Segundo o relatório sobre Clima e Desenvolvimento para o país do Banco Mundial 2023, o Brasil pode alcançar o crescimento econômico, construir resiliência às mudanças climáticas e zerar as emissões líquidas de gases de efeito estufa até 2050. O relatório também mostrou que o desenvolvimento da bioeconomia pode somar US$ 284 bilhões por ano ao faturamento industrial até 2050. Os dados refletem o cenário pós pandemia, em que o mundo despertou para a necessidade de ações de conservação da vida, e que a economia deveria estar alinhada a essas ações. A partir disto a bioeconomia se tornou uma opção viável e tem tomado cada dia mais espaço quando se fala em sustentabilidade e economia, uma vez que o ativo verde é o instrumento que permite a todos investir na conservação da natureza e, consequentemente, investir na manutenção da vida.
Para a CEO do BMV Global e economista, Maria Tereza Umbelino, os investimentos no mercado verde desempenham um papel fundamental por direcionar recursos para setores que buscam soluções a problemas ambientais e sociais. Segundo ela, os chamados investimentos de impacto, possuem o potencial de abrir um novo ciclo de crescimento econômico, capaz de movimentar, no mundo, cifras de mais de US$ 1 trilhão, de acordo com a publicação do Banco Mundial.
“É comprovado que a economia depende dos recursos naturais fornecidos pelo ecossistema global. No caso dos investimentos na preservação da natureza, temos o mercado de crédito de biodiversidade, que gera valor para aqueles que se engajam em sua conservação. De um lado, comunidades que vivem da e na floresta ganham e, de outro, além da reputação por gerar externalidade positiva, países e empresas obtêm ganhos econômicos ao incorporar o produto da conservação como componente de sua atividade econômica”, diz Maria Tereza.
A CEO destaca que o mercado verde é muito promissor, visto que a demanda por soluções sustentáveis está em uma crescente, impulsionada, principalmente, pelos consumidores, que estão mais conscientes dos impactos ambientais de suas escolhas.
“Estes ativos também têm como objetivo preservar a natureza e auxiliar a população que depende dela para existir, desta forma quando uma empresa investe no ativo em equivalência ao que ela consome ou impacta em recursos naturais e insere o ativo como componente de seu produto ou serviço, a sociedade tem a segurança de utilizar produtos ou serviços que beneficiam e protegem vidas”, complementa.
De acordo com a pesquisa divulgado no início de 2023 pela Bain & Company 70% dos entrevistados estão dispostos a pagar mais por produtos sustentáveis. Essa mudança comportamental dos consumidores, exigindo maior responsabilidade social e ambiental das empresas; também é vista no comportamento de uma parcela de empresários, que tentam aprender com os erros do passado e que agora sabem que um produto ecologicamente correto deve ter, antes de mais nada, qualidade no mínimo igual a de seus concorrentes. A partir desta mudança de cenário, se faz necessário a propagação da existência, funcionalidade e os modelos adequados de utilização destes ativos para fortalecimento econômico dos players de mercado.
“Com isso, está se consolidando um círculo virtuoso, que impacta toda a cadeia de produção: investimentos são direcionados para o desenvolvimento de tecnologias sustentáveis, que vão desde a geração de energia até o agronegócio, com a rastreabilidade dos alimentos para saber como e onde estão sendo produzidos. Neste caso, ter a garantia de que seu cultivo foi realizado de forma correta, respeitando as questões ambientais agrega muito valor aos produtos e torna-se um fator decisivo para a exportação, por exemplo”, ressalta a CEO.
Outras razões para o crescimento deste mercado estão nas políticas governamentais, que incluem incentivos financeiros, subsídios, metas de energia renovável e impostos sobre emissões de carbono. Essas políticas criam um ambiente favorável para o desenvolvimento de projetos e empresas sustentáveis, estimulando a inovação e a eficiência.
“Todos esses são fatores que geram oportunidades de negócios lucrativos. Existem oportunidades que vão desde ajudar na transparência das informações, contribuir com a rastreabilidade e origem dos produtos até formas eficientes de intermediação dos negócios. Importante termos serviços que possam ajudar a mitigar riscos e permitam criar bases que mantenham nossas florestas em pé”, finaliza Maria Tereza.
Fonte: Relatório sobre Clima e Desenvolvimento