Está em avaliação um pacote com dez medidas para combater a alta nos preços dos alimentos. Entre as propostas estão a redução de custos nas transações eletrônicas e estratégias para evitar o desperdício.
As sugestões foram apresentadas pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras) em uma reunião com o governo em novembro. Desde então, as medidas têm sido discutidas com o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro.
Um dos objetivos propostos é transformar a Caixa Econômica Federal na operadora dos programas de vale-refeição e vale-alimentação, eliminando a participação de instituições financeiras que lucram com taxas de 6% a 10% e que impactam os consumidores.
Além disso, a Abras também propõe a antecipação da nova cesta básica, desonerando produtos como carnes, mas essa medida exige renúncia fiscal.
Outra proposta seria adotar o sistema “Best Before”, permitindo a venda de alimentos após a data de validade, desde que seguros para o consumo. Essa medida poderia evitar o descarte de R$ 4,3 bilhões anuais.
Apesar do debate, o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, descartou a mudança no sistema de datas de validade no Brasil, já que, segundo ele, isso não está nos planos do governo.
Além dessa proposta, está sendo avaliada a possibilidade de venda de medicamentos sem receita em supermercados, podendo reduzir os preços dos medicamentos em até 35%. A iniciativa busca ampliar o acesso da população a produtos de uso cotidiano.
Outras sugestões incluem isenção de impostos para doações de alimentos e flexibilização de contratos de trabalho, incentivando a contratação de jovens e trabalhadores acima de 60 anos.
Segundo o ministro da Casa Civil, Rui Costa, as propostas são a base das ações do governo para conter os preços, mas descartou que o governo não esteja discutindo uma intervenção direta nos preços.
A Abras reforçou que medidas para redução de custos podem ajudar a equilibrar os preços.
"Não podemos interferir no câmbio ou nos juros, mas podemos trabalhar para reduzir despesas", afirmou o presidente João Galassi.
Com informações do InfoMoney