Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD Contínua) divulgados nesta sexta-feira (17) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), indicam que a taxa de brasileiros ocupados no grupamento de alojamento e alimentação – no qual bares e restaurantes representam cerca de 85% - apresentou aumento de 3% (cerca de 156 mil pessoas).
O setor foi o único que registrou crescimento no número de pessoas ocupadas, diante da redução de pessoas empregadas em setores como de agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (-3,1%) e administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (-1,9%); os demais se mantiveram em estabilidade. Os dados são referentes ao trimestre de novembro, dezembro de 2022 e janeiro de 2023) e consideram empregos formais e informais.
A média salarial dos trabalhadores do setor, segundo a PNAD, também cresceu: no trimestre em que a pesquisa foi realizada, o rendimento era de R$1.870, enquanto no período anterior (agosto, setembro e outubro), ganhava-se cerca de R$ 1.755.
Apesar da melhoria nos índices de pessoas ocupadas no setor, existe um fator que ainda representa um desafio para os donos de bares e restaurantes: a disponibilidade de pessoas qualificadas para ingressar no mercado de trabalho.
“Os bares e restaurantes são os maiores empregadores do país, sendo grandes responsáveis pela entrada de muitos jovens no mercado de trabalho. Ainda assim, o setor enfrenta um grande desafio para encontrar mão de obra qualificada. Mas apesar do cenário difícil com este leve aumento do desemprego, o setor continua dando uma resposta positiva”, ressalta Paulo Solmucci, presidente-executivo da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel).
Segundo pesquisa recente realizada pela Abrasel com 1.477 empreendedores de todo o país, 19% aumentaram o quadro de funcionários no mês de janeiro, enquanto 33% tem expectativas de contratar mão de obra ao longo de 2023.
Ainda segundo a PNAD Contínua, o índice geral de pessoas desocupadas está em 8,4%, número superior ao índice do trimestre anterior – que foi de 8,3%.
Cenário no mercado formal
Na quinta-feira, 9 de março, dados divulgados pelo Ministério do Trabalho por meio do novo Caged, referentes a janeiro, mostram que o setor de alimentação fora do lar teve leve retração: -0,25%, o que representa um saldo negativo de 3.068 empregos. A queda foi influenciada, em grande parte, pelo estado de São Paulo, onde houve fechamento de 2.742 vagas.
Fonte: Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel)1