A Caixa Econômica Federal está reformulando sua operação de crédito consignado na intenção de aumentar a rede de distribuição e trazer um novo foco para os beneficiários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) .
Vale, apesar disso, informar que a estratégia é de longo prazo, mas ocorre em um momento em que o spread do consignado INSS está na mínima histórica e muitos bancos têm reduzido a originação.
Na Caixa, o consignado a servidores públicos é mais forte e, hoje, 84% da originação se dá nas agências, mas o objetivo é ampliar a oferta através de correspondentes bancários.
O presidente da Caixa, Carlos Vieira, afirma que nos últimos anos o banco reforçou seus canais digitais e a fatia deles subiu para cerca de 11%.
A instituição, anteriormente, trabalhava com correspondentes menores, muitos deles individuais, mas agora está em processo para conectar grandes casas, com centenas de agentes.
“Hoje existem mais de 100 mil agentes de crédito no Brasil. Tem corban que produz mais de R$ 1 bilhão por mês, então queremos trazer essas casas maiores. Estamos definindo os pré-requisitos, preparando as APIs, para fazer um piloto. Nosso MVP [produto em fase de teste] mira o INSS”, diz o Diretor Executivo da Caixa Econômica, Luiz Francisco Monteiro de Barros Neto.
Essas regras têm como objetivo proteger o investimento que o Valor faz na qualidade de seu jornalismo.
Quase 6,4 milhões de beneficiários do INSS recebem pela Caixa, e uma fatia enorme desse público toma o crédito consignado em outros bancos, isto é, o banco poderia estar pescando dentro de casa, mas tem deixado esses clientes escaparem para a concorrência.
“Vou trabalhar melhor esse público, reforçar a atuação na portabilidade e no refinanciamento do consignado para fins de defesa. E, ao mesmo tempo, essa abordagem com novos parceiros também me permite buscar clientes que hoje não estão dentro de casa. Então não vamos só ficar na defensiva, também vamos partir para o ataque”, afirma Barros.
O banco, de acordo com Barros, busca crescer em outras linhas para pessoa física, colaborando para melhorar a composição da carteira e, no caso do consignado, é preciso analisar diversas questões, como a principalidade do cliente.
“É preciso ter uma visão holística do cliente. Acreditamos que existem muitas oportunidades dentro desse mercado [de consignado] e a gente ainda consegue crescer em outros produtos com esses clientes. As margens do consignado estão mais comprimidas, e o movimento de mercado, com a subida da curva de juros, vai deixando mais difícil. Mas vamos aguardar o que o INSS vai fazer”, diz Barros.
Barros não deixa de reforçar que a capilaridade da Caixa e o modelo que combina físico e digital são diferenciais do banco.
“Quem é digital vamos atender pelo digital, mas sempre teremos o físico. Temos de conseguir atender com produtos e serviços adequados para a baixa renda”, comunica Barros.
Com informações do Valor Econômico