionado, tablet e freezer. A única exceção foram as motocicletas, que aparecem com maior frequência em domicílios de pessoas pardas.

No campo, entre os proprietários de terras com mais de 10 mil hectares, 79,1% se declaram brancos, 17,4% pardos e apenas 1,6% eram pretos.

O estudo também apresenta um recorte das vítimas de homicídio no país em 2020. Entre as pessoas pardas, regista-se a maior taxa, com 34,1 mortes por 100 mil. Na população preta, esse índice é de 21,9 mortes, enquanto entre os brancos é de 11,5.

Na educação superior, o IBGE encontrou diferentes realidades conforme o curso. Na pedagogia, por exemplo, pretos e pardos representavam 47,8% dos alunos matriculados em 2020. Na enfermagem, eles eram 43,7%. Por outro lado, no curso de medicina representavam apenas 25%.

Dados de representação política nas eleições municipais de 2020 também foram incluídos no levantamento. Entre os candidatos a prefeito que realizaram campanhas com arrecadação superior a R$ 1 milhão, 67,5% são brancos. 

Com informações da Agência Brasil

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