O Banco Itaú, uma das maiores instituições financeiras do país, acusou neste sábado (7) seu ex-diretor financeiro, Alexsandro Broedel – que também é formado em Ciências Contábeis e professor do curso de contabilidade e docente convidado na faculdade de Direito da USP – de violar as políticas internas do banco para agir em benefício próprio.
O Itaú teria identificado transferências de recursos entre Broedel e Eliseu Martins, um dos maiores especialistas em contabilidade do Brasil, alegando que Broedel teria contratado pareceres da empresa de Martins, aprovando pagamentos irregulares com alguém que teria ligação.
Segundo o banco, desde janeiro de 2019, as empresas Care (que tem como sócios Eliseu Martins e seu filho Eric) e Evam (cujos sócios são Eliseu e os filhos Eric e Vinicius) fizeram 56 transferências ao executivo e sua empresa Broedel Consultores.
Dessas transferências, 23 delas, no valor total de R$ 4,8 milhões, se referem a pagamentos feitos pelo Itaú às empresas, por pareceres contratados.
A partir de tais transferências o Itaú concluiu que o ex-diretor teria uma participação de 40% nos pagamentos feitos pelo banco à Care.
O Itaú também afirma que, dentre 40 pareceres contratados, 36 foram considerados recebidos por Broedel, mas só 20 foram localizados, e 4 foram pagos antecipadamente.
O banco pede indenização do valor correspondente aos 16 pareceres dados por recebidos e não localizados, que somariam mais de R$ 5 milhões.
Também pede devolução de R$ 1,5 milhão referentes aos quatro pareceres pagos antecipadamente e não entregues.
O banco afirma ainda que Broedel prestou serviços de parecerista e consultor ao mercado enquanto ainda era executivo do banco, o que fere o código de ética do Itaú, e deixou de informar que ele e Martins eram sócios na Broedel Consultores desde 2012, o que seria contra as regras de transparência
Ambos os acusados se pronunciaram afirmando que as acusações são indevidas e que tomarão medidas judiciais.
Com informações Folha de S Paulo