A elevação da taxa básica de juros (Selic) de 11,25% para 12,25% ao ano, anunciada nesta quarta-feira (11) pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, ocorre em um momento marcado por sinais distintos na economia. Enquanto a taxa retorna ao patamar de dezembro do ano anterior, outros indicadores, como a geração de empregos formais, as previsões de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e a queda do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), seguem apontando tendências favoráveis. Com o novo ajuste, instituições como o Sebrae acompanham o ambiente macroeconômico para avaliar impactos sobre o empreendedorismo e o acesso ao crédito.
A elevação da Selic ocorre após duas movimentações anteriores no mesmo sentido, definindo a terceira alteração seguida na taxa. O efeito desse ajuste alcança o custo do crédito e os mecanismos de financiamento adotados pelo setor empresarial.
Segundo o presidente do Sebrae, Décio Lima, a definição da taxa básica de juros impacta o crédito oferecido ao consumidor final, assim como os investimentos planejados pelas empresas de diversos portes, incluindo as de micro e pequeno porte.
Para Lima, as decisões sobre juros exigem análise da dinâmica de consumo, da movimentação das vendas e do comportamento dos preços de bens e serviços no país, de modo a compreender o efeito sobre o ambiente de negócios e a renda da população.
De acordo com levantamento do Sebrae baseado em dados do Banco Central, a taxa aplicada em operações de empréstimo para o microempreendedor individual (MEI) supera em mais de quatro vezes a própria Selic.
Em determinadas regiões, há casos em que esse custo chega a aproximadamente 51% ao ano, gerando efeitos significativos sobre a gestão de capital e o fluxo de caixa desses empreendedores.
O Sebrae tem trabalhado em parceria com o governo federal por meio do Programa Acredita, que busca ampliar o alcance do crédito para micro e pequenas empresas. Nesse contexto, o Fundo de Aval para Micro e Pequena Empresa (Fampe) atua como mecanismo de apoio, permitindo que cerca de 30 instituições bancárias ofereçam recursos sob condições mais acessíveis.
A previsão é que, nos próximos três anos, haja o aval de R$ 30 bilhões em operações de crédito, ampliando a capacidade dessas empresas em financiar projetos, adquirir insumos, investir na expansão de produtos e serviços, bem como aprimorar sua inserção no mercado.
A análise do Sebrae sobre o cenário econômico combina a verificação dos indicadores oficiais, a dinâmica do crédito, o comportamento da Selic e as condições de empreendedores de diferentes segmentos.
Ao acompanhar a evolução dos juros, o Sebrae procura identificar caminhos que facilitem a obtenção de recursos e apoiem o fortalecimento do empreendedorismo, integrando informações fornecidas pelos órgãos reguladores, as sinalizações do Copom, a evolução do IGP-M, as expectativas do PIB e o ritmo de geração de empregos.
Essa perspectiva busca consolidar um ambiente que ofereça condições financeiras mais adequadas ao desenvolvimento dos negócios, auxiliando na expansão do empreendedorismo em escala nacional.