No próximo dia 15 de janeiro, o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) começará a testar o uso de ferramentas de inteligência artificial (IA) para cruzamento de dados de atestados médicos na intenção de identificar possíveis fraudes.
A decisão veio após peritos da Associação Nacional dos Médicos Peritos (ANMP) afirmarem que o sistema Atestmed permitiria fraudes, o que é refutado pelo Ministério da Previdência.
Vale lembrar que o sistema Atestmed permite ao usuário enviar online o atestado médico e fazer remotamente o pedido de benefício por incapacidade temporária, não havendo necessidade de passar por perícia médica presencial.
Diante desse cenário de fraudes, a ferramenta de IA será desenhada para reduzir esse risco. Com ela, será possível incluir parâmetros para identificar assinaturas forjadas com nomes e registros de médicos, por exemplo.
Uma empresa pública de Santa Catarina foi a escolhida para ser a primeira a realizar os testes com a inteligência artificial, porém outras companhias devem participar futuramente.
Os períodos de testes devem seguir por dois a três meses antes de o governo fixar a ferramenta e, a partir dos critérios definidos, começar os processos de implementação.
De acordo com o presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, o órgão “não é conivente com fraude. Qualquer suspeita ou indício é analisada e remetida à Polícia Federal e o benefício imediatamente suspenso", diz o presidente do INSS, Alessandro Stefanutto.
"Com a inteligência artificial vamos ter maior capacidade para identificar informações que não sejam consistentes. Por exemplo: um médico que tenha seu registro em São Paulo conceder atestado no Amazonas. Óbvio que será analisado e, se for o caso, remetido à PF."
Com a aplicação da IA, o INSS também estuda criar uma espécie de ranking de pontuação do segurado a fim de acelerar a concessão de benefícios. Dessa forma, aqueles que tiverem maior pontuação poderá, no futuro, receber o auxílio em minutos.
Por outro lado, os segurados que forem flagrados cometendo fraudes perderão pontos, serão direcionados para a perícia física e correrão o risco de serem investigados pela Polícia Federal.
