Uma pesquisa do Fundação Getúlio Vargas (FGV Ibre), realizada com base nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostrou que os microempreendedores individuais (MEIs) são mais escolarizados e possuem maior rendimento que os trabalhadores com carteira assinada.
De acordo a pesquisa, 74,7% dos MEIs têm pelo menos o ensino médio completo (inclusive superior), enquanto entre os empregados com carteira assinada a proporção é de 73,9%.
Já a parcela de MEIs com ensino superior completo (31,3%) é maior que a dos trabalhadores com carteira assinada (22,4%).
Os MEIs têm uma média de escolaridade de 12,2 anos de estudo, maior que a escolaridade dos empregados formais (11,8 anos de estudo) e muito superior à média dos trabalhadores por conta própria (10,1 anos).
O estudo, baseado nos dados do 3º trimestre de 2022 da Pnad, considera como MEIs os trabalhadores por conta própria que contribuem para a Previdência Social e possuem CNPJ. Esses trabalhadores podem ter no máximo um empregado e receita anual que não pode exceder R$ 81.000.
A pesquisa mostrou ainda que mais da metade (56,4%) dos MEIs ganham mais de dois salários mínimos, enquanto os empregados formais apenas 32,1% atingem essa faixa salarial. Apenas 11,4% dos MEIs ganham menos que um salário mínimo.
Por outro lado, uma grande parcela dos trabalhadores por conta própria (39,8%) ganha menos de um salário mínimo, próximos da proporção entre os empregados informais (44,9%).
Além disso, os MEIs têm maior renda mensal do trabalho (R$ 3.783) em comparação com os trabalhadores por conta própria (R$ 2.183), informais (R$ 1.864) e até com carteira assinada (R$ 2.650).
Maior concentração de MEIs no Sul e Sudeste
Em relação à regionalidade, os trabalhadores do MEI estão mais concentrados nas regiões Sul e Sudeste em comparação aos trabalhadores por conta própria e têm padrão geográfico similar ao dos empregados com carteira assinada.
Já os trabalhadores por conta própria e os empregados informais estão mais concentrados nas regiões mais pobres (Norte e Nordeste).
MEIs têm uma faixa etária maior
Outro dado do levantamento foi que os trabalhadores do MEI atingem uma proporção na faixa etária de 30 a 49 anos (56,6%), próxima da observada para os empregados com carteira assinada (52,6%), e maior que dos trabalhadores por conta própria (48,4%).
Em comparação com os trabalhadores com carteira assinada, os MEIs têm uma proporção consideravelmente maior, acima dos 49 anos, e uma fração bem menor entre 14 e 29 anos.
Crescimento durante a pandemia
Durante a pandemia foi observado um aumento considerável no número de MEIs no país, com uma média de 1,8 milhão de novos inscritos a cada ano entre 2019 e 2022.Em 2022, o número de MEIs atingiu 14,8 milhões. Em 2009, o número era de pouco mais de 44 mil.
Com informações G1